Capítulo Nove

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Jason ficou muito mal com a reação da mãe dele. Ele tentava disfarçar com suas habituais brincadeiras e piadinhas, mas eu sabia que no fundo ele queria que ela aceitasse bem como meus pais aceitaram e que seria difícil para ele esquecer as duras palavras como "eu estou extremamente decepcionada com você" ou "esse não é meu filho; meu filho ele não esconderia um bebê por seis meses".

Ela até que foi simpática comigo naquela noite. Quando a gritaria acabou, ela me convidou para ficar para o jantar. Atualizamos ela de tudo desde que eu descobri a gravidez.

Nas férias de julho, viajamos para a formatura de April. Ela conseguiu um emprego na nossa cidade natal, logo, quando voltamos, ela voltou conosco e dessa vez para ficar. Eu já estava desconfiando que um dos motivos para ela voltar a morar conosco era a chegada do bebê. Minhas suspeitas foram confirmadas quando ela disse que seu emprego era só de noite e de tarde e, durante o período de aula, ela poderia cuidar do bebê para que eu e Jason continuássemos estudando. Eu achei um absurdo ela se oferecer para fazer algo que era nossa responsabilidade, mas depois de tanta insistência, concordamos desde que ela deixasse que a pagássemos.

Jason e meus pais se davam muito bem. O problema mesmo era April. Ela fazia de tudo para irritá-lo e eles estavam sempre discutindo. Não era muito diferente do meu gato Pesadelo, que ficava na defensiva toda vez que o via.

Setembro chegou, e com ele, a volta às aulas e o baile de retorno. Eu não fazia ideia de como ia enfiar minha barriga de quase nove meses num vestido de baile, porém, todos estavam me incentivando a ir. Eu ainda não sabia se daria conta da rotina de ser mãe e estudar, mesmo com a ajuda de April, por isso, até onde eu sabia, poderia ser meu último baile. Mesmo que eu tivesse que ir sozinha. Jason ia com Spencer, Ben ia com o namorado, e Chloe ainda estava proibida de falar comigo.

Antes de começar a me preparar, tive que atender à uma ligação de Jason e fui encontrá-lo em sua casa. Como eu não estava mais podendo dirigir, tive que ir de táxi. Quando dobramos na sua rua, fiquei tão assustada ao ver os bombeiros ao redor da casa de Jason, que desci do táxi correndo. Usei a desculpa "grávida passando" para atravessar a multidão curiosa e chegar até o loiro que estava parado diante da casa.

— Jason, o que aconteceu?! — perguntei, nervosa.

— Lembra quando você disse que aquela árvore do vizinho ia cair? Pois é, ela caiu. — disse ele, sem tirar os olhos do estrago que a árvore caída fizera no andar superior da casa. Eu estava perplexa demais para entender o motivo dele estar calmo.

— Meu Deus, vocês estão bem?!

— Sim, está tudo bem, não tinha ninguém em casa e os danos não foram muitos, mas o telhado quarto do bebê foi destruído. — lamentou. — Ei, veja o lado bom, eu sempre quis ver o céu enquanto dormia.

— Jason?!

— Ah, sim, verdade. Que tolo eu sou. É óbvio que eu preciso de uma tenda, no caso de chover. — dito isso, ele começou a rir da minha cara. Eu estava fazendo uma careta, com as sobrancelhas arqueadas sem entender como ele era sempre tão bem humorado nessas situações. — Ei, calma é brincadeira. Já pode parar de soltar fumaça pelo nariz. — ele colocou as mãos no meu ombro.

— Jason Lane Martell, você acabou de me chamar de dragão? — exclamei, fingindo indignação.

Shhh, ninguém precisa saber sobre esse nome do meio. — o loiro sussurrou. — Isso tudo até que me deu uma ideia. Você vai precisar que alguém te ajude com o bebê nos primeiros meses durante a noite. Sabe, acordar de madrugada, amamentar, lidar com o choro. E sabemos que essa responsabilidade é nossa, então eu poderia te ajudar. Seu sofá-cama é bem confortável. Eu poderia dormindo lá até o teto ser concertado e o bebê não precisar mais de você todas as noites.

O PAI DO MEU FILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora