Hospital

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LUCY


- Eu não sabia que você era tão medroso assim, Natsu. - comento achando graça.

Estávamos sentados no banco de trás do táxi e Natsu parecia estar muito enjoado, como se sua pressão tivesse despencado.

- Não... gosto...de...hospitais... - murmura ele, como se fosse falecer ali a qualquer momento.

Solto uma risadinha e dou um tapinha em seu ombro.

- Não vai ser nada demais, certo? - digo, tentando tranquilizá-lo.

Natsu me olha com seu olho bom por longos segundos, a boca machucada cheia de sangue seco levemente franzida.

- Você não entenderia. - diz ele de repente, no tom mais suave que já ouvi sair de sua boca.

E mais triste também.

Ergo as sobrancelha surpresa, abro a boca para perguntar.

Não.

Se ele quiser contar, um dia contará.

- A Barulhenta que invade a casa dos outros e rouba as roupas vai aguentar a curiosidade? - pergunta ele, forçando um sorriso no semblante triste.

Sorrio de canto.

- Vou respeitar seus demônios. - digo, dando de ombros e olhando para minhas próprias mãos.

Pela visão periférica, vejo ele me encarar intensamente, e então olhar pela janela.

- Me desculpe por tudo aquilo que eu disse. - diz ele baixinho. - Não sei se você sabe, mas ás vezes eu digo um monte de merda sem motivo. - ele solta uma risada amarga.

- Notei. - digo. - Mas tudo bem, não é a primeira nem última vez que vão me ofender dessa forma. - olho-o. - Pelo menos você está arrependido.

Natsu franze tanto as sobrancelhas que dou risada.

- Não estou arrependido. - começa ele. - Eu realmente não acredito em nada do que falei. Na verdade, nem sei porque falei tudo aquilo.

Olho-o com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho ameaçando aparecer.

- Ciúme, é? - arrisquei, prestando atenção em qualquer mínima reação que me indicasse o que ele pensava.

Natsu solta o ar com força e me olha horrorizado.

- O-o quê? - gagueja ele.

Murcho um pouco.

- Nada, só estava brincando. - digo, sem entender porque estava tão decepcionada.

Ninguém que gosta fica horrorizado desse jeito, não é?



NATSU

Mas que por-

Quem contou?

Por que ela me perguntou isso de repente?

Oh, cara. Eu fiquei assustado.

Acho que qualquer pessoa daquele grupo já notou que eu não estou normal.

E eu definitivamente não estou nada normal.

Mas ela não precisa saber disso, não é?

Não, mas é claro que não.

Respiro fundo e a olho de lado.

- Achou que era isso? - arrisco, observando as reações dela.

Lucy me lança um sorriso forçado, havia uma leve sombra em seus olhos.

Todos Gostam Dela [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora