WONDERLAND CIRCUS - O Mistério Por Trás Das Tendas

11º Cap. The Mystery of the City

Nova Orleans — Outubro de 1930
O MISTÉRIO DA CIDADE

— Hongjoong! — Exclamou ao adentrar com grosseria no local e a bater a porta em suas costas. Desbrava a escuridão a procura do homem que saía lento das sombras ao seu encontro. Apenas o lampião em sua mão iluminava seu rosto.

— Como ousa chamar-me pelo nome se não de Mestre? — Sussurrou expressando sua raiva no franzir de sua testa.

Não titubeou, estava tomado pela fúria que nem se deixou abalar pelo tom amedrontador que este lhe usara. — E como ousa deixa-los partir? — Indagou rispidamente.

— E quando foi que eu comecei a dar-lhe explicações sobre o que faço ou devo deixar de fazer? — Deu-lhe as costas podendo apenas se ver o lampião se movimentar junto aos seus passos.

— Não gostaria que eu contasse a todo o seu segredo, gostaria? — Prosseguiu no mesmo tom de voz que o outrora o Mestre lhe usara, junto da face que expressava seu nojo pela atitude que tomara.

— Agora me diga... — Virou-se para Seonghwa uma vez mais. — que diferença faria ser meio ou inteiro se ainda consigo dizimar a terra? — Arqueou a sobrancelha. — Não a faço porque não quero.

— Mas sabes bem que se souberem perderão o respeito pela sua pessoa. — Sorriu ironicamente para tentar zombar do jovem de olhos azuis.

— És tão mesquinho que se tornou incapaz de controlar sua própria raiva. — Aproximou mais. — E é por isso que precisou me convocar para livrar-se das merdas que você mesmo faz com sua própria pobre e infeliz vida mortal. — Sorriu. — Essa merda de símbolo que tens no braço não pode me prender... aliás, nunca pode. A única razão pela qual estou aqui, é porque meu pai ordenou-me.

— Era com ele quem eu gostaria de ter me resolvido na época, e não com um híbrido qualquer!

— Com certeza, eu acredito em você. — Deixou escapar uma gargalhada. — Mas é uma pena que você não seja bom o bastante para o tal. Agora, tens de se contentar comigo, que é o mínimo onde você poderia chegar sendo um mago tão incompetente. — Caminhava em torno do cerimonialista enquanto desferia suas palavras de ofensa na tentativa de coloca-lo em seu devido lugar. — Entenda que, ter conhecimento não te faz dono de nada. E se algo acontecer aos dois, não me responsabilizo com o que acontecerá com você. — Apontou o dedo sobre a face do moreno que lhe encarava com ódio. — Saia daqui antes que eu o mate de uma vez por toda.

Não ousou em desobedecer, no entanto, era impossível engolir aquelas palavras sem no final ter uma razão por trás. — Sabes bem o que acontece se me matar, não é? — Fora o suficiente para calar a criatura naquele momento. — Passar bem... — Fez aspas com suas mãos. — "Mestre!" — Retirou-se e novamente bateu a porta.

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   A lua estava brilhando no céu mais do que era esperado se ver, onde muitos pagãos se colocavam na posição de contempla-las seja na praia ou até mesmo em suas casas. Uma noite de lua cheia eram o que todos esperavam para que seus pedidos fossem atendidos e cheios de benção como acreditavam. Jade estava na praia a ofertar o mar com suas flores e à pedir proteção das águas e que a luz do luar continuasse a guiar seu caminho em meio a escuridão. No retomar de seus passos a cidade, sentia-se preenchida com seus grandes feitos, afinal pedira também a proteção de Zayra, que as águas salgadas levassem embora todos os riscos que ela corria em sua vida. No entanto, ao dobrar a esquina pode notar uma sombra a acompanha-la vagarosamente. O sentimento de desespero tomou-lhe o peito ainda mais ao saber que agora lhe faltavam apenas algumas quadras até chegar ao bar que trabalhava e morava. Acelerou os passos no mesmo instante em que as batidas de seu coração alvoroçou-se. Mas não pudera evitar que o pior lhe acontecesse. A figura que lhe seguia havia alcançando-a e neste momento tapava-lhe a boca com força, arrastando-a para um terreno baldio próximo, mesmo que mulher tentasse escapar, neste qual ele a atordoou com uma pancada em sua cabeça e a desfigurou por completo enquanto repetidamente dizia: "Você sabe demais!"