ORQUÍDEAS

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Orquídeas 

"Comédia romântica, brigadeiro e você, é tudo que eu quero em um sábado a noite."


Assim que desembarcaram na estação de ônibus todos puderam notar a frustração em Maria Flor, que nunca antes tinha se interessado por alguém e agora já sofria com a desilusão do seu pseudo relacionamento.  

-Não precisa ficar assim, o ano está apenas começando. - disse o pequeno hobbit.

Maria Flor e Dan se despediram do casal que seguiriam para a casa de Thay, já que ela estaria apenas com a avó enquanto os pais não haviam chegado.

-Esperamos vocês então amanhã ao lado da cantina, antes da aula começar. - Thay falou, acenando para os amigos depois de um longo e carinhos abraço em ambos. Enquanto o seu estrambelhado namorado tentava inutilmente carregar todas as bagagens deles dois. 

Daniel fez questão de acompanhar Maria até a porta de casa observando durante o caminho as gotas de suor que caiam sobre a agora pele negra daquela rara Flor. Seus cabelos encaracolados pareciam uma rara samambaia exposta em cima dos 1.81 cm de pura magreza e simpatia. 

-Tem certeza que está tudo bem?- Perguntou Daniel ao deixar Maria em frente a sua casa.

-Está sim, Dan. Vou superar e amanhã será um novo dia. - Maria Flor se curvou para abraçar Daniel, segurando as lágrimas pela decepção que teve com Larissa. Ela realmente não conseguia entender e se perguntava o que tinha feito de errado para que isso tivesse acontecido. 

Ao abrir a porta de casa, Maria se deparou com uma das cenas mais fortes dos seus poucos anos de vida até então. 

-MÃAAAAAAAAAAAAE! -O grito saiu tão alto quanto seco. 

Maria nem sequer conseguiu perguntar o que havia acontecido, apenas se ajoelhou repousando sua cabeça nas pernas de sua mãe e soltou de vez o choro acumulado que prendia em si. 

Dona Carmem se encontrava em uma cadeira de rodas, com um curativo em cima da sobrancelha esquerda, além do braço esquerdo engessado.

-Eu cai da escada, Flor. Mas estou bem, foi apenas um susto.- Carmem tentava convencer sua filha que tinha sido apenas um acidente, mas apesar do esforço, nem ela mesma conseguia se convencer com o tom de dor que usava nas palavras. 

Maria Flor não conseguia parar de chorar, soluçava e sem conseguir entender o turbilhão de sentimentos que embaralhavam dentro de si, vomitou no tapete da sala. 

-Maria, o que você comeu, minha filha? - Carmem apesar de se esforçar para desempenhar o papel que escolhera como fuga dos seus conflitos, ser mãe, não sabia lidar com os sentimentos da filha, preferindo sempre associar uma questão emocional como algo externo que a fazia mal. 

-Deve ter sido o pastel que comi no caminho de volta pra casa, mãe.- Respondeu Maria, um tanto quanto decepcionada com a pergunta da mãe.

Após limpar toda a sujeira do tapete, a adolescente se dirigiu para o seu quarto. Nas costas,o peso de tudo que se passava ao seu redor, conflitando com o mundo perfeito que ela sempre sonhara pra si.

-Você precisa de mim para alguma coisa? - Perguntou já no quarto degrau da escada.

-Apenas que você fique bem. Seu pai viajou e só chegará á noite.-Carmem respondeu a Maria, se referindo a menina superar seu "acidente doméstico", o que foi entendido de imediato por Maria.

ADORO UM AMOR INVENTADOWhere stories live. Discover now