O céu estava completamente encoberto por nuvens escuras, o dia era quieto no reino de Tormay, nem sinal de convocações reais, nem de estrangeiros a visitando o reino, os pássaros não cantavam.
Parecia que a natureza pressentia os fatos de uma maneira que nem meu coração sensível e muito menos meu sexto sentido conseguiria fazer.— Catalina! Minha linda e doce irmã! — Chegando de surpresa Celsius me abraçou por trás,eu conseguia sentir seu respirar ofegante, conseguia sentir a necessidade de seu abraço. Me virando de frente para meu irmão pra ver seu rosto,eu o abracei forte.
— Celsius, pelo amor de tudo que é sagrado, oque você ainda está fazendo aqui?! Eu achei que você já estaria viajando a essa hora.
— Sim, eu deveria, mas eu pensei que, talvez, nós poderíamos ter um último passeio entre irmãos, sentirei tantas saudades — Ele acariciava minha face, desenhando círculos nas maçãs do rosto.
— Claro, vou me vestir e acordar Isolda — Ele segurou meu braço e me puxou para evitar que eu me movesse.
— Eu gostaria muito poder me despedir de você, a sós — Sua voz me implorava por isso, com urgência.
— Eu sempre saio acompanhada de Isolda
— Eu sei disso, mas Isolda está adormecida a horas,e não seria bom acordá-la assim — Isolda dormia profundamente, isso era verdade, ela sempre era a última a dormir,pois sempre passava as noites lendo livros.
— Mas…
— Oque foi Catalina, não confia no seu irmãozinho?! — ele parecia tão triste com ideia de eu não confiar nele.Eu segurei seu rosto com as mãos
—Claro que eu confio meu irmão— Eu pedi que ele saísse para que eu pudesse me vestir, e ele me pediu para não avisar a ninguém e não levasse Akila,que dormia junto com Isolda. Ele disse que me esperaria no portão dos fundos.
Quando terminei de me vestir o sol já estava em posição de meio dia, eu cheguei até a porta e olhei para Isolda,e só consegui pensar em quão chateada ela ficaria se eu não avisasse aonde eu estava, ela poderia pensar que me perdi, pois Celsius já deveria estar viajando ao encontro de sua noiva, e eu não tinha costume de sair sozinha.
Eu voltei até a mesa aonde estavam alguns papéis, peguei uma pena com tinta preta.Deixei o papel sobre meu travesseiro, eu fui até às portas dos fundos aonde Celsius me esperava, ele estendeu a mão para me ajudar a entrar na carruagem.
Durante toda a viagem, Celsius segurava minha mão, com muito carinho.
Quando chegamos a floresta, Celsius tirou uma cesta com frutas de todos os tipos. Nós sentamos no chão comemos metade das frutas,e ficamos sentados alí por horas, até que Celsius se pois em pé, estendendo a mão para mim, afim de que eu levantasse, eu fiz uma expressão curiosa—Vamos nos banhar no lago?!— ele me fez a proposta curvando-se para oferecer ainda mais a sua mão afim de me ajudar a levantar
—Não trouxe outro vestido, não posso voltar completamente molhada ao castelo, não seria bem visto, e o cocheiro também me veria molhada— disse sorrindo, ele segurou minha mão e me levantou me colocando mais perto dele para poder sussurrar ao meu ouvido
—Não tem problema, vou resolver nossos problemas— ele se afastou de mim, e foi em direção ao cocheiro que logo após a conversa estalou os chicotes no chão e foi para longe.
—Você o mandou embora?— minha cabeça latejava, praticamente prevendo aquilo que o meu coração não queria aceitar.
—Sim,agora podemos mergulhar no lago.
Estamos entre irmãos, ninguém além de mim à verá assim.. molhada — ele se despia enquanto falava—Celsius, eu não vou me banhar no lago, mesmo sendo entre irmãos— eu disse séria,eu sabia que havia algo errado, havia maldade no seu tom de voz.
—Não se preocupe com o vestido, você pode simplesmente tirá-lo— ele chegava cada vez mais perto de mim,e a cada passo,um olhar maligno tomava conta dele. Parecia que eu já estava despida, pois seu olhar me intimidava à isso, ele segurou meu rosto com as mãos,e encostou seu lábios nos meus, eu senti um medo paralisante tomar conta do meu corpo,eu não tinha forças para gritar,mas eu ainda conseguia falar bem baixinho enquanto desgrudava meus lábios dos dele
—Eu vou embora Celsius, eu não estou me sentindo muito— mas ele segurou meu braço com raiva,nem um passo sequer, me foi permitido, ele já estava perto o suficiente para alcançar meu cabelo ruivo e me jogar ao chão,e assim foi feito,eu bati minha cabeça em uma pedra.
De bruços eu tentei me arrastar para longe,mas ele puxou meu cabelo e me virou para ele,as força que eu ainda tinha para formar frases essa altura já morrerá,e só conseguia dizer uma palavra por vez.—Por favor …. não— ele ria de mim enquanto passava a mão entre o decote do vestido.
—Você nunca percebeu o quanto eu queria que você não fosse minha irmã, só pra beijar você, ter você pra mim.Eu não quero que você seja só minha irmã, eu quero que você seja a minha mulher— e a cada palavra dita era um beijo nos meus lábios.
Eu deixei que ele me beijasse, e depois mordi seus lábios com toda força, não foi o suficiente para ele me soltar, mas foi pra fazê-lo sangrar.
Ele sentou em minha barriga colocando uma perna de cada lado, respirando fundo Celsius cuspiu ao meu lado virando o rosto, quando voltou a olhar para mim, me acertou o rosto.—Não faça mais isso Catalina,eu odeio quando você me faz ter raiva de você— ele chegou mais para baixo,e subiu meu vestido, colocando a mão na minha boca.
Tudo que pude fazer foi fechar os olhos e chorar
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A preço de sangue
General FictionEra noite em Tormay, a lua era vermelho escarlate e céu não tinham estrelas, os lobos eram os únicos a fazer barulho naquela noite, as raposas estavam quietas,todas em suas tocas, deitadas, como se esperassem o nascimento de um deles. Esses fatos ma...