Capítulo 5 - POV Bella

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- Renesmee acordou. – Edward interrompeu nosso momento para comentar. –Devemos levantar?Hoje não. Eu pensei. Havia criado o hábito de manter meu escudo fora da minhamente, então era fácil que ele me lesse. Voltamos à nossa comemoração de aniversáriode casamento. No meio dela, pude ouvir minha filha se arrumar, escrever um bilhete esair... Com o Volvo. Edward não percebeu, mas eu podia prever sua reação. Sorri.Algumas horas se passaram até que finalmente levantássemos e nosvestíssemos. Edward queria continuar ali o dia inteiro, mas eu concluí que não seriamuito responsável. Além disso, eu queria ter a chance de dar pra ele o piano que euhavia comprado, um que foi fabricado no ano em que ele nasceu, e que me custoumuito tempo de procura. Precisaríamos passar na loja para buscar, porque ele só haviachegado à loja na noite anterior, mas eu sabia que conseguiria pensar em alguma coisapara leva-lo até lá. Andei até a mesa da cozinha, onde nossa filha deixara um bilheterabiscado dizendo que estaria na casa de Esme e Carlisle, e pedindo para que aencontrássemos lá. Ela também avisara que havia pegado o Volvo, explicando que seesqueceu de abastecer o Posche. Típico. Ri do esquecimento de Renesmee e fui atéEdward com o bilhete. Ele franziu o rosto e balançou a cabeça negativamente.- Com a memória que ela tem, ninguém nunca diria que é meio vampira.Bati de leve no ombro dele, puxando-o para meus lábios. Era incrível como eununca me cansava do toque dele. Feliz aniversário de casamento. Eu pensei. Eu amovocê.- Ninguém nunca amou ninguém como eu amo você, senhora Cullen.Eu revirei os olhos, não querendo discutir. Não valia a pena dizer pelamilionésima vez que havia uma exceção. Ficamos ali, juntos, por mais algunsmomentos, até que eu finalmente nos separei e apontei com a cabeça para a floresta,para o lado onde era a casa de Esme e Carlisle.- Não quero demorar. – Eu mordi os lábios, cobrindo minha mente e tentando pensarem uma desculpa plausível para passarmos pela loja de antiguidades no centro dacidade. – Depois de encontrar com Renesmee, ainda precisamos passar em uma loja nacidade. – Revirei os olhos. – Alice quer que eu opine sobre a mobília da festa daRenesmee.O aniversário de sete anos de minha filha era, de certa forma, um marco.Segundo as informações que tínhamos de Nahuel, esse seria o ano em que Renesmeepararia de crescer e se desenvolver, como mandava sua metade vampira. Seguimos pelafloresta em um ritmo muito rápido, animados pela emoção da velocidade. Eu sentia queera impossível me cansar da sensação de liberdade que me invadia sempre que o ventocarregava meus cabelos.- No que você está pensando? – Edward franziu o cenho, desacostumado a ficar tantotempo sem ter acesso a minha mente. Soltei meu escudo e olhei em sua direção,apreciando enquanto ele corria exatamente no mesmo ritmo que eu.Você não acha estranho que Alice não tenha tentado dar uma festa? O pensamento meocorreu de súbito. Ou talvez ela tenha tentado, com alguma ajuda...- Não sei de nada. – Ele sorriu para mim. – Dou a minha palavra.Dei de ombros enquanto continuávamos a correr, já nos aproximando da casade Carlisle e Esme.Acho que se ela tentasse te convencer a não contar, você esconderia de mim. Eulevantei uma sobrancelha, virando minha cabeça para o lado.- Você não faria o mesmo? – Ele devolveu o gesto. – Alice é Alice, afinal. Mas dessa vezeu juro que, se ela está aprontando algo, é pelas minhas costas.Ri da forma como a frase "Alice é Alice, afinal" saiu de sua boca. Parecia que eleestava recitando um poema há muito decorado. Ele riu da minha risada, e ficamosrindo de nossa situação até chegarmos ao nosso destino.Rosalie e Esme estavam entrando na sala no momento em que chegamos, enossa mãe foi a primeira a correr até nossos braços.- Feliz aniversário! – Esme riu em nossos ombros. – Nem acredito que já faz sete anos.Um tempo se passou até que todos os presentes nos parabenizassem, e quesentíssemos falta dos ausentes. Rose explicou que Emmett estava pagando uma apostaque havia perdido para Jasper, e que todos haviam nos mandado votos de felicidade.No meio de alguma conversa, Renesmee – que estava muito quieta antes – apareceucom uma moldura quase do tamanho dela e um envelope. O último se revelou umaconfirmação de reserva de um resort por uma semana. Então era por isso que Alice nãohavia planejado nada. Nossa filha provavelmente estava arrumando aquilo há muitotempo. A grande moldura era um retrato de nós três que teria me feito chorar, se eufosse fisicamente capaz. Não era possível que agradecêssemos nossa filha o suficiente,mas depois de tentarmos, decidimos que era melhor partirmos logo. Lembrei dopresente de Edward e interrompi nossa caminhada até o Volvo – já abastecido por Alicecom nossas roupas de viagem.- Eu também não tive tempo de te entregar o seu. – Edward franziu os lábios.- Droga. – Eu suspirei, colocando meu escudo de volta. – Eu estava muito boa emmanter em segredo, tinha que estragar logo agora?- Você nunca estraga nada, minha Bella. – Ele abriu a porta do carro para mim e euentrei cuidadosamente.Sabe... Eu soltei o escudo mais uma vez. Eu estava me perguntando quantas vezes euvou ter que dizer que você já me deu todos os melhores presentes possíveis só porexistir, e depois por me dar Renesmee. Você não devia poder me dar mais nada.- Eu poderia discutir. – Ele já estava saindo da casa de nossos pais e entrando naestrada. – Mas não vou perder tempo nem energia com isso. No fim das contas, o queimporta é que eu sou o homem mais sortudo do mundo.Revirei os olhos para ele e comecei a repassar nossas memórias, verificandopara garantir que meu escudo ainda estivesse solto. Gostava de fazer isso porque, alémde me fazer feliz pensar em tudo aquilo, Edward sentia muito prazer em ler meuspensamentos, e principalmente meus pensamentos sobre ele. Passei por cada um denossos melhores momentos, e percebi que eles eram muitos quando chegamos aoresort e eu ainda tinha anos de lembranças para compartilhar. Ele abriu a porta docarro para mim e foi até a recepção, me puxando com delicadeza pela mão. Assim queentramos, as luzes se apagaram e uma música começou a tocar. Minha canção de ninar.Você fez isso? Ele apenas balançou a cabeça negativamente. Bem a nossa frente, fotos etrechos de vídeos de nossa vida de casados começaram a passar em sequência, numritmo que acompanhava perfeitamente a melodia. Apoiei minha cabeça em seu ombro eali fiquei até que o vídeo terminasse.- Feliz aniversário de casamento. – Um menino que nem devia ter vinte anos ainda noscumprimentou. – Esperamos que aproveitem e apreciem a estadia. Poderia me mostraro cartão de confirmação de reserva, por favor?Edward assentiu, tratando com muita simpatia o funcionário. Em vinte minutos omenino já estava indo embora em seu carro e, como estava escrito no envelope, deixadoo resort apenas para nós.- Devemos pegar nossas malas? – Eu estiquei meus braços por volta do corpo perfeitode meu marido mais perfeito ainda.- Você realmente quer começar com roupas?Eu não estava pensando exatamente em roupas. Mordi meu lábio e repassei umamemória pela qual já havia passado no carro. Uma um pouco embaçada, mas que aindaera inteligível. Nossa lua de mel. Minhas mãos frenéticas percorrendo minha mala.Aposto que foi Alice quem arrumou... Em menos de trinta segundos estávamos abrindoa mala do carro. Fomos surpreendidos por mais um embrulho. Edward me encarou,como se perguntasse se eu tinha algo a ver com aquilo.- Renesmee está cada vez mais cheia de surpresas. – Eu sorri, esticando minha mãopara abrir o pacote. Por dentro do papel de presente, um lindo álbum guardava grandeparte das fotos que havíamos acabado de assistir em sequência. Na última página doálbum, uma pequena mensagem."Amo vocês, feliz aniversário de casamento... E aproveitem a semana. Beijos, R.".Acho que temos que obedecer.Edward me pegou em seus braços e começou a cobrir meu corpo com beijos.- Com todo o prazer.

O aniversário de casamento de Bella e EdwardOnde histórias criam vida. Descubra agora