Nove Meses com você (Romance Dark) EM REVISÃO.

Capítulo 1

Prólogo...

Alguns anos atrás..

Grécia...

Athena...

Eu não entendia o porquê da minha mãe não parar de chorar, fiquei no canto da sala, escondida, enquanto os homens estranhos falavam algo para ela, eu não gostava daqueles homens, estavam fazendo a mamãe chorar, se o papai estivesse aqui, eles não fariam ela chorar, hoje ele tá demorando chegar.
Fico ali esperando que esses homens vão embora e deixem minha mãe em paz, logo o papai estaria ali e ela voltaria a sorrir.
Os homens continuam por mais um tempo ali, e eu ainda continuava sem ouvir o que eles diziam para minha mãe, mas ela não parava de chorar.
Ouço passos atrás de mim, eu sei que fui pega pela minha irmã Helena.

— O quê você tá fazendo aqui, Athena?

Minha irmã Helena, tinha 13 anos eu só tinha 8, mas às vezes, eu achava ela tão séria e distante.

— Aqueles homens, eles fizeram a mamãe chorar.

Minha irmã põe a cabeça na porta do escritório e fica observando com a testa franzida, depois de um tempo ela se afasta.

— Vem Athena, melhor esperarmos no quarto.

— Mas a mamãe, está chorando.

Tento protestar, mas minha irmã Insiste.

— Ela vai, subi para falar conosco, vem.

Olhando uma última vez para minha mãe, eu sigo Helena ainda relutante.
Já no quarto, fiquei na minha cama aguardando mamãe subi, mas estava demorando e eu estava impaciente, já minha irmã, parecia perdida em seus próprios pensamentos.

Quanto mais as horas se iam, mais aflita eu me encontrava, porque nosso pai sempre passava no quarto para dar um beijo de boa noite, e minha mãe estava chorando tanto, fiquei olhando para o teto, esparramada em minha cama, começando a ficar inquieta, eu soltava longos suspiros fazendo Helena resmungar.

"Qual era o problema dela?"

A porta do nosso quarto finalmente se abriu, revelando nossa mãe Agatha, estava com os olhos vermelhos e sua expressão era de dor, olhei por cima de seu ombro esperando que o papai entrasse, mas nada havia atrás de nossa mãe.

Ela encostou a porta e seguiu até a beirada da minha cama.

— Por que esta chorando, aqueles homens eram maus, mamãe?

Minha mãe deixa um soluço escapar, entre seus lábios e mais lágrimas escorrem pelo seu rosto.

— Filhas, a mamãe precisa contar uma coisa para vocês...

Eu não estava gostando do jeito que minha mãe estava olhando, geralmente eu adorava saber de alguma novidade, mas essa aqui esta parecendo fazer minha mãe sofrer.

— Cadê o papai?.., ele também gosta de saber das coisas.

Minha mãe tenta sufocar o choro, mas esta se desfazendo sentada na beirada da minha cama, olho para Helena tentando pedir ajuda, mas minha irmã continua ali, seus olhos vidrados num ponto vazio sem reação.

— Filha, aconteceu uma coisa...

— O quê?!

Helena se vira com os olhos taciturnos e diz fazendo nossa mãe dá, um pulo.

— Ela está tentando dizer, que o papai morreu.

Olho para nossa mãe que esta com a expressão de reprovação, olhando fria para Helena.

— HELENA?!!

Minha irmã, no entanto, esta parada, encolhida em sua cama, seus olhos continuam perdido em algo, mas sua voz continua ecoando pelo quarto.

— Ele morreu, não morreu, por que não diz logo?

Eu estava tremendo, com a cabeça girando, enquanto observava minha mãe parada em choque.

— Cadê o papai??

Pergunto com a voz baixa, isso era mentira da minha irmã, ela só estava com ciúmes, ela sabia que o papai me tratava como sua princesa.

— Filha, seu papai, ele partiu, está lá no céu.

— O que, não, ele não pode partir e nós...

Eu estava entrando em desespero, enquanto minha irmã parecia não sentir nada, ela nem piscava.

— Para o céu, tem certeza que ele esta no céu, mamãe?

Aquilo só irritou nossa mãe, eu vi quando ela partiu para cima de Helena, mas o que estava acontecendo.

**********

Olhei para o corpo do meu pai, ele estava pálido, o cheiro das flores, fazia meu estômago se revirar e minha cabeça doía tanto, eu não entendia, porque ele tinha que esta ali, ele sempre prometia voltar, mas hoje, estava aqui, sem sorrir e sem se mover, havia tantas pessoas estranhas ali, minha mãe estava se desfazendo em lágrimas, enquanto pessoas tentavam consola-lá.

Senti a mão de alguém, tocando meu ombro, quando ergui meus olhos, vi meu tio Cassius parado, sua expressão era de pura tristeza.

— Por que, o papai foi embora tio?

Pergunto limpando as lágrimas, que caiam em meu rosto.

— Ele não teve escolha pequena, fizeram isso com seu baba.

Olhei confusa para meu papai no caixão, quem faria isso, uma raiva começou a crescer dentro de mim, e tudo que eu desejei, foi que essas pessoas que tiraram meu papai sofressem, sentissem a dor que causaram em mim, meu papai era meu herói.

— Eu odeio essas pessoas...

Essa a era a verdade, a partir daquele momento eu os odiava e queria que todos pagassem, pela dor que havia causado em mim.

— Cadê sua irmã?

Olhei em volta e não vi Helena, ela se manteve em silêncio, desde daquele dia no quarto, eu tentei falar com ela, mas ela só olhava para algo distante, era como se fossemos invisíveis aos seus olhos.

— Ela não fala, por que ela não fala tio?

Meu tio coça o queixo, sua testa franzida encarando o papai.

— Não sei pequena...

— Ela também não chora, a mamãe esta brava com ela.

— Algumas pessoas, reagem diferente pequena.

— Ela disse, que o papai não foi para o céu.

Meu tio ergue uma sobrancelha.

— Ela estava confusa, não devemos, pressiona-lá, aposto que esta sofrendo...

Olho para minha mãe, ela estava se desfazendo em lágrimas, eu estava com aquele aperto, mas minha irmã parecia alheia a tudo que estava acontecendo, parecia nem se abalar com tudo, eu estava começando a odiá-la por isso, assim como eu odiava aquelas pessoas.