Athena.
Eu estava parada tentando comer sem nada para fora, mas pensar em ficar num lugar deserto, sem ele, sem ninguém.
— Não se preocupe, o lugar é lindo, vai gostar.
Olho para ele e forço um sorriso.
— Onde fica?
— Você sabe que a Sicília é a maior ilha do Mar Mediterrâneo. É uma região autônoma da Itália, com as ilhas menores vizinhas, você já ouviu falar das Ilhas Eólias, Panarea é a mais exclusiva delas, e a menor, na alta estação é bem badalada e luxuosa, mas agora está bem sossegada.
— É sua?
Pergunto sorrindo, ele ergue uma sobrancelha.
— Sim, mas ninguém sabe, é um dos negócios que tenho orgulho, limpo e sem riscos, há muita beleza naquele lugar.
— Uau, uma ilha, que modesto.
O provoco, tocando seu ombro.
— Ela é bem modesta.
Reviro meus olhos, mas meu estômago se manifesta, passo a mão na testa, Domênico está me olhando com a expressão angustiada.
— Ei, Você tá bem?
— Desculpe, mas meu estômago, está querendo entrar em conflito.
Ele fica de pé e caminha até parar ao meu lado.
— Vou ligar, para o doutor Will.
— Vou ficar bem.
Acariciando meu rosto, ele beija minha testa.
— Não posso deixar você só assim, mas não posso ir, antes de me livrar do meu pai.
— Tudo bem, eu entendo.
Ele esfrega a testa, parece pensar por alguns instantes, então fala.
— Você pode ligar para aquele seu amigo.
Franzo a testa confusa.
— Magnus?!
— Sim, você pode ligar para ele, peça para ficar pronto, eu mando o carro levá-lo até o jatinho.
Não consegui conter o sorriso e o sentimento acalentando meu coração, sim, eu estava apaixonada por esse homem, eu não tinha mais dúvidas.
— Você faria isso por mim?
Pergunto com lágrimas nos olhos.
— Eu faço qualquer coisa...por Você..
Deixando as lágrimas correrem, por meu rosto eu o envolvo em meus braços.
— Tenho certeza, que estou apaixonada por você.
Ele me aperta contra seu peito e eu expiro inalando seu cheiro.
****************Eu estava no carro, a caminho do jato onde encontraria Magnus, meu coração estava cintilante, poder ter contato com meu amigo, era algo revigorante, mesmo assim meus pensamentos se voltavam para o homem que deixei para trás, ficar pensando no que poderia acontecer entre ele e seu pai, me causava arrepios por todo o corpo. Domênico e eu decidimos pegar o exame assim que estivesse pronto, ele me prometeu que abriria assim que viesse me encontrar.
O carro parou diante de um jato extremamente chique, ali predominava a riqueza e o poder, não tinha como não se intimidar, observando tudo aquilo, algo que me incomodava, pensar que talvez tanta riqueza estivesse manchada por sangue, acabava dando náuseas em mim.
— Senhorita, chegamos!
O motorista abre a porta e eu desço inalando o ar da noite amena, parecia tão calmo olhar em volta e ver apenas luzes a distância, mas eu sabia que por trás dessa calmaria toda, havia uma grande guerra e a maior de todas seria com o pai do homem que eu deveria odiar, em vez disso, meu coração se rendeu, em poucas semanas, ele já estava acelerando no peito, apenas por vê-lo, por perto.
Segui até a escada e subi, meus olhos se encheram de lágrimas, assim que Magnus surgiu a minha frente.
— Surpresa!
Ele me abraça, me erguendo no ar, era um dos abraços, que acabei de me dar conta, do quanto senti falta.
— Você esta, mesmo aqui.
Digo fungando, eu estava me tornando uma manteiga derretida, serio, ninguém reconheceria a antiga Athena, forte depois de me ver assim.
— Você esta um arraso garota.
Ele diz me examinando, claro com as roupas caras que Domênico comprou, eu devia esta parecendo uma dessas madames de capa de revistas, aquelas que eu e meu amigo aqui, costumávamos olhar e sonhar.
— São apenas roupas, nada comparado a esta aqui, como você.
Ele revira os olhos, mas ele não fazia ideia do quanto estava sendo sincera, já se passará um mês, desde que o vi, mas para mim, parecia uma eternidade, Magnus e eu, éramos como irmãos, não costumávamos, passar tanto tempo sem se ver.
Ao som da voz do piloto, e uma única aeromoça presente no jato, nos acomodamos com segurança em nossos lugares, sei que Magnus, tinha muitas perguntas a serem respondidas, seus olhos não conseguiam esconder aquele brilho de empolgação.
— Então, isso tudo aqui, o que eu perdi?
Ele pergunta tomando um gole da bebida que a moça trouxe, champanhe era claro, podia ver as bolinhas na bebida, estava com aquele aspecto convidativo, eu, no entanto, não podia, o que fez meu amigo ficar mais curioso, ele sabia que eu não recusava uma boa bebida.
— Esta tudo tão confuso, e se eu te contar, penso que vai me achar louca.
Desvio meus olhos, olhando o chão ficar cada vez mais distante.
— Você sabe que sou seu amigo e sempre apoio suas loucuras, pelo menos as sensatas.
Volto a olha-lo com um pequeno sorriso, às vezes eu achava que Magnus, me lembrava mais uma família do que a minha.
— Isso vai muito mais além, que todas as minhas loucuras.
— Não estou aqui para julgar ninguém Athena, você sabe muito bem, que detesto qualquer julgamento precipitado.
Respiro fundo, antes de ter aquele primeiro vestígio de coragem.
— Estou apaixonada pelo filho do monstro, que tirou a vida do meu pai.
Meu amigo respira fundo e me encara.
— Isso me parece muito, Capuletos e Montecchios.
Balanço a cabeça.
— Tem mais, no dia que eu sumi da balada, eu fui drogada, quando acordei estava algemada na cama dele.
Meu amigo aperta os olhos e cerra a mandíbula.
— Alguém descobriu tudo e armou para mim, mas a armadilha foi para ele também.
— Como assim?
— Lembra daquelas fotos, onde ele estava selecionando aquelas mulheres?
— Claro, você me pediu que desse um jeito de te infiltrar entre elas, mas eu não havia conseguido.
Aquilo estava mais estranho, como minha foto havia parado lado, se meu amigo acabou de afirmar que não conseguiu.
— Era uma seleção para escolher uma garota para inseminar.
Os olhos do meu amigo, estão arregalados e uma expressão de horror se formou em seu rosto.
— A pessoa que colocou minha foto lá, também armou meu sequestro, e fui inseminada Magnus.
— Não!!...isso é uma loucura, precisamos fazer algo.
— Agora que sei que você não tem nada a ver com isso, estou seriamente preocupada, tem alguém que sabe de tudo e Domênico pode esta em perigo.
— Espera?!...Esta me dizendo, que você pode esta grávida desse cara e que isso, não te afeta em nada? Esta apaixonada por ele?
Eu disse que isso era muito mais que minhas loucuras habituais e agora estava desviando os olhos do meu amigo, com medo de sua repulsa.
— Athena, isso é uma grande loucura, perigoso, mas se ele esta tentando te proteger e me mandou buscar para ficar com você, é porque se importa, eu preciso acreditar nisso, ou minha cabeça explodirá, com tanta loucura.
— Eu sou uma monstra Magnus, me fala?
Ele estica sua mão e segura a minha.
— Nunca, esta me ouvindo, eu acredito que o amor vem para salvar as pessoas, mesmo que em formas muito estranhas, acredito que vocês dois podem salvar um ao outro.
Meu coração se aquietou, enquanto ouvia meu amigo.
— Caramba! Minha amiga pode esta grávida, isso foi a maior das loucuras que ouvi.
Sorrio o encarando.
— Serio, isso foi o mais absurdo em tudo isso, que eu te contei?
— Eu só preciso saber se você vai ficar bem, o resto a gente ver depois.
Ele pisca e sorri, mas era o resto, o depois que me atormentava, porque cada vez mais, isso me parecia muito assustador.
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Nove Meses com você (Romance Dark) EM REVISÃO.
RomanceAthena Nomikos, uma Grega cujo objetivo é se vingar do grande chefe da Máfia Italiana, ela passou parte de sua vida se infiltrando nos eventos e estabelecimentos da Máfia, sua sede de vingança, irá, leva-la diretamente a Domênico Bertoli, o filho do...