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—amor atende a campainha— Amélia fala da cozinha. Eu me levanto do sofá e vou pra porta e escuto a pessoa falando
—você consegue...você esperou a vida toda por isso! Você consegue— deve ser uma fã. Eu abro a porta
—oi, em que posso ajudá-la?— pergunto sorrindo. Ela fica paralisada quando me ve— você esta bem?
—não...quer dizer estou— falou com um sotaque fraco mas perceptível— é eu...não sei como falar isso
—você é uma fã?
—não, quer dizer sim...calma— ela falou e respirou fundo. Eu riu— vai parecer estranho o que eu vou falar agora mas é verdade eu preciso que você não chame a polícia nem nada do tipo porque eu não aguento mais ficar naquele lugar sabendo que você esta aqui e...
—calma ai— falei e segurei os ombros dela, ela ta me deixando com medo— aquele lugar...você fugiu de algum canto?
—não— ela responde— eles me deram o dia livre hoje e eu escolhi vir pra cá
—certo...dia livre de onde?
—do orfanato— eu afirmo
—qual é o seu nome?
—Kate— ela falou
—eu sou o...
—Dean eu sei— ela fala nervosa— eu não sei como falar, eu fiquei horas imaginando essa sena na minha cabeça e ensaiando o que eu vou falar mas tudo fugiu da minha cabeça agora
—fala se uma vez...como se fosse arrancar o esparadrapo...
—eu acho que sou a sua filha— ela fala e eu congelo. Como assim minha filha? Eu não tenho filhos! E pretendia ter apenas depois do casamento com a Amélia! Essa menina não fugiu de um orfanato e sim de um hospício...ela é louca!
—certo...quantos anos você tem?— se ela falar 15 eu vou desmaiar. Faz 15 anos que eu fiquei com uma mulher que foi a minha primeira transa, e a camisinha estourou...ela fez o teste mais não deu nada, mas ela faz o teste muito cedo e escondido dos pais porque ela também estava perdendo a virgindade.
—15 anos— ela falou nervosa. Certo tinha uma minima chance dela ser minha filha sim...mas muito pequena. Acho que to passando mal
—cade a sua mãe e seu pai garota?— eu pergunto nervoso
—a minha mãe morreu no meu parto...e o meu pai abandou minha mãe quando ela falou que ela estava gravida— eu não abandonei ninguem, muito menos depois de saber que ia ser pai! Então essa historia não bate— eu não deveria ter vindo aqui...desculpe te incomodar eu so, sabia que você estava aqui e queria saber se tinha uma chance disso acontecer, mas pela sua cara não tem. Eu sou muito lesa de pensar nisso me desculpe te incomodar— ela falou triste e nervosa ao mesmo tempo. Meu peito se enche de compaixão. Ela se vira com a mochila de costas do orfanato que ela morava, ele é aqui perto realmente mas me surpreendo quando ela vai a pé para fora da rua. Eu entro em casa ainda chocado com o que aconteceu, acho que não estou bem...eu entro na cozinha e a Amélia fala
—quem era amor?— eu fico calado sem conseguir falar um palavra. Porque ela não queria ficar naquele lugar? Será que maltratavam ela?— amor você esta bem? Esta pálido. Quem era na porta?
—uma menina— eu falei baixo e olhei pra ela que sorriu
—uma fã? As fãs menininhas são as mais fofas
—não— eu falei e pensei nela de novo. Ela era parecida com a menina que eu dormi...e comigo também. Tinha os meus olhos verdes e os cabelos castanhos da mãe...ou pelo menos eu pensava que era a Kitty. Eu deveria ter perguntando o nome da mãe dela!— era uma menina do orfanato
—ohhh...ela veio so falar com você?! Que fofa! A foto ficou boa?
—ela disse que era a minha filha— eu olhei pra Amélia que parou de cortar a cebola
—o que?
—mas não tem como ela ser minha filha
—e porque ela acha isso?
—quer dizer tem porque ela achar isso— falei não respondendo a pergunta da Amélia— as datas batem...mas ela não é a minha filha não é?— levanto o olhar e percebo as merdas que eu to falando em voz alta
—quantos anos ela tem Dean?— ela pergunta com os olhos cheios de lagrimas
—pelo amor de deus eu não te trai! Eu nunca faria isso eu te amo muito— falei abraçando ela— ela tem 15 anos. Você sabe que eu não sou o cara babaca que trai ne?
—sei— ela fala e eu limpo a lagrima dela— desculpa por pensar isso
—eu pensaria a mesma coisa— ela afirma e me da um beijo— eu te amo
—eu também te amo— ela falou— mas ela falou o que? Tipo falou que era sua filha e foi embora?
—ela falou que tomou coragem de vir aqui, porque não aguentava mais aquele lugar, e falou que era a minha filha, eu perguntei onde estavam os pais dela e ela falou que a mãe dela morreu no parto e o pai dela fugiu quando a mãe dela falou que estava gravida
—e a 15 anos onde você estava? Você tinha...13 anos! Com quantos anos perdeu a virgindade mesmo? Se eu me lembro bem 12 ne?
—13...com uma menina chamada Kitty
—e vocês usaram camisinha?
—sim mas...ela estourou.
—ela parece com você ou com a menina?
—um pouco de cada... ela tem os olhos igual aos meus e os cabelos da menina...e a aparência é uma mistura de nos dois, ela...sera que maltratam ela no orfanato?— Amélia me olha espantada
—qual é?
—o aqui perto— falei
—eles tem nome, são muito conhecidos...não maltratariam crianças— ela falou e eu afirmo— como você esta?
—espantado— admiti. Não tinha pra que esconder nada dela, ela me escutaria e me daria concelhos...ela sempre faz isso porque ela é psicologa— isso me assustou
—quer ir ver ela?— ela me pergunta. Caramba, olha essa mulher! Ela acabou de descobrir que uma menina chegou com a suspeita de o noivo dela ser o pai dela, e ela pergunta se eu estou bem e depois se quer se certificar que ela esta bem! Eu amo essa mulher porra!— podemos ate...fazer um teste de paternidade
—você iria comigo?
—você acha que era um opção você ir sozinho? Você me pediu em casamento, ta grudado em mim querendo ou não—eu riu e afirmo me levantando, eu dou um abraço apertado nela
—você é perfeita...

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