Capítulo 1 - Um encontro estranho

255 12 15
                                    

Paz e tranquilidade... Essas palavras define a pequena cidade onde eu moro, Oratan, uma cidade calma e tranquila, onde praticamente todos os habitantes se conhecem. Era quase por do sol, e eu estava na casa do meu melhor amigo Nicolas. - Nicolas era um garoto loiro, cabelos encaracolados, pele pálida, com algumas sardas no rosto, e era bastante inteligente. Estávamos no seu quarto estudando para a prova do dia seguinte. Quando olhei para o relógio da parede do quarto levei um baita susto, pois já marcava 18h:00min, isso significava que estávamos estudando à 5 horas, e como sempre, nada que estudamos penetrava no meu cérebro, então falei:

- Nicolas, já estamos estudando à cinco horas, e nada do que estudamos entrou na minha cabeça, irei tirar zero na prova de amanhã. - Disse abaixando a cabeça na mesa de estudos.

- Calma Sebastian! Exclamou Nicolas. - Sebastian, se me permite dizer uma coisa, não é de hoje que eu venho percebendo que você está estranho. O que está acontecendo com você?

- Nada! - Respondi. Apesar de que de uns tempos pra cá estou tendo pesadelos super estranhos com um dragão.

- Sebastian você não era assim, você sempre tirava boas notas, era um bom aluno, mas de uns tempos pra cá, você esta meio que... Desinteressado! - Exclamou.

- Bobagem sua cara, sou o mesmo Sebastian de sempre, E além do mais, já está tarde, tenho que ir pra casa, a gente se vê amanhã no colégio. - Falei levantando e guardando meu livro de História na mochila.

- Tudo bem então, vou te acompanhar até à porta.

- Não cara, não precisa, pode continuar estudando! Exclamei indo em direção à porta do quarto.

- Ok então, até amanhã! - Disse Nicolas dando um breve sorriso.

Saí do quarto e desci a escadaria, na sala, vi que os pais de Nicolas estavam sentados no sofá assistindo a um filme, ao que me pareceu ser de ação, pois tinha várias explosões. Fui até eles e falei:

- Já estou indo senhor e senhora Dantas. Ah, e muito obrigado pelo lanche que me serviu mais cedo senhora Dantas, estava delicioso! - Exclamei dando um pequeno sorriso.

- Por nada querido! Mas por que você não fica para o jantar? Será servido daqui à pouco, quando terminar o jantar o Antônio pode te deixar em casa. - Completou a senhora Dantas. Antônio era o primeiro nome do pai de Nicolas.

- Isso mesmo, fique Sebastian, quando terminar o jantar vou deixa-lo em casa! - Exclamou o senhor Dantas.

- Obrigado senhor, mas hoje tenho que jantar em casa, uns amigos do meu pai irão jantar lá e meus pais querem que eu esteja presente. - Respondi.

- Tudo bem então querido, mas te esperamos para um jantar conosco qualquer dia desses, hein!? - Exclamou a senhora Dantas me dando um beijo no rosto.

- Claro senhora! - Respondi timidamente. - E até logo senhor Dantas. - Completei.

- Até logo Sebastian. - Respondeu o pai de Nicolas apertando minha mão.

Depois disso, fui em direção à porta de saída e saí. Notei que já tinha escurecido bastante e minha casa ficava a dez minutos da casa do Nicolas, então fui correndo para casa, para não me atrasar pro jantar com os amigos do meu pai. Eu não sei por que, mas, naquele momento não havia ninguém nas ruas, mas eu fui correndo tão rápido que nem liguei.

Quando eu já estava quase virando a esquina da rua de casa, BAM! Tropecei e cai, minha mochila saiu das minhas costas e caiu um pouco mais na minha frente. Quando levantei, vi que algo ou alguém, não sabia bem o que era, pois estava com umas vestes pretas e encapuzadas, porém aparentava ser um homem, estava segurando minha mochila. Fiquei surpreso, pois não tinha ninguém nas ruas desde que tinha saído da casa do Nicolas, então fiquei me perguntando, de onde aquele homem surgiu?

Após estar recomposto, não sei como as palavras sairão da minha boca, mas exclamei: -Desculpe, mas está mochila é minha!

Então o homem encapuzado veio em minha direção. Naquele momento parece que perdi totalmente o controle do meu corpo, pois fiquei sem reação. Após chegar à minha frente, pude ter certeza que era um homem, pois de dentro daquelas vestes saiu uma voz masculina, dizendo: - Sim, esta aqui, e espero não ter te assustado.

Após me entregar a mochila, coloquei-a nas costas.

- Obrigado, mas quem é você? - Perguntei com medo.

- Em breve saberá, Herdeiro de Apallatt! - Respondeu o homem.

- Desculpa, o que você disse? Herdeiro de quem? - Mas antes que eu terminasse a pergunta ele se afastou em uma velocidade inacreditável, era tão rapido, que o vulto de seu corpo o acompanhava.

Quando ele desapareceu de vista, recuperei o controle do meu corpo e virei à esquina. Ao chegar em casa, dei boa noite aos meus pais e aos convidados. Fui até minha mãe e disse baixinho pra ela:

- Mãe, não estou com fome, não se importa se eu subir direto pro meu quarto, né?

- Não querido, claro que não! Mas aconteceu alguma coisa? - Falou baixinho, mas com cara de preocupada.

- Não mãe, não aconteceu nada. - Respondi, pois não queria falar sobre o que acabara de acontecer na esquina de casa para não estragar o jantar.

- Tem certeza filho? - Insistiu.

- Sim mãe, tenho. - Confirmei me afastando.

Após subir as escadas, entrei no meu quarto, coloquei a mochila na poltrona e fui tomar um banho. Aquele foi o banho mais demorado que já tomei na minha vida. Após sair do banho, fui me vestir e me deitar na minha cama. Nisso já era 19h:30min, deduzi que o jantar tinha começado, pois dava para escutar a conversa entre meus pais e seus amigos, e também dava para escutar os talheres baterem nos pratos. Mas nem o barulho dos talheres, nem os diferentes assuntos que meus pais conversavam com os convidados, tiravam do meu pensamento o que tinha acontecido comigo na esquina de casa. Fiquei ali, horas e horas pensando no ocorrido, me perguntando quem seria aquele homem de roupas pretas encapuzado e o mais importante, por que ele me chamou de "Herdeiro de Apallatt".

Após ter ficado um bom tempo refletindo sobre isso, não consegui ter nenhuma resposta lógica, a não ser que ele tivesse me confundido com alguém. Então decidi esquecer tudo o que aconteceu desde minha saída da casa dos pais de Nicolas até o ocorrido na esquina. Levantei da cama e desci para tomar água, já era dez da noite, meus pais estavam se despedindo dos amigos, andei em silêncio até a geladeira e peguei uma garrafa d'água, enchi o copo e bebi. Já estava voltando pro meu quarto,  quando de repente minha mãe e meu pai entraram na cozinha, vi que eles estavam com cara de preocupados.

- Filho, o que aconteceu com você hoje? Estava estranho quando chegou. - Questionou meu pai.

- Nada pai. - Respondi. Apesar de que agora que os convidados tinham ido embora, estava doido pra contar sobre o homem encapuzado, mas não queria preocupar eles.

- Sebastian, nós sabemos quando você está estranho, somos seus pais, conte-nos o que aconteceu! - Exclamou minha mãe.

Eu sabia que eles não me deixariam sair dali sem lhes dá alguma resposta convincente, então pensei um pouco e... - Mãe, pai, não é nada. O problema é que eu passei à tarde toda estudando com o Nicolas para a prova de amanhã é não consegui entender nada do que estudamos, é isso! - Exclamei dando um suspiro, rezando para que eles acreditassem.

- Ah filho, não precisa ficar assim, se você não se sair bem na primeira prova, com certeza seu professor irá passar um segunda avaliação de recuperação. - Disse meu pai tentando me consolar.

- É você tem razão pai! - Exclamei tentando sair dali o quanto antes. - Bom, já vou indo pro meu quarto, tenho que acordar cedo amanhã. Boa noite pai, boa noite mãe, até amanhã! - Gritei subindo a escadaria.

O Herdeiro de ApallattOnde histórias criam vida. Descubra agora