.Não é um sequestro
Extremamente fácil entreter e distrair a garota. Mesmo após o imenso mal entendido, com poucos segundos de um filme aleatório que escolho para transmitir na televisão, ____ mostra-se interessada somente e profundamente no que se abordava na telinha. Guerras, cavalos e castelos. Parece violento e medieval? Pois, estávamos assistindo Alice no país das maravilhas. Apontei uma arma para o seu rosto e a fiz perguntas amedrontadoras, mas ela está aqui ao meu lado sorrindo.
A todo tempo ela, que conhecia o fenômeno das edições cinematográficas agora, comentava abismada com os belíssimos gráficos: “woah! Aquele castelo realmente é real? Será que está perdido em algum lugar do mundo?”
Soa ingênua, sei disso, mas até eu questionava-me as vezes. Na verdade, faço perguntas à mim mesmo o tempo todo, das mais idiotas que se pode imaginar.
Durante as horas entretidas, a fome se fez presente e logo me propus a ir até a cozinha preparar algo para supri-la. Seria naquele momento que eu iria desmaiar ela e começar a arrumar a mudança. O calmante era forte, precisei somente salpicar o bolo com o pó da droga e lhe entregar na espera de uma mordida vantajosa.
Voltei para a sala mastigando algum doce, aonde ___ sentada sobre o sofá com seus pés que com muito esforço encostavam o chão, prestava toda sua atenção ao filme inacabado. Deixo delicadamente o prato azul de porcelana barata que continha somente uma fatia de bolo, sobre a mesa velha e amadeirada no centro frente ao assento espaçoso. E relaxei-me ao lado dela, que sequer prestou atenção no que pegara, devorando tudo com duas mordidas generosas. Fiquei um pouco arrependido, porque pela quantidade exposta, mais que uma mordida a faria dormir por quase um dia inteiro. E com essa velocidade na ação da droga, a garota apagou no meu ombro em questão de... 3 minutos, cravados. Fora como se a mesma tivesse sido golpeada fortemente na cabeça, desmaiou em um coma profundo, parecendo nunca mais acordar.
Suspirei apreensivo, e me pus de pé para pega-la no colo, segurando na dobra de seus joelhos com um braço e com o outro apoiando suas costas, caminhando em passos macios até o meu quarto vazio aonde cuidadosamente a deixo na cama espaçosa. Alguns fios de sua franja caíram sobre seus olhos, e eu os ajeitei no lugar de maneira plena, mesmo sabendo que ela não acordaria com qualquer movimento que eu fizesse. Antes de ir começar a arrumar tudo para a partida, também a cobri com o edredom que ao seu lado dobrado estava. Era azul escuro e branco, muito, muito macio e quente.
Estalo os ombros, os dedos, dou uma olhada 360° graus por todo o lugar e suspiro já cansado. Essa arrumação vai dar o maior trabalho; pensei comigo mesmo.
[...]
Na estrada rumo a Seul
E ainda estávamos na metade do caminho, está era a rota mais vazia, sem trânsito algum. O que me preocupa mesmo é o quão forte essa “carroça” que ainda tenho a luxuria de nomear como carro pode ser, não vi um posto de gasolina para abastecer sequer. Estamos mesmo contando com a sorte aqui._____ dormia plenamente no banco ao meu lado, eu não amarrei suas mãos nem seus pés, tampouco tive a ideia de cobrir sua boca com algum tecido, não queria acreditar num sequestro, essa versão dos fatos me parecia antiético. A garota estava somente descansando, pensemos assim. Mesmo inconsciente, sua postura não torna-se descuidada. A cabeça tombada e apoiada no vidro escuro da janela, suas mãos delicadas estavam juntinhas sobre o meio de suas coxas, as suas pernas, fechadas mas não cruzadas, sem nenhum traço forçado, a imagem da garota dormindo era uma obra de arte intocável. Vez ou outra eu a olhava de rabo de olho, para verificar não sei o que.
Todos as janelas do carro tinham seus vidros levantados, com exceção da minha, eu gosto do vento corrente batendo no meu rosto, o cheiro é estranhamente bom. Lembra-me as árvores corridas que mal tenho tempo de olhar quando correndo na velocidade que estou. É a média normal, mas ainda não consigo ver com clareza a beleza das árvores.
Em linha reta, num silêncio agradável, a viagem durou 4 horas e alguns minutos.
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Hitman - Jeon Jeongguk
HorreurOnde Jeon Jungkook encontrará-se em um beco sem saída quando perde a única coisa que fosse capaz de proporcionar sentido a sua miserável vida, que lhe fará criar e acumular um ódio puro e genuíno por todos que o cercam, o levando a engrenar numa vid...