Prólogo

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Só pra dar uma introdução na história. Perdoem qualquer erro e boa leitura!

- Bianca, acorda! Seu pai já colocou o restante das malas no carro.
- hurrum.... - murmurei pra minha mãe que me acordava. Infelizmente o dia da mudança havia chego. Eu não estava nem um pouco animada com isso.
Levantei o mais devagar possível, querendo que meus pais me esquecessem ali, mas sabia que não seria possível. Tirei meu pijama, coloquei uma roupa casual, escovei meus dentes, coloquei o boné pra não ter de pentear o cabelo, peguei as últimas coisas que faltavam para levar pra mudança.
Porque eu tinha que mudar pra uma cidade do outro lado do estado? Também não sabia. Faltavam apenas 2 anos para terminar o ensino médio, e agora teria que começar em uma escola nova, sem conhecer ninguém. As vezes acho que Deus gosta de me castigar.
Enfim, vamos lá, vou te chamar de consciência, pois eu não sei como me referir a você leitor. Sou Bianca Gonçalves, tenho 16 anos e essa vai ser a história de eu não sei o que, mas é sobre a minha patética vida em uma patética cidade. Bem vindos.
Pra começar, vamos aos fatos:
fato número 1- meus pais me odeiam. Eu implorei pra ficar. Mas não, eu tenho 16 anos e não sei me virar sozinha e blá blá blá. Ok, tudo bem, isso pode ser verdade. Mas não é só por isso que eles me odeiam, o que nos leva ao fato número 2- meus pais são extremamente homofóbicos, e advinha???? Isso mesmo, você ganhou um aperto de mão por acertar minha orientação sexual que no caso é lésbica, e isso também leva ao fato número 3- por ser lgbt, sofro bastante preconceito, o que me faz ter poucos amigos, sofrer bullying etc, mas tô acostumada e não vem ao caso. Mas mesmo com poucos amigos, eu tinha pelo menos 2 que podia contar sempre, o Gustavo e o João, ambos gays e que meus pais odiavam, obviamente, porém eles sempre me ajudavam quando eu precisava de alguma escapada de casa. Infelizmente implorar pra morar com eles, não deu certo. Chega de fatos. voltamos a realidade onde estou dentro de um carro cheio de malas, o caminhão de mudanças vem logo atrás e estou a caminho de uma cidade no fim do mundo para minha nova casa. Me desejem boa sorte.
O caminho é tranquilo, são 6 horas de viagem, em que eu vou escutando música no fone de ouvido, mandando mensagens para Gustavo e João quando tenho sinal na estrada, as vezes dou algumas cochiladas e nada demais. Próximo ao horário de almoço, meus pais decidem fazer uma pausa para comer alguma coisa e ir no banheiro.
No restaurante, nos servimos no buffet e sentamos em uma mesa onde almoçamos. Meus pais animados com a casa nova, falando de planos de emprego, da decoração, festas que planejam para o final do ano etc e eu apenas ouvindo e concordando.
- tem uma escola de ensino médio não muito longe de casa, você poderia ir a pé ou de bicicleta - meu pai falava animado, e isso era o que eu menos queria saber. Escola nova é um porre.
- eu não tenho bicicleta - respondi sem o menor interesse
- Bianca, eu sei que você não está animada com isso, mas tem que entender que vai ser melhor pra todos nós - minha mãe falava calma
- ta.. deve ter algum motivo que eu não tô vendo - respondi - vou ao banheiro
Levantei e segui em direção ao banheiro. Odiava banheiros públicos, era sempre constrangedor entrar e as mulheres dentro me olharem surpresas, com aquele jeito de "você tá no lugar errado". Porém infelizmente, eu estava apurada e teria mais algumas horas na estrada e precisava usar.
E, adivinha? Entrei e tinham 3 meninas, aparentando ter de 15 a 20 anos. Me olharam com a maior cara de nojo, quando entrei em uma das cabines, pude ouvir umas risadinhas baixinho. Fiz minhas necessidades, sai da cabine, lavei as mãos, passei água no rosto e sai do banheiro.
Toda vez a mesma coisa, ok, eu não sou feminina, não gosto de me vestir com roupas grudadas, usar maquiagem nem nada disso, já fui confundida diversas vezes com meninos e isso era o que mais me irritava. Eu entendo que não ando com uma placa escrito "oi eu sou uma garota", mas poxa, acho que dá pra perceber né?
Já sofro demais com meus pais tentando me impor que me vista como 'menina', mas é impossível, roupas, justas, curtas, não combinam comigo, eu me sinto mais deslocada que o normal. As vezes eles ainda surtam com minhas roupas e brigamos várias vezes por isso, é um saco, mas no fim, acabo cedendo por não suportar nossas brigas e medo de apanhar, como aconteceu em algumas vezes.
Voltando a estrada, continuei ouvindo música até chegar ao nosso destino, onde o caminhão já descarregava os móveis em minha nova casa.


Prometo que os próximos capítulos serão um pouco maiores, e espero que estejam gostando. Qualquer sugestão, crítica, elogio, ficarei feliz em ler.

They Don't Know About UsOnde histórias criam vida. Descubra agora