Festa

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Olá, esse capítulo tá um pouco maior, agora vai começar a rolar mesmo a história. Boa leitura.


Eram 18h quando fui me arrumar para a festa. Tomei banho, passei perfume, sequei o cabelo, vesti uma camiseta preta, calça jeans escuro, uma camisa xadrez de flanela por cima e um tênis. Desci para comer alguma coisa rápida, não sabia se a festa seria apenas bebidas ou se teria algo pra comer. Preferi comer algo pra não passar mal. Terminei de me arrumar, estava esperando Laura passar para me buscar. Ela disse que vinha com o irmão de carro e ele nos levaria até a casa de Pedro Henrique.
Avisei minha mãe que estava saindo quando ouvi a buzina do carro na frente de casa. Peguei as chaves de casa e comuniquei que voltaria mais tarde hoje e que teria carona para voltar, para eles não se preocuparem comigo.
- vai com Deus, juízo, e me atende se eu te ligar! - meu pai falou quando eu estava na porta
- amém!
Sai fechando a porta de casa, abrindo o portão e entrando no banco de trás do carro.
- oi - cumprimentei com um sorriso Laura e seu irmão
- eai - ele respondeu
- oi victor, esse é meu irmão Heitor, Heitor esse é o Victor, o garoto novo
Dei mais um sorriso e seguimos para a casa de Pedro Henrique. Ao chegar, dava pra ouvir o som alto do lado de fora. Descemos do carro, Laura falou para seu irmão que ligava quando fosse para nos buscar.
- vem, o pessoal já deve ter chegado - ela entrelaçou o braço no meu e me puxou para dentro da casa.
Lá dentro, tinham várias pessoas, algumas já bem bêbadas, outras dançando e cantando. Chegamos perto da rodinha em que nossos amigos estavam, Laura soltou meu braço e foi cumprimentar Matheus com um selinho.
Pamela também estava lá e me cumprimentou com um abraço apertado.
- casa bonita - falei para Pedro
- valeu, meus pais liberaram a festa. É um costume nosso dar alguma festa antes das aulas começarem, assim o pessoal vai mais tranquilo pra primeira semana de aula. Fica a vontade, tem bebidas na cozinha, o banheiro é logo ali a direita e se precisar de alguma coisa, pode falar comigo
- obrigado - respondi
- vem Vic, vamos pegar uma bebida - Pamela me puxou pela mão até a cozinha onde tinham algumas garrafas de vodka, gin, tequila e algumas caixas térmicas com cerveja. Ela pegou um copo com vodka e energético, eu peguei uma cerveja. Não era de exagerar na bebida, só quando eu tinha um motivo específico, e hoje não era um dia pra isso.
A festa estava correndo bem, tava me sentindo alegre, conversava com o pessoal. Gabriele e Pedro Henrique estavam em algum canto se pegando, Isabela estava extremamente bêbada dançando, Pamela também estava bem bêbada, mas ela apenas ria de tudo. Laura estava alegre apenas enquanto Matheus parecia extremamente agitado e com os olhos vermelhos. Me perguntei algumas vezes se ele estava sob efeito de algo e a resposta provavelmente era sim.
Não imaginava que Matheus, o cara que parecia ser super gente boa, fosse usuário de cocaína.
Depois de um tempo ele sumiu na festa e Laura já estava um pouco mais bêbada que antes. Eu estava apenas alegre, Pamela estava dormindo em um sofá, Gabriele e Pedro provavelmente estavam em algum quarto. Isabela, bem, eu também não sabia onde Isabela estava.
- Viccctor - Laura falava meu "nome" de forma embolada pelo efeito do álcool
- acho que tá na hora de parar de beber - tirei o copo de vodka da mão dela
- ondi ta o meu namorado? - ela perguntou apontando o dedo para a minha testa
- eu não sei Laura, acho que ele saiu
- eu preciso vomitar - merda, que não seja em mim, pensei
- perai, vem vamos no banheiro
coloquei o braço dela por cima de meus ombros e segurei com um braço em sua cintura e a levei ela até o banheiro.
- merda, tá fechado
- vamos no banheiro de cima então
- ok, vamos. Segura esse vômito aí. Se vc me sujar, vai ter que lavar minha roupa - falei brincando tentando distrair ela
Subimos as escadas ela apontou onde era o banheiro. Levei ela até lá e abri a porta.
Merda. Tinha gente lá dentro. E não era a melhor coisa pra se ver. Era Matheus e Isabela. Ambos estavam nus. Laura estava paralisada. Dura como uma pedra. Parecia que o efeito do álcool tinha passado como num passe de mágica.
- eu posso explicar amor - Matheus puxava a toalha para cobrir o corpo
- some da minha frente Matheus - ela falava séria
- Laura, calma vamos conversar - ele pedia enquanto vestia a roupa apressado. Isabela fazia o mesmo
- eu odeio vocês dois e não quero ver os dois nem pintado de ouro. Sumam! - Laura virou e saiu correndo em direção a escada. Corri atrás dela, não sabia se o efeito do álcool realmente havia passado, mas tinha medo que ela tropeçasse e caísse da escada. Segui ela que foi para o quintal dos fundos da casa. Parei rápido na cozinha pegando um copo com água para levar pra ela.
- toma, vai ajudar - dei o copo com água - ela pegou, estava tremendo. Não sabia se era de raiva ou de frio, mesmo assim, tirei minha blusa xadrez e dei para ela vestir. Ela vestiu e parou de tremer, parecia estar ficando mais calma
- obrigada Victor - ela agradeceu. Pude perceber que seus olhos estavam marejados, ela estava prestes a chorar
- ei, calma, tá tudo bem.. você não merece ele. Nem ele, nem ela como amiga - passei a mão nas bochechas dela secando as lágrimas que haviam acabado de escorrer em seu rosto
- sabe o que me incomoda? é que eu sabia disso, só não queria acreditar. Eu já tinha visto mensagens estranhas, mas ele sempre arranjava alguma desculpa e eu acreditava. Eu sou muito trouxa
- não é não, você não é Laura. Você é uma garota incrível, não se culpe por um otário como ele ter feito isso com você. Você merece algo bem melhor que isso
- eu fui trouxa Victor. Ele me enganou, ele me traiu com minha amiga. Como eles tiveram coragem de fazer isso bem debaixo do meu nariz e eu cega apaixonada por ele. Eu tô me sentindo pior que lixo
- vem cá - puxei Laura para um abraço, podia sentir as lágrimas dela molhando minha camiseta, fiquei passando a mão no cabelo dela, fazendo carinho, tentando acalmar ela até sentir que ela estava mais calma, afastei um pouco o corpo, coloquei as duas mãos no rosto dela para que ela me olhasse para eu poder falar com ela - tá mais calma? olha, vai passar, ok? há males que vem para bem e pensa, você tá se livrando de uma pessoa que só ia te fazer mal. Eu sei que vai doer, sei que é difícil esse sentimento e machuca muito. Mas eu vou estar aqui por você e pra você, tá bom? - dei um beijo em sua testa e afastei novamente. Ficamos nos encarando olho no olho fixamente por alguns segundos que pareceram uma eternidade.
Fomos nos aproximando aos poucos, Laura não olhava mais em meus olhos, agora ela olhava minha boca e eu também olhava a sua que estava um pouco aberta. Ela foi se aproximando mais de mim, até o momento em que nossos lábios se encontraram e foram pressionados um contra o outro. Ela não estava satisfeita com apenas esse encontro, parecia precisar de mais. Eu concedi isso, abri um pouco mais minha boca e pude sentir sua língua pedindo permissão e vindo de encontro a minha, estávamos nos beijando, um beijo calmo e quente, em que colocamos nossas necessidades de momento. Eu coloquei minha mão em sua nuca e a outra em sua cintura enquanto as delas estavam em volta do meu pescoço. Ela me puxava pra mais perto dela, como se mostrasse a necessidade daquele beijo quando do nada ela parou, se afastou, abaixou a cabeça, me soltou
- desculpa Vic, eu não devia ter feito isso.
E antes que eu pudesse responder, ela saiu correndo e eu fiquei paralisada, sem reação alguma. Apenas pensando no que tinha acabado de acontecer.
Acordei do transe quando senti meu celular vibrando. Era minha mãe me ligando
- Bianca já está vindo embora? - ela perguntou
Merda, minha carona tinha acabado de sair correndo, eu não tinha a menor ideia do que fazer. Pensei rápido e PAMELA! Ela ainda devia estar dormindo e pediria pra ela me deixar em casa.
- já sim mãe, daqui uns 20 minutos eu chego. Fica tranquila
- tá bom filha, toma cuidado.
Desliguei a ligação e corri pra dentro da casa a procura de Pamela. Ela ainda estava jogada no sofá. Sacudi ela até que ela despertou.
- Pam, pelo amor de Deus, eu preciso ir pra casa, a Laura foi embora e me deixou e minha mãe quer que eu esteja em casa o mais rápido possível, tem como você me levar?
Ela ainda estava esfregando os olhos tentando assimilar o que estava acontecendo
- por que a Laura foi embora e te deixou?
- acho que isso é algo que vc tem que perguntar pra ela.. mas sério, eu preciso ir embora. Tem como você me dar uma carona?
- tem, só um minuto, vou ligar pro meu pai vir buscar a gente
Ela ligou e não demorou muito para o pai dela chegar. Logo ele me deixou em casa
- tchau Pam, obrigada pela carona - agradeci e sai do carro
Cheguei em casa, subi direto pro quarto e me joguei na cama. Que noite louca. Era tudo o que eu conseguia pensar.


Tanta coisa junto acontecendo, Laura deve estar com o coração a mil. Obrigada por lerem.

They Don't Know About UsOnde histórias criam vida. Descubra agora