Prólogo

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Prólogo

Eu olhei em volta, a floresta parecia um labirinto, as trepadeiras subiam pelas arvores formando uma teia cheia de flores, tirando a aparência sombria que a floresta tinha no entardecer.

O que eu fazia ali?

Eu sabia que era importante, mas eu não sabia o que era. Foi-me avisada que eu não deveria me aventurar na floresta. Minha mãe me deu ordens muito especificas sobre isso. Monstros viviam ali.

Olhei em volta procurando um ponto do qual voltar para casa. Estava ficando escuro, e eu tinha medo de ficar sozinha.

- Mamãe – gritei, meus olhos já ficando chorosos. Eu queria ir para casa – Papai.

Eu comecei a chorar quando eu percebi que não recebi nenhuma resposta de volta. Eu me mantive paradinha, pois se eu saísse daqui é capaz de meus papais não me acharem. Eu vi a floresta ficando ainda mais escura e assustadora. Me sentei no chão, abraçando minhas pernas e olhando em volta assustada. As lagrimas escorriam pelo meu rosto.

Logo eu senti que algo me observava. Olhei em volta e não conseguia ver nada. Agora já era um breu. Me encolhi mais, e senti meu corpo tremer de medo.

Logo senti um corpo quente passando por minhas costas, eu gritei me afastando e olhando em volta. E pude ver grandes olhos dourados, com fendas no meio. Eu olhei hipnotizada enquanto os olhos chegavam mais perto de mim. Quando chegou perto o suficiente, pude distinguir feições felinas.

- Companheira... – eu ouvi a voz em minha mente – minha companheira. Esperei tanto por você.

O gato grande se aproximou e lambeu meu rosto, secando minhas lagrimas.

- Daqui 12 anos nos encontraremos novamente, e poderemos ficar juntos finalmente – soltei meus joelhos e olhei para o grande gato, esticando minhas mãos para tocar em sua pelagem macia, ouvi o ronronar suave, mas então ele se afastou – Para que não se esqueça de mim...

Então senti uma dor em meu pescoço e gritei.

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-Aaaaaah – gritei, levantando-se na cama, a mão no meu pescoço, a dor era forte.

- Aileana – eu ouvi a voz de minha mãe, e logo ela entrou no quarto junto de meu pai, assim que ela olhou para mim ela veio direto para minha cama, puxando minha mãozinha do meu pescoço, assim que ela o viu ela gritou de pavor – Oh meu deus, não. Aiden...

Meu pai me pegou no colo, me abraçando forte.

- Devemos fugir, ir embora.

- Ele vai encontrá-la. Ela foi marcada. Ele iria atrás dela. – Minha mãe falou – isso já aconteceu antes, você sabe das histórias.

- O que faremos então? Vamos entregá-la sem fazer nada? – meu pai perguntou.

- Não, mas podemos pedir ajuda – minha mãe disse – vamos ao líder da aldeia, vamos pedir acesso a bruxa.

- A bruxa? Por quê? – meu pai perguntou – eu não quero nossa filha perto daquela mulher.

- Aquela mulher sabe sobre eles, pode ajudá-la a se preparar. Ela só tem 5 anos, Aiden, mas ele um dia virá por ela. Não a nada que possamos fazer por isso. Mas podemos prepará-la.

- Eu não gosto dessa ideia, Branna – meu pai disse.

- Não tem que gostar, tem que fazer – minha mãe disse – nossa filha é prioridade. Vou pedir para que ela treine com os meninos, ela precisa aprender a se defender, para que nada e nem ninguém possa machucá-la.

- Mamãe? Papai? O que está acontecendo? – perguntei.

Minha mãe me puxou do colo do meu pai e olhou para mim, seu rosto triste.

- Oh minha bebê, não se preocupe com isso agora – ela disse e se levantou, saindo do quarto. Percebi que Kelson, meu irmão dois anos mais velho estava ali – venha Kelson, vamos todos dormir juntos, não existe problemas hoje. Vai ficar tudo bem, enfrentamos tudo amanhã.

Ela me deitou na cama, deitando-se ao meu lado esquerdo, Kelson no lado direito e depois meu pai. A cama não era muito grande, ficou um pouco apertado, mas eu gostei, me sentia protegida. Logo fechei meus olhos e voltei ao mundo dos sonhos, a dor no pescoço esquecida. 

MarcadaOnde histórias criam vida. Descubra agora