Amante Anônimo

A carta

   Davi:

      Se me dissessem, você pode escolher nascer sozinho ou nascer com alguém, eu jamais escolheria nascer sozinho, com quem eu dividiria minhas brincadeiras? Com quem eu pregaria peças e deixaria mamãe confusa? Eu amo ter um irmão gêmeo mais que tudo e eu também o amo.

      Mas não da mesmo forma que ele.. Ele me ama como irmão, me vê como irmão, meu amor por ele é outro, é inexplicável e talvez inaceitável, mamãe me mataria se descobrisse "Como pôde se apaixonar pelo seu próprio irmão?!" bem mãe.. Eu não sei. Só aconteceu.

      Me chamo David, mas todos me chamam só de Davi mesmo, sou gêmeo univetelino, isso eu sou idêntico ao meu irmão que se chama Levi é só esse nome mesmo, mamãe estava pouco criativa.

   — Vai ficar quanto tempo pensando cópia? — Ouço Levi, ele tinha se arrumado todo, talvez tinha algum encontro.. Esse pensamento fez meu coração apertar.

   — Oras! Não sou sua cópia ja que sou mais bonito. — Digo e pego minha mochila, estou no 2° ano do ensino médio e estudo em escola integral.

   Autor:

    Os dois ruivos sairam de casa conversando animadamente, eles eram inseparáveis e não ninguém dúvidava que eles se amavam, mas é claro ninguém cogitava a ideia deles serem um casal, seria absurdo, não?
    
  — Ja te falei Devi! Se você colocar oxen no google aparece sua foto! — Davi diz, Devi era o apelido que dava ao irmão, que o chamava de Lavi.
 
— Deixe de coisa homem! Eu dúvido. — Levi diz e abre o celular, pesquisando oxen e vê várias fotos de bois. — Miserável!!! Vem cá Lavi!!

— Nem fudendo! — Davi corria com todas as forças para chegar na escola antes de seu gêmeo o matar. — Falou mano! — Ele falou e foi encontrar com Henrique seu melhor amigo.

  Levi:

  Que desgraçado!! Gado é ele, olha lá ele com aquele Henrique, eu faço o favor de nascer com ele e ele ainda é ingrato a ponto de me trocar por um amigo!

(Conciência): Ciúmes meu caro?

O quê? Claro que não

(Conciência): hahaha como quiser então

    Af Levi! Para de ficar pensando essas coisas, Davi é hétero. E eu também sou, não sou? Aaaa deixa disso!

  — Quê foi Gêmeo? Levi/Davi? LUMBRIGA RUIVA! — Viro pra trás e uma menina pequena de cabelos enrolados me balançava.

  — Pelo amor de Deus garoto, pensar no seu irmão pelado te leva pra tão longe assim? — Ela diz e sinto meu rosto queimar, maldita seja Giovanna!

   Ela ri, ou melhor, ela tem um ataque de risos. — Ora, ora você estava mesmo pensando nisso??? — Ela disse mas antes que eu respondesse o sinal toca.

  Marcho até as escadas e me encontro com meu irmão, trocamos olhares e como se tivessemos telepatia concordamos e puxamos uma menina para cima, ela gritava desperada sem entender o que estava acontecendo.

  — Davi! Levi! Me soltem! — Ela gritava e a multidão de alunos tentando passar para suas aulas reclamava da cena mas riam mesmo assim.

  — Claro que não! Até porque hoje é segunda.. — comecei

  — E como você sabe, tem que ter alguém que sofre o famoso ATAQUE DE COSQUINHAS!! — E davi terminou, faziamos isso sempre.

   Fizemos cosquinhas nela até ela se descabelar toda, qual a graça de fazer cosquinha se não deixar a pessoa quase inconsciente? Depois da confusão nas escadas, subi para a sala.

  — Te vejo mais tarde Devi!

  — Até Lavi!

   Éramos de salas diferentes o que era bem triste mas segundo os professores e diretores era bom por que 1° Era fácil de diferenciar 2° Não faziamos tanta baderna 3° Aprederiamos melhor. O que eu acho ridículo.

   Me sento no fundão e algumas pessoas vêm falar comigo, conversas banais que não tem futuro algum, vejo Giovanna se aproximar, cara quando ela se aproxima a minha mente grita PERIGO! Ela é o próprio perigo.

   — Então Levi, era com você que eu falei hoje de manhã? — Ela disse, essa menina não tem mais nada que fazer não? Ficar shippando eu e meu irmão parece ser o hobby dela diário.

   — Era sim, mas antes, eu corei pelo o que você disse. Não porque eu estava pensando! — Ela abre um sorriso contente, que droga falei merda...

  — Interessante.. Então você assume que corou? — A professora entra na sala, e eu nunca agradeci tanto por isso. — Não pense que você escapou de mim!

  — Claro que não.

   As duas primeiras aulas do dia antes do Café da manhã foram tranquilas, quer dizer história não é minha praia mas a aula foi realmente boa. Saio da sala com meu livro em mãos, iria colocar no armário e pegar o de matematica para próxima aula.
  
   — Droga esqueci a chave em casa... — Digo baixo, meu irmão! Ele divide armário comigo mesmo sendo de sala diferentes, o que é complicado.. Vou para a sala 202, a sala dele, mas ele não estava la é claro.

    Então desço as escadas e vou procurar no refeitório, eu me sentia enjoado nas manhãs por isso preferia não comer, apesar de que as vezes era salada de fruta ai não tinha como negar.

    Mas ele não ta no refeitório.. A quadra claro Davi ama vôlei deve ta la agora. Vou ate a quadra e ele realmente tava la, um ruivo alto de cabelos bagunçados fazendo uma manchete, ele estava lin.. Pera o quê???

(Conciência): Segunda vez no dia ein?

Me deixa em paz.

(Conciência): Como quiser...

   Vou pra mais perto tentando fazer ele me notar e pelo visto deu certo ele veio correndo em minha direção e como se ele lesse meu pensamento tirou uma chave do bolso:

  — Esqueceu, não foi? — A voz dele estava rouca, e senti uma enorme vontade de puxar-lo dali.

  — Sim, valeu até mais mano.. — Digo pegando a chave e saindo.

   O que deu em mim? Por que eu senti tanta vontade de puxar ele dali e ficar a sós? Esqueça esse pensamento Levi! Você é hétero! E seu irmão também é...

   Tiro esses pensamentos da cabeça e subo para meu armário "Qual é, o dia nem começou e eu ja estou me considerando louco!" penso e abro meu armário e pego meu livro de matematica e coloco o de história dentro, eu andei esse tanto de lugar com esse livro?
   
  — Uma carta? — Estava em de baixo do meu livro, a pego vai que era pra mim, afinal eu sou um dos garotos mais cobiçados da escola. — Para Levi.. É pra mim.

    E sem cerimônia alguma abro a carta:

Querido Levi,

    A ti dedico estas palvras, com todo sentimento de amor possível. Ao nosso amor dedico a vida. E a nossa vida dedico o meu amor. Que estas palavras sejam capaz de demostrar o que sinto por ti, com transparência e sinceridade.

            De: Seu/sua amante anônimo(a)

  Termino de ler a carta e o sinal toca. Amante anônima? Quem será? Mal posso esperar para contar ao Davi.