Bianca Pov.
Acordei com meu telefone tocando. Sentei na cama assustada. Peguei o celular me deparando com a foto da Maria, minha assessora. Suspirei fundo. Era incrível como ela
conseguia se fazer presente sempre. Até nos meus dias de folga.
- Fala amor da minha vida, você me acordou sabia? - Perguntei com a voz rouca. -
- Tem um baile de máscaras hoje no Copa, arruma uma roupa ai porque você tem que ir! - o entusiasmo na voz dela era notório. Não é possível.
- Uma hora dessas você me chamando pra baile, por que tenho tanto que ir? - Perguntei bocejando. Eu nem entendia onde estava e ela falando de baile?
- Vai ser a maior festa do Rio e você vai, fim da história! - Desligou o telefone na minha cara. Bufei com raiva. Era sempre assim. Você paga para ser mandada.
Resmunguei levantando da cama. Luete me seguiu, igual minha sombra.
- Porra! - Gritei quando a dor consumiu meu corpo, assim como a falta de ar. Droga. Meu dedo bateu com tudo na quina do móvel. - Caralho - Grunhi fazendo a gata sair correndo assustada.
Andei até o banheiro, ainda puta. Precisava escovar os dentes. Lavei o rosto tirando qualquer vestígio de sono e corri pro closet.
Precisava de algo apresentável. Fucei sem presa os vestido a procura de um. Achei um vermelho soltinho curto com a etiqueta. Eu precisava para de consumir coisas sem freio.
Abri a caixa de bugigangas crente que acharia algo ali. Ri comprovando minha teoria. Peguei a primeira máscara e joguei em cima da cama. Sorte da Maria. Eu iria.
Joguei o resto dos vestido na primeira prateleira e fui para a cozinha. O sol já dava indícios que iria se pôr. Coloquei a comida da Luete e fiz um café. Bem forte.
Precisa comer algo urgente. Peguei uns biscoitos e fui pra sala. Liguei a tv e passando os canais, vi uma imagem minha rápida que me chamou a atenção.
Voltei para o canal com presa. Uma matéria minha e da Rafa. Ri. Até quando essas fake news? Sempre a mesma coisa. Uma rivalidade feminina. Como eu odiaria uma pessoa
que eu sequer conheço? Nunca tive um contato com Rafaella. O universo não esteve ao nosso lado quando tivemos oportunidades.
Rafaella Pov.
Nove horas da noite e eu já estava no carro de Manu junto com Marcela. As ruas do Rio de Janeiro estavam movimentadas. Um noite bem quente. Manu dirigia enquanto
Marcela resolvia algum b.o no celular. Ri. Elas estavam tão lindas. Fiz questão de elogiar. Continuei com os olhos vidrados na rua. Rio de Janeiro é uma das dez
maravilhas do mundo, não é possível. Cidade linda. Gravei uns storys me entretendo. Perto do Copacabana Palace eu percebi a imensidão de artistas. Tínhamos chegado. Entramos e a maioria já estava de máscara.
Era humanamente impossível reconhecer alguém. Olhei em volta. O salão estava tomado por fitas coloridas. Interessante. Fiquei animada.
- Olá meninas, boa noite, meu nome é Amanda e vou levar vocês até a mesa reservada. - Nos abordou animada. Sorri reparando nas suas roupas. Bonita. Morena muito bonita.
Acompanhamos ela até a mesa com paciência. O salão estava lotado.
- Ficou sabendo do Prior? O cara foi preso ontem. - Disse Manu assim que sentamos a mesa. O riso escapou pelos seus lábios.
- Eu vi amiga, achei que demorou, isso sim! - Admiti raivosa. -
- iii, nada desses assuntos, vamos dançar! - Pediu Marcela. Concorde. Falar desse menino não nos levaria a lugar nenhum.
Fomos para a pista e a música estourava as caixas de som. Delicia. Minha múscica favorita. Puxei as meninas para o centro da pista sentindo a música me conduzir.
Eu amo essa sensação, como uma corrente elétrica passando por todo o meu corpo e me transportando para outra dimensão.
Olhei em volta. A festa estava linda. As pessoas muito chiques. O jogo de luzes do salão principal, iluminava o centro deixando os cantos um breu. Nas paredes, as
máscaras complementavam a decoração. Tudo lindo. Vibrante. A música acabou e eu me obriguei a ir até a mesa disposta. Tinha croquetes de camarão que era meu preferido, tequila, cerveja e muitos outros drinks. Umas coisas desconhecidas por mim. Uma bebida que piscava. Curioso. Não peguei. Não acho que aguentaria. Virei um tequila pegando um gin. Corri
para a pista. Alcancei Manu e me permiti. Não vi o tempo passar. No sétimo drink, quando Marcela se afastou, eu já estava tonta, suando e dançando sem parar,
tanto tempo confinada no programa e em casa, me fez esquecer a sensação de ser livre e poder fazer o que eu quiser. Rebolei com vontade e senti alguém esbarrando em mim e dançando sem parar. Primeiro pensei que fosse uma fã, mas virei constatando que não era. Sorri.
Ela percebeu meu sorriso e se aproximou dançando atrás de mim. Achei estranho, mas não me afastei. Comecei a rebolar, olhando para trás e sorrindo para a mulher. Quem era?
O sorriso me lembrava vagamente alguém, mas não fazia ideia quem. Afastei o pensamento aproveitando o momento.
- Você rebola muito bem! - Senti o arrepio na minha nuca e seu hálito quente contra ela. Sorri e continuei. Dessa vez grudada na sua cintura.
Ela pôs aos mãos no meu quadril e apertou de leve. Meu corpo tremeu com o toque. Meu coração acelerou. Não entendi o motivo, mas não me afastei. O choque elétrico
subiu pelo meu corpo. Era algo estranho. Sensação única. Nunca tinha sentido algo parecido. Nem com um homem. Afastei ela com cuidado corri quando o sopro de consciência tomou conta do meu corpo.
Olhei em volta em busca das meninas. Minha vista embaçada impossibilitava a tarefa. Senti uma mão pequena sobre a minha e virei com pressa.
Manu.
- Meu Deus Rafaella, estávamos te procurando! - disse preocupada. -
- Tá tudo bem, eu só me perdi um pouco. - Respondi rindo.-
- Você tá estranha, aconteceu alguma coisa? Pelo amor, você não bebeu nada que te deram não né?! - Gritou comigo por causa do som.
- Claro que não! Eu estava dançando com uma mulher! - Gritei de volta por conta do som alto, Manu já estava embasada na minha visão. - Olha, eu não sei o que houve,
eu sou sapatão? - Ri da minha pergunta. - Meu Deus, eu amei dançar com aquela mulher e ainda rebolei nela! - Senti o nervoso no estomago.
- Ela tá tendo um gay panic! - Disse Marcela rindo. Fiquei sem entender. Eu o que?
- Que mulher é essa, Rafa? - Manu me questionou -
- Não sei, preciso ir no banheiro! - Sai correndo. Precisava de ar. Fui em direção ao banheiro. Minha bexiga doía de tão apertada. Apressei o passo ainda apavorada.
Gay panic? Abri a porta com força. Caralho. O que ela está fazendo aqui? Olhei a mulher de minutos atrás debruçada sobre a pia. Tentei não reparar. Ela fingiu que não me viu.
Continuou passando o batom rosa de forma provocativa. Senti um pontada no coração e suei frio. Que merda é essa? Caminhei até ela mandando a noção para o espaço.
Qual seria a minha outra chance de fazer isso? Parei na sua frente. O que eu ia fazer?
-Acho que nunca quis beijar tanto alguém como eu quero te beijar agora. - A minha sinceridade me assustou. Ela riu. Virou o rosto para mim. Ótimo. Mordi os lábios.
Ela riu safada. Ela levantou a mão se aproximando mais. Sua mão veio em direção ao meu rosto. Peguei impedindo a ação. Apertei seu pulso e ela soltou um gemido manhoso.
Encostei nossos rostos. Minha respiração acelerou. Eu ia fazer isso mesmo? Colei nossos corpos e ela não recuou. Pelo contrário, roçou contra minha cintura. Puxei sua nuca
e ela se ofereceu para mim. Colei nossos lábios sentindo a maciez. Invadi sua boca com urgência. Precisava de mais. Suas mãos pousaram na minha nuca fazendo um carinho sem
vergonha. Apertei sua cintura com força. Ela gemeu contra a minha boca. Chupei sua língua com vontade. Eu estava completamente entregue a uma desconhecida. Eu não
sabia seu nome. Seu rosto. Nada. Aprofundei o beijo sentindo minha calcinha ficar úmida. Mordi seu lábio inferior com força puxando-a com mais vontade. Sem parar,
parar o beijo puxei ela pelas coxas obrigando-a sentar na pia gelada. Ela não contestou. Queria. Apertei suas pernas com vontade. Me separei com dificuldade encarando
seu rosto coberto pela máscara. Seu batom borrado lhe davam um charme. Lábios inchados.
-De onde você veio?- Perguntei num sussurro enterrando meu rosto em seu pescoço.-Eu vim do espaço, direto para você! - Respondeu sapeca. Comei a beijar seu ponto de pulso e ela me puxou com força. Lambeu meus lábios safada e mergulhou a língua na minha
boca. Puxei ela com força explorando cada cantinho quente. Sua lingua deslizava com vontade pela minha boca. Quando pensei em avançar o sinal, a porta foi aberta.
Nos separamos com pressa. A mulher passou direto por nós. A moça desceu da pia sem a minha ajuda. Soltou um risinho arrumando o cabelo. Olhei seu vestido. Gostosa.
Ela tirou o batom do meio dos seios e voltou a retocar. Continuei analisando. Que perigo. Imagina se alguém me vê aqui?
-Como eu te acho? - Perguntei quando vi ela se aproximar da porta. Fodasse os risco.
-Por aí. - Disse me deixando para trás. Pensei em ir atrás, mas meu estomago revirou. Me debrucei sobre a pia sentindo o gosto amargo. Vomitei. Senti dois braços em volta
da minha cintura e não me dei ao trabalho de ver quem era. Manu segurou meu cabelo. Mais uma onda de enjoo me afetou. Coloquei para fora sem vergonha. Tirei meu sapato
tentando ficar confortável. Quando senti meu estomago repousando. Enfiei minha cabeça debaixo da torneira. Precisava de um pouco de consciência.
-Eu juro que nunca mais deixo você beber assim! - Disse Manu preocupada.
-Por favor, amiga, por favor. - Limpando a boca e desencostei da pia com ajuda de Manu. Lavei minha boca, peguei meus sapatos e olhei para a porta. Quem era ela?
Quem era a mulher que tinha beijado?

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My haunted lung | Rabia
FanfictionO que pode acontecer em somente uma noite? Rafaella Kalimann recém ganhadora do BBB20 estava no seu melhor momento e achou que não precisaria de mais nada, até aceitar o convite para um baile de máscaras no Belmond Copacabana. Um beijo dado por u...