Capítulo 4

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Pov Rafaella

Sai da sala com meu coração em pedaços. Não é para menos. Eu peguei pesado com Bianca. Eu não poderia simplesmente julga lá muito menos tratá-la daquele jeito. Por Deus. Saí do elevador dando um toque para o celular do Ricardo. Precisava sair do prédio o mais rápido possível. Quando cheguei no saguão me deparei com Léo Dias sentado. Ele me olhou com um sorriso maldoso, mas continuou em sua poltrona. Eu nem fiz questão de continuar olhando. Já consigo imaginar as matérias. "Rafaella Kalimann é vista saindo da empresa de Boca Rosa." Céus, todos os boatos vão começar novamente. Inferno. Entrei no carro com a angústia gritante no peito. Pedi para Ricardo me levar direto para casa. Eu preciso me afundar na cama. Ficar sozinha. Eu nunca fiz isso, nunca deixo algo me afetar tanto ao ponto de deixar a empresa. Mas dessa vez é diferente. É a Bianca. E por mais que eu odeie dizer isso: Fiz merda. Uma grande merda. Abri a porta de casa indo direto para o quarto. Me despi e sentei na cama. Abri o instagram e lá estava a notícia. Filha da puta. Ainda tirou uma foto minha. Joguei o celular no colchão e virei para o lado. Deitei bufando tentando controlar a raiva. Solucei. O primeiro soluço rasgou minha garganta. Chorei. Chorei por ter feito algo ruim, por ter magoado a Bia. Não consigo lidar com esse fato. A mulher realmente parecia disposta a conversar e resolver a situação, porém mais uma vez que cortei a raiz de um bom sentimento. Eu sentia que Bia tinha boas intenções, mas o universo não colaborou, eu não colaborei. Cada merda que a gente se mete que começo a acreditar que nunca vai dar certo. Droga, Rafaella! Continuei me torturando, chorei como se meu peito tivesse aberto e meu coração fora do corpo. Por que? Por que esse choro todo? Eu quero colo e esse colo tinha nome e sobrenome. Bianca Andrade. Eu não sei que tipo de sentimento tenho por ela, mas eu sei que tem algo. Algo grande. Adormeci no meio da minha solidão.

Acordei perto das 20hrs com minha cabeça latejando de dor. Abri os olhos e a primeira coisa que invadiu meus pensamentos foi ela, Bia. Bufei levantando. Entrei no banheiro indo direto por box. Abri o chuveiro sentindo a água fria sobre mim. Como faz pra te esquecer, Bianca? Fechei os olhos me questionando. A água gelada dava a sensação de relaxamento. O que é bom. Ainda mais agora. Enrolei mais um pouquinho e sai me enrolando na toalha. Quando pensei em secar o cabelo, meu celular tocou. Marcela. Bronca.

-Alô?! - Falei com a voz rouca de choro.

- Rafa, como você está? - Ela perguntou preocupada -

-Estou bem, Marcela e você? - Perguntei seca. Não quero falar com ninguém.

-Tudo bem! Então, não sei se você já viu o insta..., mas enfim, por que você estava na empresa da Bianca hoje? Você precisa se pronunciar em relação a isso! O twitter quebrou de tanta gente falando sobre, inúmeras tags e menções. Fora a galera no Instagram que tá caindo matando. - Ela disparou tudo de uma vez só.

- Olha, não pensei nisso ainda. Vamos nos encontrar amanhã na empresa para falar melhor sobre isso. Deixa as pessoas e suas teorias. Só por hoje, pelo menos. - Falei cansada sentando na cama.

-Rafaella, você precisa medir suas ações antes de fazer algo! Pode me encontrar amanhã na empresa para conversamos sobre isso. Boa noite. - Disse e eu desliguei sem me despedir. Não consegui.

Deitei na cama. Eu mal me aproximei da Bia e já está tudo uma confusão. Coloquei as mãos na cabeça respirando fundo. Bufei levantando e indo pro closet. Coloquei uma camisola e fui para a cozinha. Abri uma garrafa de vinho e me servi uma boa taça. Peguei a pasta que levaria para empresa hoje e fiquei trabalhando de casa. Revendo alguns documentos e planilhas.

Pov Bianca

Entrei em casa e dei de cara com o Miguel. Puta que pariu. Todo dia isso? Eu só quero um dia sozinha.

My haunted lung | RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora