Alfa desconhecido

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  O som das casas noturnas e a fumaça no ar fazia parecer convidativo a qualquer um que passa-se, no centro a se juntar aos aglomerados de jovens alterados pelo álcool, porém uma mente sã sabia das possíveis merdas que poderiam acontecer naquele bairro. Uma silhueta de aparência alta e magra com ombros largos caminha pacificamente pela calçada, um pirulito na boca e as mãos nos bolsos da calça, de postura descontraída e sem olhar para traz podia ser confundindo com um beta, mas em contrapartida o cheiro forte que emanava do moreno deixava todos tontos e de pernas bambas. Alfa...

  Um passo, dois passos, três passos um choramingo de dor, baixo e abafado. Os passos cessarão o olhar agora era direcionado ao beco há sua direita, onde se podia ver dois garotos no chão um deles encostado na parede com um semblante de dor enquanto, o outro abaixado tentava conter o sangramento com as mãos pequenas. Não aparentavam ter mais que dezesseis anos e estavam machucados, o loiro tinha cortes nas mãos, braços e testa e o moreno no abdômen, ombro, coxa e tornozelo eram ômegas e perceberão a presença do alfa os observando, um alfa dominante.

  Seria a salvação para eles que ainda eram perseguidos pelos farejadores que, estavam no encalço dos menores ? O ômega loiro não sabia, mais ia apelar para o lado protetor do lobo, e rezar pra ter eficácia.

  Alfa... Socorro - pediu choroso e eles viram com exatidão o segundo em que os olhos dele se tornarão vermelhos.

  Movido pelo extinto ele foi até onde eles permaneciam e atingiu em cheio um homem que emergiu  da escuridão, com um soco que fez o oponente recuar meio tonto. Era um alfa que se destacava na perseguição era rápido e conseguia desferir golpes certeiros enquanto corria, as garras sujas de sangue denunciavam o responsável pela dor e o sofrimento do menor de cabelo negros.

  Com um movimento rápido acertou uma joelhada no abdômen forçando a cabeça dele para baixo seguido, de um gancho de esquerda o nocauteando. Mais seis se aproximaram, lutando em equipe pra tentar acertar o oponente inusitado pela força e agilidade enquanto, podia se ouvir uivos não muito longe dali. Porém no fim somente um estaria de pé.

  Eles cairão rápido de mais pra se acompanhar, eram ao todo treze. E nem um estava de pé ou acordado e o loiro que via tudo, com os olhos turvos pelas lágrimas, podia jurar que também não estavam vivos.

  Ele caminhou até os menores se abaixou e abriu os braços, dando espaço para pega-los no colo. Ele pegou o moreno primeiro, o ajeitou com a cabeça encostada em seu ombro direito então mirou nos olhos do loiro, esse que ainda estava consciente e trêmulo  - qual o seu nome? - perguntou com a voz baixa e pacifica, contrastando com os olhos vermelhos e protetores.

  Era impossível não sentir o cheiro de sangue que vinha do beco inteiro,  incentivou o pequeno a subir em seu colo de boa vontade, segurou os dois por baixo das coxas e se levantou caminhando com os coturnos sujos de sangue para fora dali.

  Park Jimin - respondeu ao serem carregados pelo alfa - Jeon Jungkook - disse indicando o moreno, vendo o amigo apagado e com a camisa em farrapos, também sendo vencido pelo cansaço, a aura dominante era gostosa eles se sentiam protegidos.

                                  ...


  Ao abrir os olhos, os ômegas estavam ainda sendo carregados. Agora por um corredor marrom escuro e piso de madeira, com luminárias retangulares. Após atravessar uma porta de madeira grande e bonita, eles foram rapidamente deitados na cama de casal. As cortinas pretas estavam abertas dando passagem, para a sacada. O quarto inteiro tinha cheiro de chuva e terra molhada, como se a floresta estivesse invadindo o cômodo, era o almíscar do alfa desconhecido que os socorreu.

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