Capítulo 4 - Daniel

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  • Dedicado a Daniel Coleman
                                    

“Enquanto nosso coração não encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o diariamente, sofrendo por ele e, no fundo, bem no fundinho, felizes por ter para quem dedicar nossos ais e nossa insônia.”

Martha Medeiros

APÓS TER RETORNADO DE MAIS UMA noite de ensaio, estava sem energia alguma para preparar qualquer tipo de comida, nem mesmo macarrão instantâneo, então tudo o que fiz foi pegar o telefone e pedir uma pizza gigante com muito molho e queijo.

Pelo silêncio do apartamento, assumi que não havia ninguém em casa.

O tempo havia mudado consideravelmente do momento em que saí para ir ao ensaio para o momento em que cheguei em casa, se tornando chuvoso e frio o suficiente para que eu usasse roupas de frio.

Joguei uma água no corpo só para tirar um pouco do cansaço e esperei, sentado no sofá usando apenas uma calça de moletom enquanto acessava minhas redes sociais pelo celular, que a pizza chegasse.

De acordo com as fotos no Facebook, Connor, Raissa, Natalie, Kevin e pelo menos metade da minha antiga turma do Ensino Médio estavam numa festa em algum lugar de Los Angeles.

Eu agradeci ao fato de ter tido um compromisso naquela noite, caso contrário estaria na foto junto a eles. Não me leve a mal, eu curto demais sair com meus amigos, me divertir, beber e conhecer garotas, mas se dependesse de Kevin, ele não sairia da balada – e arrastaria tudo e todos que viessem pela frente junto com ele.

Eu e Kevin somos os mais velhos entre o meu grupo de amigos, e nos formamos no Ensino Médio há dois anos e, mesmo com toda a modernidade das redes sociais, fora muito fácil perdermos o contato com aqueles que eu não mais via tão constantemente quanto antes.

Acabamos encontrando um pessoal na festa de formatura do Ensino Médio das meninas, Kevin estava entre eles, e as saídas voltaram a acontecer com frequência.

Quando a campainha tocou, pulei fora do sofá e, pegando minha carteira, fui em direção à porta pronto para pagar a pizza a matar minha fome.

O que eu encontrei do outro lado da porta, no entanto, não era o entregador.

Com seus cabelos platinados caindo molhados por seus ombros até a altura dos seios, que, por sua vez, tinham seu contorno bem visível através da camiseta branca que ela usava por baixo da camisa xadrez aberta, o jeans grudado às suas pernas, a maquiagem escorria por seu rosto.

—Posso ficar aqui esta noite?

O Diário Secreto de MelissaOnde histórias criam vida. Descubra agora