Kim Taehyung sempre possuiu o costume de cansar-se de todas as suas "paixões incuráveis" que duravam entre dois e cinco dias. Porém, haviam duas delas que o garoto não foi capaz de superar em todos os seus dezoito anos de vida (não que tentasse), el...
AVISO: esse capítulo tem altas doses de boiolagem com os taekook fetinhos.
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Quando eu o vi pela primeira vez, creio que tinha meus nove ou dez anos, talvez onze, não me recordo muito bem... De qualquer forma, nunca me importei muito com números ou exageros, provavelmente você pôde perceber isso pelo título desse livro. É, eu realmente não ligo nenhum pouco de ser um emocionado incurável.
Voltando ao que realmente importa, Taehyung sempre foi muito melhor do que eu nessa coisa de expressar sentimentos, talvez fora exatamente por esse motivo que ele pediu minha mão em casamento para minha mãe algumas horas depois de termos chegado em Busan. Sério, foi um pouco depois, ainda estávamos descarregando o caminhão de mudanças, e sabe o que é o pior? O momento em que ele chegou com alguns cravos arrancados do seu quintal, pedindo a mão do menino dos olhos de jabuticaba em casamento - que na hora deduzi ser eu, no final das contas, era mesmo -, foi a primeira vez que o vi na vida.
Eu fiquei completamente vermelho com o sorriso quadrado daquele bobalhão direcionado a mim, principalmente depois que meus pais começaram a rir da minha cara ao entenderem a situação. Puxei o primeiro objeto do caminhão que não estava encaixotado - que por acaso, era uma vassoura - e mandei-o de volta para casa a vassouradas assim que meu pai perguntou-o quais eram suas intenções comigo.
Nunca foi muito fácil para mim fazer amigos, ou interagir com seres humanos em um geral, principalmente com aqueles que me deixavam sem graça toda vez em que me viam - especificamente, Taehyung, caso não tenha ficado claro -, então eu não sabia corresponder muito bem as tentativas de aproximação dele. No início ele parecia invencível, sério, era todo dia a mesma encheção de saco... Nem no meu próprio quarto eu tinha sossego, porque ele era meu vizinho, e a janela de seu quarto era quase parelha à minha. Todas as noites ele jogava uma buchinha de papel da sua janela, que caía no meu quarto, e quando eu abria, tinha algum poema romântico que me deixava completamente sem jeito, e aí começava a sua seção de músicas estranhas que eu não entendia bulhufas - mais tarde entendi que os poemas se remetiam às traduções das músicas que ele escutava no seu quarto tão alto que até mesmo eu era capaz de ouvir, ele as escrevia em um papel e dedicava a mim.
Eu jurava, com todas as minhas forças, que odiava aquelas músicas, porque por algum motivo, eu não conseguia reagir com simplicidade às demonstrações explícitas de carinho e admiração de Taehyung, apesar daquilo ter feito bem à minha autoestima numa intensidade maior do que qualquer outra coisa durante a minha infância.
O meu eu pequenininho e cabeça dura só foi se dar conta de que talvez gostasse um pouquinho das dedicações de Taehyung, quando, de repente, ele às parou de fazer.
Lembro como se fosse ontem da última vez em que aconteceu... Chegava a ser quase meia noite, Tae costumava fazer seus shows românticos lá pelas dez, eu estava morrendo de sono, mas não conseguia dormir, minha mãe já havia aparecido no meu quarto duas vezes querendo fechar a minha janela, pois era uma noite meio fria. Eu lhe pedi para voltar mais tarde, pois eu estava com falta de ar e a janela me trazendo um pouco de ar puro me ajudava. No final das contas, eu só não queria assumir para mim mesmo que estava esperando ansiosamente pela bela declaração romântica que Taehy me faria naquela noite.
Tardou, mas não falhou. Já passava-se da meia noite quando eu finalmente vi uma bolinha rosa de papel invadir meu quarto pela janela, levantei da cama em um pulo, olhando com uma face forçadamente irritada para a janela de Taehyung, onde ele estava com um sorriso menor do que nos outros dias.
Abri a bolinha de papel, enfim lendo a dedicação daquele dia.
De: M.r. Lindo
Para: o menino dos olhos de jabuticaba
"De repente, a dor de esperar terminou e o amor veio enfim.
Eu que sempre sonhei, mas não acreditei muito em mim.
Vi o tempo passar, o inverno chegar outra vez, mas dessa vez todo pranto sumiu, um encanto surgiu, meu amor...
Você, é mais do que sei, é mais que pensei, é mais que esperava, baby.
Você, é algo assim, é tudo 'pra mim, é como eu sonhava baby.
Sou feliz, agora. Não, não vá embora, não..."
Kookie, você nunca me deu a oportunidade de dizer, já que quando não foge de mim, me faz querer fugir de você à vassouradas, mas há duas coisas pelas quais eu sou eternamente apaichonado: MPB, e seu sorriso de coelhinho.
Você prefere usar um terno branco ou eu já posso encomendar seu vestido de noivo?
Levantei meu olhar para ele novamente, e mesmo que ele estivesse menos espoleta do que nos outros dias, parecia se divertir muito com minhas bochechas que queimavam em um vermelho bem vivo. Rapidamente peguei um papel da minha escrivaninha e a minha caneta de unicórnio que mudava a cor da tinta enquanto escrevia, amassando o papel como ele fazia antes de atirar para ele. Bom, minha falta de prática fez o arremesso falhar e cair bem na grama, então apenas peguei papel e caneta outra vez e reescrevi as mesmas palavras de antes, dessa vez acertando bem o meio da sua testa. Bem feito. Quando ele terminou de ler, deu um sorriso estranho. Eu não soube interpretar na época, apenas captei que era totalmente diferente do que ele havia me dado todas as noites antes dessa.
- E EU NÃO TENHO OLHOS DE JABUTIUBACA! - gritei sussurrado para não acordar meus pais, apenas para Taehyung escutar.
Fechei a janela com força enquanto ele gargalhava, ainda fingindo estar com raiva, me jogando na cama logo em seguida. Seguro de que não tinha ninguém ali para me ver em rendição contra o inimigo, eu dei um sorriso grandão, enquanto segurava minhas bochechas ainda ardentes.
Dormi com tranquilidade após aquilo, ouvindo a música alta vindo do seu quarto.
APAIXONADO É COM 'X', SEU BURRÃO!
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espero que tenham gostado <3, qualquer erro, eu provavelmente nunca vou corrigir, mas você está livre pra me avisar, firmeza?
aliás, um aviso: na descrição da história, diz que vai conter conteúdo adulto, mas não se preocupem, eles só vão ser fetinhos no prólogo mesmo KKKKKKKK
beijo no sovaco, muá
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