Seoul

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Jungkook

Finalmente é chegado o dia da viagem, eu não podia estar mais ansioso. Morar em Seoul abririam novos horizontes pra mim, e é exatamente disso que eu preciso.

Já estávamos empacotando os últimos itens. Há malas e caixas por toda a casa. Estou exausto de carregar móveis e caixas pro caminhão. Minha mãe está louca verificando se cada pote e pratos estão embalados corretamente.

— kookie vai chamando um táxi que já acabamos aqui – disse mamãe limpando o suor de sua testa - já estamos quase atrasados pro vôo.

— certo mãe – tirei o celular do bolso abrindo o aplicativo e solicitando um carro.

Eu estava duplamente ancioso, eu nunca tinha andando de avião e nem viajado para Seoul. Era tudo muito novo pra mim.

Ao chegarmos no aeroporto, já estando atrasados, então sem perder tempo fomos logo fazer check-in e por fim entrar no avião. Ao entrar no mesmo a aeromoça deu algumas instruções de vôo e logo decolamos.

Permaneci acordado o tempo todo contemplando a vista da janela, e acabei por refletir sobre minha vida. Eu não era sociável, eu não tinha amigos, eu nem sequer deixei alguém em Busan que sentiria minha falta, isso tudo me atormenta, eu só queria ser uma adolescente normal, ir em festas, beber e beijar algumas bocas por aí, isso não faz mal algum, preciso aproveitar minha idade. É tão patético alguém com 18 anos nunca ter namorado, pior ainda, nunca ter beijado alguém em toda minha miserável vida. O único contato com uma boca que tive, foi acidentalmente no fundamental, a garota deu um chilique e me xingou de todos os nomes diante da turma todo. Fiquei 3 dias sem ir pra escola.

Às vezes você precisa de alguma mudança externa para que se mude internamente. As coisas sempre acontecem com algum propósito maior. É nisso que eu acredito, afinal coisas novas combinam com coisas novas. Digo, se eu estou me mudando pra Seoul eu preciso deixar o Jungkook de Busan lá em Busan. Eu quero ser visto, eu quero ser notado pelas pessoas, eu quero ser chamado pra algum rolê na intenção de ficar bêbado e chegar às 5 da manhã em casa, ou dormir na casa de um amigo pra maratonas séries. Eu só quero não ter medo de nada disso.

Mas eu não sou nenhum tonto, eu sei que não é nenhum pouco fácil mudar repentinamente. Mas eu vou tentar, com todas minhas forças. Eu terei um amigo, quem sabe dois. Seremos os três mosqueteiros. Afinal não é difícil fazer amizade, é só abrir a boca e puxar um assunto qualquer, não é?

Ao pousar o avião, logo esses pensamentos negativos dão lugar novamente para a excitação de estar em um lugar novo.

Seoul era completamente diferente de Busan, eu me sentia como uma criança entrando em um parque de diversões pela primeira vez.

Logo então pegamos um táxi rumo a nossa casa nova.

Era um bairro tranquilo, nem tão luxuoso e nem tão periférico. A casa em si era consideravelmente maior e mais moderna do que a antiga. Mamãe, você acertou em cheio.Exploramos a casa e claro, eu não sou bobo nem nada fui logo no rumo do meu quarto.

— Mãe o caminhão da mudança chegou - falei vendo o caminhão parado pela janela do meu quarto – Tae corre lá pra ajudar a gente cão – e lá vamos nos no trabalho de formiguinha.

E era óbvio que o estabanado do meu irmão ia derrubar algumas caixas, e tropeçar na bagunça algumas vezes, enfim nada de fora do comum.

                        No dia seguinte
                       
Acordo aos poucos, tomando consciência do lugar, isso ainda é novo pra mim. Em seguida também tomo consciência da enorme dor nas minhas costas, já que eu tive que carregar a maioria das coisas, porque eu tenho um irmão que deve ter algum distúrbio nas mãos, que as mesmas só servem pra bater punheta.

Enfim, hoje é o dia de ir conhecer a tal escola nova.

Essa é a parte que eu mais temo. Temo não conseguir colocar em prática tudo que eu planejei, eu não quero mais ser o idiota que senta lá no fundo, quero que as pessoas me vejam, notem quem eu sou, por quem eu sou não só pra pedir as anotações do meu caderno. Eu não quero mudar radicalmente, eu gosto da minha essência, eu só quero um amigo pra eu dividir uma pizza sentado embaixo de uma árvore no intervalo da escola, ter alguém pra chamar pra jogar videogame, ou alguém que eu possa confiar e simplesmente me entender.

O único com tals características é meu irmão, mas poxa, irmão não conta. Eu tive um único amigo amigo na infância, há 7 anos atrás. Mas infelizmente ele sofreu um acidente de carro com os pais, e não sobreviveu. Eu senti tanta falta dele, e desde então, nunca mais tive amigos, me fechei na minha bolha, mas não fazia muita diferença, ninguém nunca tentou me tirar de lá.

Mas não pense que eu sou um desses jovens depressivos que querem a todo custo tirar suas vidas (bem pelo menos é isso que eles postam no status).

Apesar de tudo, eu sou feliz com a família que eu tenho, minha mãe sempre nos deu todo amor do mundo, ainda mais quando meu pai faleceu, e meu irmão é o meu melhor amigo, e melhor amigo que ele não há.

E esses pensamentos me dão um gás pra eu me levantar da minha cama. Hoje é dia de Jeon Jungkook tomar um rumo.

Logo depois de me arrumar, eu desço as escadas, e por incrível que pareça o Tae já estava acordado. Aposto que tava ancioso pra se atracar nos corredores com algum macho novo.

— Bom dia linda – digo sorridente correndo pra dar um beijo em minha mãe, que acena pra eu me sentar na mesa

— Bom meu neném – ela tem essa mania feia de achar que eu sou um neném, poxa mãe eu já tenho pêlo no saco.

— Bom dia mano, parece que alguém não está atrasado, tá animado é? – digo me inclinando para dar tapa na testa dele

— Bom dia, claro que acordei cedo, quero ver se eu arrumo um boy novo, faz tanto tempo que eu n...

— Jeon Taehyung!!! Meu filho, que pouca vergonha – fala com um olhar sério, mas logo cai na gargalhada – meu amor, quero que traga logo meu genro. – desvia seu olhar pra mim – e isso serve pra você também kookie.

— Tá mas seu for trazer vai ser menina, eu não sou gay! – digo me servindo com café da manhã

— Tudo bem filho, eu não é porquê você é hétero que eu vou deixar de te amar, mas agora temos que ir na escola de vocês,  e já estamos atrasados.

Por sorte a escola ficava apenas três quarteirões da minha casa, então seguimos o rumo da escola à pé.

Ao chegar lá, já gostei de cara, era uma escola maior e mais moderna. Sem perder tempo fomos logo para a diretoria, pra nos apresentamos e ela dar aqueles instruções e regras chatas de escola.

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Bjs e até o próximo capítulo.

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