Meu Laranja Favorito - [You/G!P]

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Pov S/n

Eu realmente não sei o que diabos deu na minha mãe de se mudar pra Minas Gerais. Sério, a gente morava em São Paulo... SÃO PAULO! Tem o ar mais poluído? Tem, mas é bom morar lá cara.

O motivo dela ter mudado radicalmente foi o novo namorado. Ele não pode se mudar pra São Paulo porque tem trabalho fixo em Minas e bla bla bla, não prestei atenção em nada.

Mas pelo menos eu não vou estar totalmente sozinha, eu tenho uma amiga virtual que mora em lá, então talvez eu dê sorte de encontrar ela.

Enfim, vou parar de falar dessa catástrofe e me apresentar. Sou S/n S/s e tenho 17 anos, mas faço 18 esse ano. Sou interssexual, ou seja, tenho um pênis no lugar da vagina. Complicações na gravidez e tals, não sei explicar isso, não sou médica.

Pelo meu jeito de falar vocês devem constar que sou uma filha rebelde, mas a verdade é que... Sou sim. Bom, mais ou menos, eu tenho minhas fases.

-Cadê o meu tablet S/n? - ah, esse é João Carlos, meu irmão mais novo, ele tem 13 anos e é irritante pra caralho.

-Eu não sei não, pra que eu vou querer seu tablet garoto? - pergunto como se fosse algo que eu nunca pegaria, e é mesmo. Ele bufou e saiu pisando forte. -Tudo bem, tá tudo organizado? - pergunto pra mim mesma olhando as caixas no chão do quarto. Constatei que sim, esta tudo organizado.

Uma coisa, eu não sou aquelas adolescentes que colocam pôsteres nas paredes de cantores de rock, pop ou RBD, embora eu goste de RBD... enfim. Eu sou mais dos livros, eu tenho cerca de 100 livros ou mais, e eu tive que organiza-los em duas caixas enormes.

Tá, pra não parecer aquelas adolescentes nerds, eu digo que amo música. E é meu Hobbe compor e cantar. Todos dizem que tenho uma voz bonita mas na real? Eu discordo um pouco. Eu já escrevi quatro músicas, todas para pessoas específicas. Sabe aquele filme? Para todos os garotos que já amei? Então, essas músicas são para todas as garotas que já amei, e a história não é muito diferente.

-Já terminou com as caixas? - essa é minha mãe. Ela aparece sempre do nada, e as vezes em momentos inoportunos, não estranhem.

-Sim, terminei! - falo seca e ela suspira.

-Olha filha-

-Não, por favor. Eu já superei e tô começando a aceitar isso, não quero palestra se não eu vou voltar atrás! - digo e ela assente sorrindo de leve, retribui o sorriso. Ela me puxou para um abraço. -Só... Não se machuque com esse cara, a senhora mal o conhece e...- suspirei. -só tome cuidado, ok? - perguntei e encarei seus olhos.

-Desde quando as funções foram invertidas? - ela perguntou e nós rimos juntas.

-Desde que a senhora passou a ser a adolescente rebelde! - falei como se fosse óbvio. Ela ri de leve e assentiu.

-Eu te amo! - falou e beijou minha testa.

-Também te amo. - retruquei. Ok admito, eu não sou tão rebelde quanto falei, mas eu tento.

-Leve as caixas pro caminhão, e ajude seu irmão com as dele! - ordenou e eu assenti bufando.

Uma coisa eu tenho que concordar, Ricardo é um cara legal, pelo menos aparenta. Ricardo é o doido que quis namorar minha mãe.

Ele tem duas filhas, acho que uma é Rafaella e outra é Gizelly. Nunca vi fotos delas duas, mas elas tem respectivamente, 18 e 20 anos. Enfim, tomara que elas me aceitem, não quero intriga com ninguém, já basta o João!

-Tá precisando de ajuda? - me escores no batente da porta do quarto de João. Vi ele tentando levantar uma caixa do chão, mas sem sucesso. Prendi o riso.