Only

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- Chitta, o que tá esperando? - Perguntou Taeyong, me empurrando de leve na direção do balcão, onde se encontrava ele, o homem que tira as minhas belas noites de sono, meu chão e a minha sanidade. Johnny Seo.

- Anunciarem o fim do mundo. - Brinquei dando meia volta, me afastando do balcão, sendo acompanhado por um Hyung emburrado.

- Você deveria pelo menos tentar! - Reclamou, voltando a sentar na mesa, segui sua ação e sentei também.

- Olha quem fala! Você não tem nem coragem de olhar na cara do Jae, e ainda quer falar de mim? - Protestei, tomando meu cappuccino.

- E-Eu só não tive a hora certa ainda! - Tentou se explicar.

- Fica quietinho amorzinho, antes que eu jogue mais verdades na sua cara. - Proferi, voltando a atenção ao balcão.

"Johnny não estava mais lá."

Estranhei, passando os olhos por todo o recinto.

"Ele não estava em lugar algum."

Passei as mãos em meus cabelos, tentando afastar qualquer pensamento que me levasse ao coreano, falhando miseravelmente ao olhar meu amigo Taeyong, o qual me arrastou aqui para me declarar para minha paixão platônica.

Era incrível como tudo começou.

Eu estava voltando do trabalho, quando pensei em ir tomar um café, para relaxar a mente, depois de falhar em tantos projetos e levar bronca por não conseguir me comunicar bem.

Ser Tailandês me dava um olhar exótico, é isso o que Haechan dizia. Não que eu acredite muito nisso, mas os olhares que recebo talvez sejam como uma resposta para minha dúvida.

Entrei em uma cafeteria não muito longe de casa, era bonita e muito organizada. Suas cores eram em tom madeira deixando o local com um ar mais rústico.

Me sentei ao balcão e chamei um garçom, esse que trajava um uniforme bem harmonizado, com tons claros de marrom, seus cabelos junto a seus olhos em um castanho médio, seus lábios levemente avermelhados. Era alto e trazia um sorriso acolhedor em sua bela face.

Acordei do transe depois de alguns estalhos que ele fez em frente a meu rosto com os dedos.

E me vi perdidamente apaixonado por Johnny Seo.

- Com licença. - Saí de meus pensamentos ouvindo uma voz melodiosa ecoando pelos meus ouvidos.

"Era ele."

- S-Sim? - Gaguejei, me virando para o encarar.

- Sinto lhe dizer, mas estamos fechando. - Avisou apontando para alguns funcionários que saiam da cafeteria.

- Oh certo, sinto muito! Acabei perdendo a hora. - Pedi me levantando para pagar os nossos lanches. - Arruma suas coisas Tae.

Fui acompanhado por Johnny até o altar.... quer dizer.... balcão.

- Quanto deu? - Perguntei, pegando minha carteira abrindo a mesma.

- 16,75 - Disse conferindo em um papel.

Entreguei o dinheiro, mas quando estava prestes a sair, senti minha mão ser segurada.

- Ten... - Chamou, me fazendo virar.

- S-Sim? - Comecei a pensar em diversas coisas absurdas, além do mais, o que ele teria para falar comigo.

"Será que ele sabe que tenho uma quedinha por ele?"

"Será que eu dei o dinheiro errado?"

"Será que ele vai me expulsar?"

E muitos "serás" ecoaram pela minha mente.

- Eu sei que parece estranho mas.... - Soltou minha mão, saindo de trás do balcão, vindo ao meu encontro. - Você quer sair comigo?

Definitivamente o "será que eu estou sonhando?" acertou.

- Como? - Pergunto, sem entender, enquanto ele se aproximava mais de mim.

- Eu sei que você tem uma queda por mim Ten...

- S-Sabe? - Me afastei da aproximação perigosa que se formava entre nós.

- Você não é nada discreto. - Riu nasalado, me fazendo acabar por rir também. - Mas, e então? Você aceita?

- Claro que sim! - Me joguei em seus braços, o abraçando.

- Amanhã, depois do meu expediente das 12, podemos sair. Já que sei que não trabalha amanhã.

- E como sabe disso? - Questionei, me apoiando no balcão.

- Você acha que é o único que tem uma quedinha aqui? - Sussurou em meu ouvido, sorrindo sapeca, adentrando a cozinha da cafeteria.

Me aproximei de Taeyong com pernas bambas, o mesmo apenas me encarava com uma cara de pura confusão.

- E-Ele, ele, eu, e, ele. - Soltei me apoiando ao meu amigo, que ria da minha cara de bocó apaixonado.

- Me conta, ele gosta de você também? - Debochou.

Apenas assenti e seguimos nosso caminho rumo a minha casa.

JohnTen - OneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora