Amarga Solidão

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Hoje é uma quinta-feira de dezembro, o ano está indo embora. E com ele você. Você com ele. Nós com ele. Não há esperanças, não há volta, não há nada que eu possa fazer. Por isso, sinto, é tudo que posso. Sinto.

Chove muito lá fora, posso ouvir. Dentro do meu quarto também, tem goteiras por toda parte. Posso sentir as gotículas de água gelada baterem na minha pele como se fossem laminas afiadas cortando minha pele. Cruel demais.

Às vezes, posso ouvir você me chamando "Amor!" estou ficando louca? Talvez. Meu peito aperta, meu coração acelera, a barriga embrulha, minhas mãos tremem. Sim, é uma crise de ansiedade. Por favor, me deixe afundar. Não quero sentir, não quero pensar, só quero dormir e nunca mais acordar...

Encontro-me em total escuridão, falta luz elétrica na cidade. O silêncio total é perturbador, é como se eu pudesse ouvir o sangue circulando pelas minhas veias, querido. O desespero vem, não consigo controlar minha respiração ofegante. Me sinto fraca, sem forças para lutar contra minha solidão. Podes me ouvir, querido? Estou me afogando, meu bem. Ajude-me...

Sinto-me perdida, sem rumo, confusa, sem ninguém. Sem você.

Amarga solidão.

O Último RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora