2. Festa e Revelações

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Voltei a entrar no Audi e segui-a até á bendita festa, usando as roupas mais escuras que tinha na mala, pois eram as únicas que me pareciam decentes para uma festa daquelas. Segundo a Amy, tinha até mesmo uma fogueira na parte de trás da casa! Eu sinceramente não queria ir, mas bem, o que fazemos pela família!

Ela andava naquele carro a acelerar que nem uma lunática, até mais do que eu, mas não me preocupei muito, pois eu já sabia o que a casa gastava com ela.

Foram apenas 10 minutos de viagem, mas os minutos mais concentrados da minha vida. Estacionei atrás dela, sentindo o seu braço a aparecer á minha volta, apertando-me, mostrando o seu entusiasmo.

-Vá vá, Amy, tem calma, acho que ninguém me vai comer um bocado, se bem, que acho que ninguém teria a chance. – Ela sabia bem do que estava a falar, pelo que apenas sorriu para mim, batendo no meu ombro suavemente, mostrando o seu apoio.

- Sim, eu sei, aquele garoto ainda não saiu do teu sistema? Mas tu eras uma criança Camila, ele provavelmente nem reparou em ti como tu reparaste nele, tens que seguir em frente de uma vez por todas e aqui, há imensos rapazes excelentes para isso! – Eu bati na sua cabeça, vendo já o amontoado de pessoas com bebidas nas mãos, festejando como se amanhã não houvesse mundo.

- Quem é o cabecilha desta festa? Parece que tem tudo planeado! – Ela sorriu, puxando-me para dentro, atirando-me uma bebida para a mão, que eu relutei em agarrar, pois amanhã tinha a entrevista e queria ir sã, não com dores de cabeça ou grogue ao ponto que não conseguia responder às questões que me apresentavam.

Era uma vida fora de Old River, que eu queria, mais que tudo!

- Os Mendes. Eles são naturais daqui, mas raramente veem á terra. Cada vez que eles aparecem, fazem uma festa, ou melhor dizendo, o filho faz. – Mais um mimado, provavelmente filho único, que não tinha mais nada que fazer, a não ser gastar o dinheiro dado pelos pais.

Mas uma luzinha se acendeu na minha cabeça, lembrando de uma festa á anos atras, relacionado com a Mendes Enterprises, onde eu tinha conhecido o tal rapaz, do qual nunca tinha conhecido o nome.

Provavelmente era apenas coincidência.

Dançamos as duas, mas abandonei-a pouco depois, indo para a fogueira, sozinha, olhando para a lua cheia a aparecer no céu, sabendo perfeitamente bem, que daqui a pouco, a Amy iria passear com os seus e eu iria ficar ali, apenas por um pouco mais.

- Que estás a fazer aqui, sozinha? – Eu assustei-me, olhando para um rapaz loiro falso, que se aproximava de mim, mas sinceramente não me apetecia responder muito, mas tinha que ser educada mesmo assim.

- A pensar! – Curta e firme, como sempre, era uma forma de defesa que tinha, mas ainda não conseguia ser amorosa com qualquer tipo de pessoa, era quase como se fosse fria com todo mundo, apenas porque sim, eu não conseguia controlar essa pate minha, por muito que quisesse.

- Sabes, isto é uma festa, a ideia é não pensarmos! – Entregou-me uma bebida mas não aceitei, sabia perfeitamente bem, que não o conhecia e que poderiam existir repercussões em festas destas. Á anos atrás, se não fosse a Amy, eu tinha sofrido bastante nas mãos de pessoas como ele.

- Não, obrigada, tenho um grande dia amanhã pela frente. Não irei beber mais!

- Anda lá, eu não te irei morder, é apenas uma bebida! – Se eu estava a dizer que não queria, qual era a ideia dele?

Colocou a bebida ao meu lado e sentou-se, agarrando o meu braço, mas logo o puxei, porque aquilo era uma brincadeira de muito mau gosto, para uma pessoa que não conhecia de lado nenhum e sabia que não estava bêbedo, ele estava completamente cordato.

It Isn't In My BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora