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Tomei mais uma xícara de café antes de partir pra mais uma reunião, que iria durar algumas boas horas do meu dia.

- ao trabalho, né Max - falei pro cachorro e entrei no meu escritório, que antes era a sala de dança de Ondreaz.

Liguei o computador, dando início a vídeo conferência. A maioria do meu trabalho era feito em casa, já que não demandava muito de um deslocamento até algum lugar. E preferia assim.

***
- vamos buscar Dre? - me abaixei pro cachorro - quer vir comigo? - ele permaneceu me olhando - ótimo! Vamos.

Troquei de roupa e peguei as chaves do carro, que recentemente tínhamos comprado. Coloquei a coleira em Max e tranquei o apartamento, trombando com uma figura loira.

- Ray?

Revirei meus olhos, desejando que Cynthia sumisse da minha frente. Ela não falava, mas era mais que notável que ela era caidinha por Ondreaz e não perdia uma oportunidade pra me atormentar.

- como vai, Cynthia? - forço um sorriso pra minha vizinha.

- indo buscar o bonitão?

- é da sua conta?

- tá estressada! - ela riu alto - calma, Ray. Ele não vai se apaixonar da noite pro dia por mim. Ainda não.

- você não cansa né? - pergunto com certo nojo.

- as vezes sim, acredita? - ela olha pras unhas - foi bom falar com você. Até mais Ray! - ela sorri, com os lábios pintados de vermelho - tchau pulgento - ela fala pra Max.

- não o chame assim... - advirto, mas ela bate a porta na minha cara - não dê ouvidos pra ela, Max - falo baixinho - você não é pulgento e ela é uma idiota.

Entro no elevador e desco até o estacionamento. Assim que passamos por um grupinho de cachorros, Max logo começa a fazer bagunça, latindo alto pra eles.

- agora não, por favor! - puxo o cachorro pra longe, pedindo desculpas pra família que me olhava feio - Max...

Quase empurrando ele pro carro, entramos com ele ainda em alerta e agitado. Mas percebi que ele não latia pra todos os cães, mas sim pra uma cachorrinha em especial que o observava.

Sorri de lado e dei partida no veículo.

- é, Max - começo - somos dois querendo namorados - respiro fundo, sentindo aquela solidão me abraçar - tá difícil... Parece que voltei a ser solteira - resmungo.

O vira lata deu um latido de despedida pro grupinho que ainda estava estressado com ele.

Segui pelas largas avenidas, enfrentando congestionamentos enormes e mandando mensagem pra Ondreaz falando que iria me atrasar. Ele tinha me avisado que Tony já fora pro apartamento que dividia com mais alguns garotos e estaria me esperando nos fundos do aeroporto pra evitar tumulto.

Bufei, sem paciência pros congestionamentos.

Depois de alguns longos minutos, cheguei no meu destino, indo pros fundos e percorrendo meus olhos pelas pessoas em busca do meu namorado.

- tá vendo ele, Max? - perguntei, indo bem devagar com o carro.

Me assustei com as buzinas atrás de mim, e dei espaço pra que os carros passassem com pressa.

- cadê você... - olhei com mais intensidade até ouvir Max latindo - encontrou? - me virei pra ver o que o cachorro havia encontrado.

Sorri aliviada ao ver o garoto sentado em cima da mala enquanto mexia no celular. Buzinei pra Ondreaz, que levantou seus olhos pra mim e imediatamente pegou a mala e puxou pra dentro do carro, a colocando no banco de trás junto com Max.

- ei garoto! - Ondreaz o alisou rapidamete e fechou a porta, vindo pro banco ao meu lado.

- finalmente chegou - falei simplesmente.

- senti saudades, bae - ele me deu um beijo curto. Era o máximo que fazíamos desde que ele começou a ficar atolado nas viagens.

- também - falei baixo, com um certo peso.

Na verdade, eu sentia saudades todos os dias. Mesmo quando ele chegava, eu sentia falta das nossas aventuras e dos nossos momentos juntos. Fazia muito tempo que me sentia sozinha e escondia isso dele, numa tentativa de transparecer bem com a nossa nova vida. Eu sabia que nós dois queriamos isso mais que tudo, mas de repente tudo se tornou tão chato. Como se aquela mágia com a qual sonhavamos, tivesse morrido de uma hora pra outra.

Dirigi até o prédio, com Ondreaz me atualizando de tudo o que tinha feito quando estava fora e já falando de mais uma outra viagem que teria que fazer.

- e eles terminaram de novo, ficou sabendo? - ele disse de repente.

- quem?

- Tony e Addison.

- pela trigésima vez? - falei com certo deboche, já acostumada com os términos mensais deles.

- mas parece que dessa vez foi pra valer.

- ela deve está arrasada - disse prestando atenção no trânsito - ela sempre gostou muito dele. Sabia que isso de namoro a distância não iria funcionar com os dois. - dou de ombros - na verdade, acho que com quase ninguém funciona...

- eu já tive uma web namorada quando estava no ensino médio - Ondreaz disse brincalhão - durou até que bastante, mas não tava dando certo.

Não sei o que tinha dado em mim, mas eu simplesmente não consegui me entrenter com seus comentários que sempre tinham o costume de me roubar belas risadas.

- acontece, né.

Respondi meio seca, mas ele não percebeu. Como sempre.

















damnnn girl, i luv u💜//ondreaz lopez (2 temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora