Atlas

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Deito para dormir mas é inútil
Vinte minutos ou menos já estou sentado
A beira da cama parece um abismo profundo e opaco
Logo os pensamentos lúgubres tomam conta de todo espaço.

Os minutos correm e eu não cochilo
Sequer bocejo, sinto meu corpo inteiro cansado, ele pesa como uma âncora
Afunda, afunda, Afunda.

Meu coração é frágil e ele absorve todas as dores do mundo
Eu choro, fico enfurecido, fico trêmulo
Dou risadas de desespero e choro de novo.

As lágrimas criam um rio no vale da madrugada
Eu lembro que não sou Atlas, mas carrego o mundo inteiro nos ombros
Enquanto o meu ser cai em ruínas, meus ombros vão rachando.

Ouça: Atlas - Yan Paiva

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