Inimigos declarados | MARKHYUCK ✔️

2⚡Problema na Química

Era uma péssima terça-feira porque: 1) estava chovendo; 2) Donghyuck havia esquecido seu guarda-chuva; 3) não haveria educação física, pelo menos, não do jeito que Donghyuck desejava. Estava chegando o inverno e com ele a peça de mudança de estação, Hyuck detestava essa peça porque: 1) ele nunca podia ser o principal; 2) era sempre uma peça heteronormativa; 3) Jihye sempre era a protagonista. A verdade era que não tinha nenhum desafeto por Jihye até então, sabia que ela era a garota mais popular de seu ano e isso não lhe importava muito, contudo rolava pelos corredores do colégio que a menina tinha uma pequena queda por Mark. Aquele fato fez com que a visse com outros olhos, os do ciúme. 

Havia ficado mais que claro que Donghyuck não sabia lidar com sua insegurança, saber daquela informação não havia colaborado. Sua auto-estima estava a cada dia mais se deteriorando por saber que não poderia competir com a garota, se ela cismasse tiraria Mark de si. Não queria perdê-lo, principalmente porque havia sido muito difícil conquistá-lo, estava disposto a falar com Mark sobre o assunto. Sabia que com o jeitinho dele de falar conseguiria se acalmar, ele era bom em dizer o quando Donghyuck era especial. 

Estava caminhando na direção do teatro depois de ter se escondido no banheiro e ter dito a Mark que não estava bem só para tomar coragem de conversar com ele. Seus passos lentos e sua respiração de preparação foram o suficiente para conseguir manter a coragem, mas foi passar pela porta que tudo se foi. Seus olhos captaram a tão temida imagem de Jihye e Mark respirando o mesmo ar, a menos de um metro de distância, conversando amigavelmente. Não era motivo para pânico, a mente de Donghyuck falava: eles só estão conversando. 

A menina cheia de charme, jogou os longos cabelos descoloridos para trás e sorriu de maneira fofa. Foi o fim. Mesmo que Mark só tivesse sorrido de volta por obrigação e que seu maior desejo fosse sair de perto da menina, isso não importou muito. Donghyuck chegou batendo os pés, nervoso, puto da vida, mas ainda sim ele fingia muito bem, era um ótimo ator. Um sorriso falso e a cabeça erguida já havia enganado metade do colégio assim, respirou fundo e cumprimentou amigável:

— Oi, Jihye! — Virou-se para Mark ainda sorrindo e perguntou: — Ainda está disposto a ser minha dupla para ser a árvore da peça. 

Mark sorriu mostrando os dentes, os olhos de Donghyuck se encheram de confiança outra vez, mas ela durou pouco foi só Jihye falar:

— Na verdade, Hyuck… estava tentando convencer o Mark a ser Petrúquio. 

A cara de espanto de Donghyuck talvez tenha sido a melhor parte, mas ninguém comentou. Ele digeriu a informação lentamente, como se não falasse o mesmo idioma que Jihye. 

— Ah! Ele… — apontou para Mark. — Vai ser o Petrúquio.

A garota sorriu alegre de pura animação, tocou no ombro de Mark. Donghyuck virou o pescoço, mordeu o lábio e engoliu todas as palavras que diria em seguida.

— Isso não é ótimo! — Jihye exclamou.

Erguendo uma das sobrancelhas Donghyuck olhou para Mark e repetiu com uma entonação alegre, mas bem falsa:

— Ótimo. Muito bom mesmo.

—Tá vendo, até o seu amigo está dizendo — ela tentava encorajá-lo usando as palavras de Donghyuck, que, na verdade, estava se remoendo em ódio. — Por favor, Markie! 

Aquele era o fim, definitivamente, quem disse que ela poderia chamá-lo assim? Donghyuck gritava por dentro, porém por fora esbanjava neutralidade. Mark olhou para ele confuso, depois olhou para garota. 

— Ta — respondeu simples. 

Jihye voou para cima dele e deu um grande abraço nele, que nem ao menos se mexeu. Donghyuck observava tudo com seu sorriso amarelo, enquanto rezava para que aquela cena acabasse o mais rápido possível. Quando ela se afastou foi correndo até as amigas, cochicharam e fofocaram como se fosse a melhor notícia do mundo.