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Eu sempre fui uma pessoa tranquila, paciente e amorosa, mas ao mesmo tempo fechado para tudo. Posso dizer que quem é próximo de mim sentiu na pele o que é ser cuidado e amado. Hoje em dia muitas coisas mudaram e uma delas é esses vários aspectos na minha vida. Meus sentimentos e cuidados triplicaram e aquela pessoa fechada, se tornou totalmente bloqueada.
 Demonstrar sentimentos se tornou um tipo de monstro daqueles gigantes e feios que só de olhar para ele você entra é um pânico absurdo. Controlar o que eu sinto se tornou um hábito desde do tempo em que passei pela maior dificuldade de todas, me declarar. 

Quando eu pensei em ser um escritor, não imaginaria o que poderia vim pela frente, no começo sempre achei que não ia dá em nada. Grande engano. Ao longo do tempo consegui juntar dinheiro suficiente para montar a minha própria editora e dá a oportunidade para as pessoas que queriam seguir o mesmo sonho que o meu. E foi pensando nisso que eu resolvi fazer o projeto para escritores amadores ou pouco reconhecidos, eu não imaginaria que ao fazer isso o destino seria tão filha da puta e colocar a minha antiga paixão na minha frente, cara a cara. Ele está bem aqui no meus braços e parece tão abatido, não achei que me ver iria o atingir tanto ou pior não achei que iria me afetar muito mais do que pensei. Preocupado com o estado do mesmo, em um impulso o levei para a minha sala, o deitando no sofá que tinha no local, então minseok chegou com a água que eu tinha pedido. Coloquei tudo em cima da mesa e me virei para ir em direção ao meu armário 

- Eu preciso de álcool e algodão...- Me virei para os dois que se encontravam ali.- Vocês conseguem pra mim? 

Vi os dois sacudindo a cabeça em afirmativa em minha direção, logo indo para fora da sala. Me vi sozinho com baekhyun e então sentei no chão ao lado do sofá, talvez esses anos todos não serviram de nada e com o mais baixo em minha frente, foi como se eu tivesse voltado ao tempo. Aquele que meu estômago vivia cheio de borboletas, minhas mãos ficavam suadas em puro nervosismo e meu coração acelerava apenas em tê-lo em minha frente. 
Fui acordado dos meus desvaneios assim que ouvi a porta sendo aberta novamente por meus amigos, logo me entregando o que foi pedido, peguei o algodão da mão de Minseok e umedeci, cheguei perto do nariz do menor para que respirarasse o odor do algodão e aos poucos ele foi acordando lentamente, pude ver seu olhar assustado direcionado em minha direção.

- Chanyeol...

- Baekhyun...- Falamos ao mesmo tempo, abaixei minha cabeça e então virei em direção aos meninos que ainda estavam presente.- Vocês poderiam nos deixarem a sós por um momento?

Vi eles indo em direção a porta e eu entendi quando minseok me olhou, era como se ele dissesse que tudo iria ficar bem e eu acreditei nisso. Me virei para onde baekhyun estava, ele já estava sentado e olhando fixo para qualquer canto daquela sala como se tivesse em transe, me sentei em cima da mesa que estava ali de frente para o menor e o encarei, profundamente e não foi diferente do mesmo que me encarou com se conseguisse ver a minha alma. Foi o tempo de piscar até sentir o corpo do menor junto ao meu, sim ele tinha me abraçado e pude sentir quando as lágrimas se formaram no canto dos meus olhos, ele desfez o abraço e me encarou, seus olhos já estavam vermelhos indicando que o mesmo já chorava e em um impulso o puxei para outro abraço e dessa vez mais apertado, como se tivesse descontando toda aquela saudade de muito tempo, o tempo com certeza não havia passado, ainda era o mesmo, eu conseguia sentir todo o calor que emanava de seu abraço e ele me apertou mais afundando sua cabeça em meu peito e só depois percebi que lágrimas também começaram a descer sobre meu rosto 

- Senti tanta a sua falta, me desculpa por tudo, eu...- Falei em um sussurro pela distância, mas não consegui continuar, minha garganta travou e um bolo se formou, não queria chorar mais do que já estava.

- Também senti a sua, eu preciso que me desculpe também, a culpa também foi minh...

- Não foi, sabe disso...- Desfiz o abraço e direcionei minhas mãos até suas bochechas limpando suas lágrimas e então soltei um riso pequeno.

Cartas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora