Travava uma batalha interna entre o certo e o errado, a vida e a morte. Eram três da manhã e eu estava com sede, tinha comido batata frita antes de dormir e me xingava mentalmente, sabendo do medo de escuro que eu tenho. Eu estava com tanta sede que poderia morrer desidratado, só tinha uma saída e sabia que teria que levantar, era meu trágico destino.. Vai, Víctor, você consegue!
Peguei meu celular e com o fone já plugado, pus ele nos ouvidos e desbloqueei, dando de cara com uma foto do Kauã dormindo na mesa da escola que eu tirei escondido, fiquei admirando-a por uns segundos. Ver meu melhor amigo de infância me deixou cheio de sede, sede de leite.
Corri com os dedos pela tela, envergonhado, abrindo o Spotify e colocando uma música pra me acalmar, escolhendo Paralisa da MC Loma e gêmeas lacração. Levantei da cama assim que a música começou, seguindo pra cozinha me hidratar enquanto me sacudia no ritmo da música. Abri a geladeira com cuidado, não queria acordar minha mãe, peguei minha garrafinha d'água e deu longas goladas, sentindo a água gelada escorrer garganta adentro.
Suspirei aliviado, decidindo voltar e levar a garrafa comigo, mas nesse momento o refrão da música começou e foi mais forte que eu. Abaixei meu corpo até o chão e rebolei bonito quando ouvi "vai, paralisa, com o bundão no chão". Depois de um passinho de caubói profissional que eu dei sem fazer barulho, levantando a mão e girando o laço, me pus de pé e segui pro meu quarto. Chegando lá, apenas pus a garrafa de água gelada na mesinha do lado da cama, me deitando sobre meus lençóis e esticando o corpo. Tirei os fones e fechei meus olhos, jogando o celular na cama com descuido.
Quando estava quase pegando no sono, senti uma mão sobre minha coxa, depois sentindo um aperto forte naquele local. Abri meus, desesperado, dando de cara com uma figura que, mesmo no escuro, eu reconheceria facilmente.
- Kauã? - Perguntei, atônito, vendo meu melhor amigo e primeiro amor me olhando com os olhos semiabertos e sorriso que, se não estivesse tão escuro, poderia jurar que era largo e cheio de malícia. Sua mão deu outro apertão, me tirando do transe em que eu estava com uma onda de dor e prazer, além da vergonha gritante em meu ser. - O-o que você tá fazendo aqui? Como entrou aqui? - Perguntei com a voz abafada pela minha mão, que tentava impedir meus suspiros altos de sair.
Sua única resposta foi o subir das suas mãos, uma parando na minha cintura e a outra.. entre as minhas pernas, na parte interna da coxa. Soltei um gemido baixo quando ele apertou e massageou minha pela, naquele local sensível. Minha respiração estava tão descompassada que chegava a doer meus pulmões, enquanto meu peito subia e descia.
- Víctor.. - Ouvi sua voz soou melodiosa pelos meus ouvidos, como se ele estivesse tão absorto na situação quanto eu. Me voltei para seu rosto, onde vi seus olhos fechados. - Eu vim te ver, queria saber se você estava bem, só isso, mas você foi na cozinha e começou a dançar do nada. - Ele mordeu seus lábios e soltou rápido, poderia dizer que houve brutalidade se não estivesse tão escuro e eu tão excitado. Seus olhos se abriram e ele se aproximou muito, colando seu tronco no meu, me permitindo olhar bem seus olhos castanhos tão bonitos e seus traços do rosto de garoto americano do Tik Tok. Me dei conta do quão próximas nossas faces estavam quando ele soltou sua respiração e ela se misturou com minha. - Você estava rebolando tão gostoso que eu só consegui te imaginar em cima de mim, deslizando no meu pau e gritando meu nome. - Ele soltou junto com outra rajada de ar dos seus pulmões mesclado com seu cheiro.
Olhei bem fundo nos seus olhos, que pareciam me querer enlouquecer de tanto desejo. Tirei minha mão da boca e levei para seu cabelo, enroscando meus dedos e puxei sua cabeça pra frente, selando nossos lábios. Ambos os corpos agitados e excitados, roçando e precionando, enquanto nossas línguas chupavam, enroscavam, tudo freneticamente, muito quente e úmido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Demônio das Três
Ficção AdolescenteUma estória sobre um garoto que foi pegar água durante a noite e se deparou com um ser demoníaco.