Há muito tempo quando o mundo era jovem e esplendorosos reinos regiam a terra como a Neóbia, Ashai, e a sombria Xutar. Uma terra muito antiga em que bravos Guerreiros lutavam por riquezas e glória, desafiando até mesmo os deuses, uma era cheia de misticismo, mitos e folclore. Essa terra era chamada de Arkrán e Os reinos solares.
Uma pequena comitiva cavalgava arduamente pelo deserto de fogo. A frente do grupo estava Kulad, um guerreiro Berbere, de semblante imponente e olhar audacioso, montado em seu corcel, usava calças largas de lã escura e botas de couro de ovelha, trazia uma comprida cimitarra presa à cintura. Sobre seu peito nu um colar de dentes de leão. Longos cabelos negros pendiam sobre seus ombros estendendo-se até a cintura. Era alto e forte, mais parecendo um muro de Ébano.
Ao seu lado um pequeno guerreiro chamado Rassym montado em uma zebra sem arreio, não era mais alto que um garoto no seu décimo segundo verão. Na cabeça usava um adorno feito de palha e penas de águia, ao modo dos "Pûys", Os pigmeus da floresta dos bantos, no peito trazia uma funda e seu corpo era coberto por pinturas de guerra, vestido com uma tanga de pele de antílope. À frente dos Guerreiros vinha Baboo, o fiel companheiro de Rassym, Baboo era um Macob de pelo rajado e orelhas redondas, um cão selvagem das savanas.
Baboo parou na frente de uma grande tenda montada no meio do deserto, era feita de pelo de camelo e coberta por véus de seda. Kulad desmontou o corcel e caminhou até ela, abaixou-se para entrar erguendo a cortina bordada que cobria a porta, um cheiro agradável de incensos exalava por todo interior da tenda e sobre tapetes ornamentados um divã cravejado de rubis com almofadas de tecido aveludado e fios dourados.
Havia uma mulher deitada sobre o divã, ela tinha a pele da cor de Tâmaras maduras e lindos cabelos negros. A mulher levantou-se e caminhou na direção do berbere; ela estava coberta por um manto púrpura e um véu fino que revelava somente seus olhos, delineados com giz escuro que realçava sua íris, um tom vivo de jade, tinha um olhar inebriante, seu corpo girava ao redor de Kulad, com sua cintura delgada e quadris fartos, que vibravam de maneira exuberante e primitiva.
Ela parou repentinamente diante do guerreiro e de alguma forma misteriosa Kulad estava vulnerável, não conseguia nem piscar os olhos, passivo como um cordeiro. A mão delicada da mulher tamborilava os dedos sobre seu peitoral vigoroso. Ele meneou a cabeça em um gesto negativo.
- O toque de uma mulher pode ser delicado como a rosa e afiado como uma adaga! disse o berbere com a mão no cabo da cimitarra.
A mulher mudou de expressão e semicerrou os olhos retirando o véu de seu rosto, as pontas de seus dedos eram negras e sua boca tinha um tom avermelhado.
E o guerreiro falou em um tom austero:
- Você é Nadja, a Feiticeira de Jade. Vim até os confins do deserto em busca do odre dourado. A filha do Barão de Bahal está amaldiçoada, lhe foi servido um vinho envenenado, por alguma desavença do nobre ou uma bruxa traiçoeira. Está há dias com febre e delirando, os sábios disseram que somente se beber a água sagrada contida no odre dourado ela poderá viver. Uma recompensa foi oferecida para quem o encontrar. E aqui estou precisando achá-lo. Eu e meu amigo vagamos por dias até chegarmos aqui.
A mulher deu um sorriso arredio e perguntou:
- Ela é jovem e bonita? Seu coração é doce como as avelãs? - Kulad só meneou com a cabeça, agora de maneira positiva.
- Eu já sabia de sua jornada, estava a sua espera, disse a feiticeira. Revelarei a você onde encontrar o odre de ouro, mas tenho que alertá-lo sobre o perigo de sua tarefa. O que você procura é guardado por uma fera terrível! Nammu, a serpente gigante. Ela me assombra há muito tempo, preciso que me livre desse monstro arcano. Mas lembre-se: jamais deve olhar em seus olhos. Deve matá-la! Se você for morto na caverna sua alma ficará presa no limbo, em um pesadelo sem fim, onde sua agonia e morte se repetirão para sempre. Mate-a sem misericórdia, pegue o odre e parta.
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A Maldição de Nammu
FantasyKulad O Berbere "Kunshalah ayêr tuk" uma palavra no antigo dialeto do povo do deserto. O Berbere é conhecido como O espírito que luta , montado em seu garanhão, trajando uma armadura escura com contornos dourados. Um avantajado porte fisíco, um m...