Epílogo

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7 anos mais tarde

– Bruce... – o chamo e ele se vira pra mim. – O grupo que estamos procurando tem um líder que você vai querer ver. – ele vem andando em minha direção.

Bruce não tinha mudado muito de alguns anos para cá. Continuava o mesmo homem imenso com voz grossa e olhar provocativo. A diferença, é que ele agora tinha uma cicatriz que começava pouco acima da sobrancelha e descia por ela, causando um risco ali – tipo aqueles que eram moda entre os jovens do inicio do século, mas dessa vez era algo que ele não tinha escolhido ter e não tinha como mudar.

Talvez, uma das coisas que mais mudou em Bruce, no entanto, foram seus braços. Eles já eram grandes, mas a cada ano que passava eles ficavam ainda maiores, provavelmente por ele fazer esforços físicos cada vez maiores ao longo do tempo. O que importa mesmo é que esse tamanho todo dele fazia qualquer companheiro de equipe nosso tremer na base quando o via ficar sério e de braços cruzados.

Outra coisa que eu tenho que preparar vocês para conhecer nesse período de nossas vidas, é que o nome de Bruce circula entre muitas pessoas agora. Em 7 anos construímos um respeito e medo – por parte de pessoas que iam contra nós –, que só dava para entender quando estávamos em operação.

As histórias de um homem que conseguia se curar de qualquer ferimento correram mais longe do que pensávamos que correria, e eu não me admirava, porque uma vez que você vê o que Bruce é capaz de fazer com raiva, a marca mental é eterna e você, definitivamente, não quer provocá-lo para não ver ele daquela forma novamente.

– Quem é? – ele pergunta, assim que chega bem perto de mim.

– Bom, aqui temos um grupo de ladrões com 7 integrantes, acredito que eles fazem parte de um grupo imenso, onde sequestram crianças e pessoas que estão entrando no país, por causa do aviso mundial da base expansiva do Texas. – explico, mostrando algumas fotos tiradas de outros dos nossos homens. – Como eles não podem se aproximar do estado por causa da nossa guarnição, eles cercaram e capturam todos os imigrantes do mundo.

– Canadenses estão descendo também?

– Claro. – ele me olha brevemente. – O país não está mais oferecendo auxílio a sua população. Acho que a gente tem que entender que o mundo já acabou e quem ficou é responsável pra limpar a sujeira e fechar a porta.

– Padrinho... – Beatriz se aproxima.

Ela também tinha mudado. Beatriz não era mais a criança que vocês conheceram. Ela, agora, estava caminhando para os 17 anos e era alta, com cabelos curtos e roupas próprias para combates em campo. Além disso, o maior passatempo dela era luta, junto com jovens da sua idade. É, muita coisa mudou.

– Oi... – Bruce pergunta a ela.

– Peguei munição de sniper que pediu para que eu pegasse. – ela estende a mão e ele pega a munição, agradecendo a ela com a cabeça.

– Nós, então, vamos de encontro a eles? – pergunto, assim que ela sai.

– Claro. – ele conclui, me entregando as fotos e pegando sua sniper, para recarregá-la, apoiando-a sobre o balcão. – A gente tem que aproveitar nossa volta para esse lado do país, aproveitar que estamos do lado largo da base.

– Bruce, posso conversar com você de verdade, sem que você se concentre em outra coisa para não demonstrar que está preocupado? – pergunto, de braços cruzados e ele deixa a arma em cima do balcão, me olhando nos olhos.

– Claro, amor. O que aconteceu?

– Acho que você conhece o líder desse grupo.

– O que? Tá falando o que? – ele pergunta, cruzando os braços. Eu conhecia aquela pose, mas ao contrário dos outros, eu não tinha medo de Bruce surtar comigo ou algo do tipo.

Caos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora