A dor da perda... E um novo começo...

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Dag

Eu tinha tantas esperanças que dessa vez a minha gravidez ia até o fim, tantos sonhos, eu até já havia pensando nos nomes para ele ou ela, mas foi tudo em vão... Ainda estou no hospital, o médico não quis me dar alta ainda, segundo ele meu caso ainda era grave. Meus olhos estão inchados, os vejo no pequeno espelho do banheiro de meu quarto de hospital, fico um bom tempo debaixo do chuveiro, sentindo a água escorrer pelo meu corpo... Um corpo que não pôde carregar um filho do homem que eu amava, e não pôde me tornar mãe. Flad está ao meu lado agora, tentando sorrir para mim, na esperança de que talvez eu esquecesse da dor que eu senti ao perder mais um filho.

- O importante é que você está bem; acaricia minha mão com seu polegar - Por favor Dag, não se culpe tanto...

- Teria sido melhor que eu tivesse morrido; nesse momento vi uma pontada de dor nos olhos dele, que me matou ainda mais por dentro - Me desculpe Flad, mas é assim que eu me sinto, talvez fosse melhor a gente se separar, assim você poderia ter seus filhos com uma mulher de verdade...

- Dag não diga isso, você é uma mulher de verdade, eu te amo, não imagino minha vida ao lado de outra mulher; beija a minha mão com carinho - Se tivermos filho bem, se não... Não importa, eu me casei com você por que te amo, e não para ter filhos...

- Eu queria tanto te dar um filho, que seria a prova do nosso amor; começo a chorar descontroladamente - Mas já perdi cinco filhos, e a cada dia a minha saúde fica pior, não sei se um dia poderei te dar um filho...

- Nós vamos continuar tentando, se essa for a sua vontade...

Flad

Um ano depois...

Finalmente Dag está dando a luz a uma criança, realizando seu maior sonho, mamãe, Isa e eu estamos ezperando na sala de espera, quando o médico finalmente apareceu. Depois de mais de oito horas de parto, o médico apareceu, e embora seu rosto estivesse sereno, algo em seu olhar me dizia que ele não tinha boas notícias.

- Sinto muito Flad; o doutor Cézar era um grande amigo da família - Mas a Dag não resistiu, ela deu tudo de si para salvar a criança, uma linda menina que está bem, mas a sua esposa não teve a mesma sorte...

Meu mundo caiu no momento em que ele disse que a Dag havia morrido, e nesse momento meu despertador tocou... Eu acordei, Dag estava ao meu lado, ela estava grávida, e dessa vez eu sentia que a gravidez ia até o fim, oito meses... Nós estávamos com medo que ela perdesse mais um bebê, e entrasse em depressão, mas que fosse feita a vontade de Deus...

Um ano depois...

Flávio, meu único filho, estava ao lado de minha irmã Isa, mamãe estava na cozinha... Eu era um homem feliz, senti as mãos de minha esposa em meu ombro...

- Querida você devia estar repousando; ela estava grávida de novo - Fomos muito descuidados, você ainda não estava pronta para ser mãe de novo, não depois do parto complicado do nosso filho...

- Calma Flad, vai dar tudo certo; nunca vi Dag tão feliz, e isso para mim significava tudo - Eu finalmente pude te dar filhos, graças a Deus e ao tratamento...

- Mesmo assim prudência nunca é demais...

- Eu te amo Flad...

- Também te amo Dag, e muito...

Para IsabellaTosca...

Contos de família: volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora