They don't know about us

Quero que tudo saia perfeito

Pov Chan

Estava difícil ter que me manter afastado dele, mesmo que os preparativos do baile e o trabalho de meio período que arrumei estejam ocupando meu tempo, não consigo parar de pensar nele e em como ele deve estar. Seungmin ficou uma semana sem vir para as aulas depois daquele dia. Jinyoung as vezes me mandava mensagem dizendo como o irmão estava e perguntando se eu precisava de alguma coisa. Confesso que depois da confusão, não achei que ele seria tão prestativo comigo, afinal, eu machuquei seu querido irmão, mesmo que sem querer. Os namorados de Changbin e Minho, e a paixonite do Hyunjin vieram me procurar durante a semana que ele não veio, tentando tirar alguma informação de mim. Eu sabia que eles estavam indo lá, pois o próprio Hwang me contou, e se Seungmin não havia contato o que aconteceu para eles, não seria eu a falar. Claro que meus amigos sabiam, depois de chegar acabado na escola depois daquela noite, eles não me deixaram em paz até saber de tudo. Eu ouvi muitos "Eu te avisei" e "Você já foi mais inteligente" deles, mas nada daquilo parecia doer mais que o fato de eu ter magoado quem eu menos queria, quem menos merecia. Quando ele voltou a aparecer no colégio parecia que a tortura ficou pior. Vê-lo de longe e não poder chegar perto, pois sabia que seria repelido e ver a magoa nos seus olhos seria a própria morte.

Agora mesmo eu vi algo que a muito não conseguia ver, seu sorriso, mas ele ainda não era aquele mesmo o qual eu estava acostumado, era como se ele forçasse para mostrar que não estava mal. Aquilo me quebrou por completo. Depois de observar a dupla dinâmica, como Seungmin chamava Jisung e Felix, saírem correndo fazendo uma verdadeira bagunça eu ouvi algo que me fez sorrir sem perceber. Sua risada soou como uma doce melodia em meus ouvidos, quase me fazendo esquecer tudo e ir até ele, mas eu não podia, não agora. Observei o Hwang chegar perto dele e do tal de Yang, dando susto neles e "apanhando" desde. Vi quando o olhar do Minnie percorreu o corredor, talvez procurando os amigos escandalosos e me escondi por trás de uma pilastra quando o percebi virar para onde eu estava. O sinal tocou, bem acima da minha cabeça me fazendo ficar um pouco atordoado, voltei a observa-lo e agora ambos olhavam Hyunjin ir embora. Eles trocaram algumas poucas palavras e quando o mais novo veio andando em minha direção, me escondi novamente, pois sabia que Seungmin o seguiria. O Yang passou por mim apressado e logo atrás ele passou tentando acompanhar o de cabelos claros.

Soltei um suspiro alto quando eles viraram o corredor seguinte. Não estava com cabeça para assistir a aula de biologia com o professor Park, então simplesmente ajeitei a mochila nas costas e segui rumo a sala de computação. O diretor havia me dado passe livre para a mesma já que fiquei responsável de organizar o baile. Por que a essa sala? Eu também não sei, mas ela era perfeita para fazer as pesquisas que precisava, já que a internet era liberada nos computadores. Fiquei surpreso quando abri a porta e vi que não era o único ali matando aula. Minho apertava rapidamente as teclas de um computador mais a frente, possivelmente jogando algo. Fui para a mesma fileira em que ele estava e me sentei na extremidade oposta.

- Você não deveria estar na aula do Park? – Ele perguntou sem tirar os olhos da tela.

- E você, também não deveria? – Devolvi a sua pergunta enquanto arqueava a sobrancelha, mesmo que ele não pudesse ver.

- Já passei na matéria dele mesmo. – Deu de ombros sem se importar muito.

Olhei para a tela que ele encarava quase que sem piscar, vi pouca coisa devido o ângulo, mas pude perceber que ele controlava um felino. Lee Minho e seu gosto estranho.

- Como está indo o seu plano? – Me questionou, dessa vez tirando a atenção rapidamente da tela para me olhar.

- Bem, eu acho. – Suspirei pelo que parecia a décima vez só naquela manhã. – O Day6 concordou em me ajudar, já estamos com cinquenta por cento pronto mas eu não sei, parece que algo não vai dar certo. Que só seguir o plano inicial não é suficiente para me acertar com ele.

- Você é tão pessimista que me dá sono. – Fingiu um bocejo. – Tirando a briga de vocês, não tem o que dar errado mais, então relaxa. – Reviro os olhos, ele sabe ser cínico quando quer. - Olha, ela vai ficar pra formatura, não vai? Por que não pede ajuda, já que ela também tem a parcela de culpa no que aconteceu aquele dia? – Sugeriu como se fosse óbvio e de fato era.

- Minho, você é um gênio! – Falei e ele só sorriu sem me olhar. Agora sim eu vejo uma solução.

Antes do sinal da última aula tocasse, já me dirigia aos portões da frente. Quanto antes eu chegasse em casa, mais tempo teria de "convence-la", antes de ter que ir para o trabalho, a me ajudar a conseguir o perdão do Minnie.

Já em casa, não havia a encontrado em lugar algum, ela deveria ter saído sem avisar. Sentei irritado no sofá preto, não havia adiantado nada ter corrido tanto. Mas pensando melhor, Minho tinha razão, eu não havia pensado na possibilidade dela me ajudar com aquilo. Novamente minha mente me traiu, fazendo-me pensar em Seungmin, mas dessa vez o meu sorriso não estava triste, e sim confiante. Não sei quanto tempo fiquei perdido em meus pensamentos, mas quando percebi, a porta da frente se abriu e por ela entrou a garota com seus cabelos longos e escuros.

- Credo, ta parecendo um doido sorrindo pro nada. - Sua voz fina rompeu o silêncio no qual me encontrava.

- Que bom que chegou, queria mesmo falar com você. – Já fui me levantando e caminhando em sua direção.

- Eu estou bem oppa, obrigada por perguntar. – Revirei os olhos para ela, já perdendo o pouco de paciência que tinha com a mais nova.

- Sem tempo pra suas gracinhas, preciso da sua ajuda e você não está em condições de negar. – Fiquei à sua frente de braços cruzados.

- E se eu não quiser..? – Levantou a sobrancelha para mim enquanto tirava os tênis e o colocava no móvel ao lado da porta.

- Como eu disse, você não pode recusar, até porque a culpa de eu ter que fazer isso, é sua também. – Vi um bico se formar nos seus lábios rosados e sorri mais amplamente. Talvez ela se arrependesse de ter insistido em ligar pra mim aquela noite, mas eu não estou nem aí.

Agora, mais que nunca quero que tudo saia perfeito, por ele...