Universo na Visão de Um Pequeno Ser

11.

Eu gritei.
Alguém ouviu?
Estou gritando, pedindo ajuda!
Alguém pode me ouvir??
Não. Ou não querem ouvir.
Me ignoraram, passaram reto.

E por que está chorando agora??
Já é tarde! Me suicidei!

E agora tu vens chorar em meu caixão
dizendo que eu era uma boa pessoa
e tinha um grande futuro?
Patético!

Por que não me dissestes isso quando estava viva?
Porque estava ocupado demais me afundando mais em meus erros.
Era necessário?

Eu já estava morta,
Na beira no abismo,
Esperando apenas mais um empurrão e ele veio, de você!
De quem eu menos esperava.

Talvez o erro seja meu, por esperar demais de tu...
Mas pare de chorar!
Do que vale tuas lágrimas agora?
Já me fui, não irei voltar nunca mais!
Tens idéia?

Mas não quero que se culpe, afinal,
o monstro fui eu.
Tudo que fiz de mal em minha vida é imperdoável.
Eu não merecia viver.

Fui um erro, sim, fui.
Não adiantas negar agora,
Tu mesmo me dissestes essas palavras,
Porém não irei jogar teus erros em tua face, como tu fizeste comigo.

Mas fui um erro que te amou tão profundo quanto os oceanos,
Quanto buracos negros,
Quanto o universo és.

E aqui estamos...
Eu em minha paz desejada,
Tu em um possível choro.

Mas talvez não chore,
Talvez dê graças que eu saí deste mundo
E que nunca mais errarei novamente.

Mas agora há motivos para se alegrar.
Eu finalmente acertei.
Adeus.