7. Coração em mil pedaços

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Estava envolvido nos seus braços quando meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Seu corpo me confortava no meio daquela situação na qual eu não sabia como agir, apenas sabia chorar, chorar e chorar...

Ninguém escapa das emoções. Elas te pegam quando você esta menos preparado para recebe-las. Mas final... quem esta esperando por elas?

Seus lábios roçaram na minha orelha, eu estava sentindo sua respiração suave contra meu pescoço enquanto eu me derretia no seu abraço. Seu cabelo ruivo estava tão lindo quanto o céu limpo com o sol iluminando sua pele branca. Meus olhos estavam fechados quando você disse:

"Você conseguiu, Finn"

"Eu não acredito que eu consegui. Acho que estou num sonho daquele que as pessoas não querem acordar" disse afundando meu rosto no seu ombro ainda sem acreditar. As palavras mais bem vindas para ficar na minha mente me rodeavam:

"eu nunca tinha escutado algo assim"

"vejo um futuro brilhante para você Finn Wolfhard"

"suas letras são sensacionais, eu aposto tudo em você garoto!"

"é só assinar aqui, e depois vamos lançar sua música"

Saímos da gravadora NYS Music para andar pela cidade. Estava um dia bonito, as ruas sempre bem movimentadas, muitos carros, muitas buzinas... Nova York. 

Você ficou toda empolgada com o lance da gravadora, até mais empolgada do que eu. E eu definitivamente não sabia como te agradecer por nunca, e jamais ter desistido do sonho que eu já havia desistido.

"Como eu posso te agradecer?" perguntei encostando minhas costas em uma barra horizontal de uma ponte.

"Não precisa, acho que só um 'obrigado' basta" você sorriu me presenteando com um abraço apertado. Você estava usando dessa vez um vestido verde, aquela cor combinava bem com você. "Esta preparado para ser um cantor de sucesso?"

"Você bateu a cabeça? Não vai ser da noite para o dia" eu disse cheirando seu cabelo ruivo.

"Não sabemos. E enquanto não sabemos, eu vou imaginar que sim" você ergueu sua cabeça e levantou a ponta dos pés para me beijar. E é claro que eu não seria tolo de recusar seus lábios. 

Me senti vívido no mesmo instante enquanto seus lábios estavam em um movimento lento. Porra, como eu adorava o que você me fazia sentir. Pena que não durou por muito tempo, Sadie. Se eu soubesse que os próximos meses passariam rápidos demais, eu ficaria ali, debaixo do céu iluminado pelo sol, até o final da minha vida.

"Eu amo você Sadie" sussurrei ainda com nossos lábios juntos. Você me olhou com um brilho indescritível nos seus olhos turquesa e apenas sorriu. Aquele seu sorriso tinha roubado meu coração milhões de vezes, e eu não me importei dele ser roubado mais uma vez.

"Eu me apaixonei por você assim que te vi naquela lanchonete, eu amei você. E eu não vou deixar de ama-la, apesar do amor a primeira vista não fazer muito sentido" disse roçando meu nariz no seu.

"Como você consegue ser tão fofo?" sua voz preencheu meus ouvidos, e assim que fechei os olhos sentindo suas mãos pequenas acariciarem meu rosto, é como se eu tivesse entrado numa máquina do futuro que fez meus dias com você se encurtarem.

Você passou a maior parte do seu tempo trabalhando no zoológico, e eu... bom, passava o tempo nas gravadoras.

Todo dia tinha se tornado o mesmo: eu acordava com a cama fria sabendo que você já tinha saído para trabalhar. Eu escrevia algumas letras para você as vezes, eu dava um pulo na gravadora e gravava algumas músicas. Assim que lancei meu primeiro som eu já tinha até alguns fã clubes. Eu era parado nas ruas e tirava fotos e mais fotos. 

Seu trabalho te consumiu, e é claro que você fez amizades e com isso distribuiu mal seu tempo para elas. Parecia que o tempo que sobrava era para mim, mas ai você já estava esgotada e cansada. Com o tempo fomos brigando, brigando diversas vezes. Acho que quando nos víamos, era só isso que acontecia: brigas.

"Você só pode estar de brincadeira! O Gaten é só um amigo meu!" você disse indignada. Naquele dia você tinha acabado de voltar de um jantar de trabalho. Eu enlouqueci sabendo que o tal de Gaten tinha te trazido de volta para nossa casa. Ah Sadie.... Se você soubesse o medo que tinha de te perder, você me ligaria e eu iria te buscar naquela maldita noite.

"Ele esta afim de você, só você que não percebe!" gritei enfurecido.

"Ele é um amigo, você sabe o que é isso? AMIGO!" seu rosto começou a ficar vermelho.

"Ta bom Sadie. Essa não é a primeira vez que você chega tarde em casa por causa do seus amigos de trabalho!"

"Você não tem o direito de falar nada! Quantos e quantos jantares você se atrasava ou nunca aparecia. Eu ficava te esperando nos restaurantes até fechar!"

"Esse assunto é completamente diferente! Se for assim, vamos falar do dia que você me chamou para uma confraternização no seu trabalho e me deixou de lado!"

"Pelo amor de Deus Finn! Eu dei atenção para você. Mas eu não podia ficar o tempo todo no seu lado. E sem contar que você ficou com cara de bunda na frente dos meus amigos!"

"Eles são uns chatos, não é culpa minha!" minha voz foi ao extremo.

"E seus amigos egocêntricos são legais?!" você disse surtando de tanta raiva e com um temperamento na voz.

"Isso não convém! Você esqueceu do nosso jantar especial semana passada e foi na casa daquela Maddie!"

"E você que disse que iria me buscar no trabalho e me deixou esperando plantada no meio da noite!"

"Eu estou trabalhando em um álbum novo e isso consome tempo, você não podia esperar?!

Estávamos furiosos naquela noite. Me lembro que você revirou os olhos e abriu a porta, mas antes de você me deixar lá sozinho eu disse:

"Ótimo, você vai ir embora como sempre. Na verdade eu até me acostumei de ficar sozinho aqui nesse apartamento. Você nunca esta em casa mesmo!" eu ri de nervoso.

"Eu não vou ficar aqui gritando com um hipócrita! Não é só você quem trabalha, eu tenho minhas coisas para fazer no zoológico."

"Ah, claro que você tem. Ficar marcando jantarzinho com caras babando por você! Você gosta disso, não gosta? De ficar pagando de puta e sair com todo mundo do seu trabalhinho idiota!"

Me alterei completamente naquela noite. Eu estava fervendo de ciúmes. Seus olhos nunca me saíram da cabeça. A forma de como você me olhou depois das minhas palavras estúpidas estão na minha mente até hoje. Eu me arrependi no exato momento, quero que saiba disso antes de tudo.

"Puta? É assim que você me vê?" você me olhou decepcionada antes de sair pela aquela porta.

Meu coração se despedaçou em mil pedações. Eu mesmo tinha causado aquilo, e eu mesmo não queria que tivesse acontecido. De todas as nossas brigas, aquela foi a pior, foi a última gota. Eu fui um babaca. E eu reconheci isso no exato momento que você saiu por aquela porta rasgada.

Você passou a noite fora, e até hoje eu não sei para onde você foi. Mas quando eu te vi na manhã seguinte com a mesma roupa e com uma maquiagem borrada eu implorei perdão centenas de vezes.

"Eu sei que fui um canalha filho da puta ontem a noite. É que eu tenho medo de você me trocar por essas caras que ficam babando no seu pé. Nós já brigamos tanta vezes Sadie. Por favor me perdoa" eu estava de joelhos com meus  braços envolta de seus pernas. 

"Eu volto amanhã para terminar de pegar minhas roupas"

Você foi embora ignorando completamente minhas palavras. Sei que te machuquei, sei que te fiz chorar. E me odiei por isso. 


Me perdoem pelo capítulo curtíssimo, prometo recompensar na próxima. Bom esse shortfic esta perto do fim. Obrigada pelos comentários e pelos votos você me ajudam muito! 326 leituras AAAAAA eu to surtando. Obrigada lindezas. Compartilhem essa história com os amigos de vocês tbm 💌






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