T1:E1 "Girls, Sex and Drugs"

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Residência Jones
11:02 da manhã

"Angelina, você ainda tem um dia para decidir. As vagas na república acabam rápidos, só resta mais um." Recebi uma mensagem de Cassandra, em quanto mexia no meu computador antigo.

Completei 18 anos este ano. Meus pais são tradicionais, e tem uma regra: quando atingir a maioridade, tem que sair de casa. Meus 4 irmãos fizeram o mesmo, e hoje eu nem sei onde eles estão, ou ao menos se estão vivos - meus pais insistem em fingir que não existem. E acho que este será meu fim familiar.

Eu achei um anúncio de uma república com garotas em Nova York, onde sempre sonhei estar. Meus pais toparam bancar a estadia, mas eu não sei se é seguro pra mim.. sempre ouvi falar mal de repúblicas, mas não tenho outra escolha. Aceitei o convite com um pouco de medo, mas acho que Cassandra, a dona da República parece ser alguém de bem.

Sem empatia, fiz uma mala com minhas poucas roupas, simples, e a foto de Claris, minha melhor amiga. Nessa cidade pequena, nos éramos amigas desde a infância. Lembro-me que fiz uma promessa para não abandona-lá. Mas tive que ir contar.

Clarissa é professora na cidade. Ela é bem conhecida por alfabetizar crianças pobres ou de rua. Todos a amam. Seu ex marido morreu a algum dias atrás. Ele amava ela, era super carinhoso e fazia de tudo. Mas ele sofreu um acidente de carro, e parece não acreditar mais no amor. Tento apoiar ela o máximo que posso.

Entrei na sua sala de aula improvisada e interrompi sua aula. Ao me ver, ela deu o sinal aos alunos que teria um intervalo.

— Oi, Angelina! Quanto tempo que você não aparece aqui. - Claris disse, surpresa.

— Eu tive alguns imprevistos recentemente, mas.. eu vim me despedir. - Angelina mudou o clima animado para algo tenso.. sua partida impactou muito Clarissa.

Sua expressão que era feliz e ansiosa se tornou triste. Nós fundos da casa, ela se aproximou para ouvir o que eu tinha para dizer.

— Meus pais me mandaram para fora de casa, por causa da minha maioridade. Arranjei uma casa-republica em Nova York. Eu vou embora desta cidade.. infelizmente.

Ela se segurou em meus braços, em um abraço apertado, ela se envolveu entre meu rosto, de um jeito sincero.

— Amiga... Fique bem, tá? Meu telefone quebrou e não tenho condições de comprar um agora. Então, ficaremos sem conexões por um bom tempo... Mas se cuide, e se lembre que não se pode confiar em todo mundo.

— Aliás, eu só queria te dizer.. que... Me apaixonei por um homem. Ele é rico. Rico mesmo. Vamos nos casar em alguns dias para nos mudar para outra cidade. Não sei qual ainda.. mas o dinheiro não importa. Ele é igual a John, meu ex. Carinhoso, atencioso e apaixonado. Ele prometeu me tirar da pobreza desse fim de mundo. - Claris disse tentando afastar a tristeza do momento.

— Mas Claris, é muito cedo pra casar, não? Tenha cuidado também... Espero que tenha uma vida ótima nesta família.. rica. - Dei um sorriso amarelo, preocupada.

— Ele disse que quanto mais cedo eu casar, mais cedo serei feliz. Conheci a mãe dele e parece ser uma mulher boa. Todos parecem ser educados.

Nos abraçamos na despedida, quando pude apreciar seu rosto pela última vez. Peguei uma condução e esperei muito tempo para chegar até a cidade da República. E era incrível. No mesmo dia, trocar uma cidade pacata e distante por uma cidade cheia de comércio e pessoas na rua, é algo incrível.

Com a ajuda de alguns comerciantes, pude chegar até a república. Era uma mansão gigantesca. Grande e luxuosa. Me aproximei e o segurança me impediu de entrar.

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