5 - The End

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Querida deixar claro que esse cap. eu escrevi baseado numa situação que aconteceu com um ex casal que eu amava demais, eu escrevi com todos os sentimentos que eu estava tendo na época, ele não ficou grande, e não ficou bom, eu só senti que precisava escrever ele, e ainda sim não consegui passar tudo do jeito que eu queria. Escrevi ele escutando a música Medo Bobo - Rubel, do início ao fim, então fiquem à vontade pra deixar a música rolar no capítulo todo.

POV Brunna Gonçalves

Eu não aguento mais, todo dia, à todo momento, directs, mensagens me xingando, supondo coisas impossíveis, e a cada palavra que eu lia parecia que uma facada entrava em meu peito. Ludmilla e eu rompemos à 3 dias, foi algo que aconteceu com o consentimento das duas, mas as pessoas fazem com que as coisas na mídia acabem sendo bem mais intensas e cruéis do que realmente são. Traição? Não houve. Após o término eu não fiquei com ninguém, eu havia saído para o Tardezinha por ser aniversário de um amigo, mas eu não deveria ter ido naquela maldita festa, as pessoas viram traição onde não teve, e acabaram falando coisas que machucaram tanto à mim quanto à Lud. Ver seus stories ontem pedindo respeito tanto por mim quanto por ela foi o meu fim, eu não queria vê-la sofrendo, eu conhecia aquele rostinho, sabia que havia chorado muito por conta dos olhos e nariz vermelhos. Talvez eu estivesse passando a imagem de uma pessoa "escrota" e sem sentimentos por estar "vivendo" como se nada tivesse acontecido, porque demonstrar fraqueza na Internet é perigoso. O fato é que eu estava sim saindo sempre que podia, pra tentar distrair minha cabeça de tudo isso, eu não aguentava mais abrir meu direct e ler aquelas palavras de ódio, eu não aguento mais sentir a dor que eu estou sentindo nesse momento, você tem noção? Você tem noção de como é lidar com o ódio olheio 24h por dia? Você tem noção de como é sentir seu coração sangrar à cada palavra lida? Não. Ninguém sabe. Sabe o que mais doí? É saber que a Ludmilla também está sofrendo com todo esses ataques, porque eu sei que não é fácil ver alguém por quem você ainda nutre sentimentos, estar sendo vítima de acusações cruéis como essas.

Eu tô nesse momento sentada na cama com as costas na cabeceira, o celular aberto no direct onde se encontrava as terríveis mensagens, com o peito doendo de tanto chorar, minha cabeça está à mil por hora sem saber o que fazer sobre tudo isso, sem saber como agir, a vontade que eu tenho é de gritar até essa dor ir embora. Volta e meia, em meio à todos os pensamentos ruins, Ludmilla parecia ser a única coisa que parecia fazer sentido no momento, eu não quis escutar a razão, eu não queria saber mais de nada, então eu fiz a única coisa que meu coração pedia, peguei o celular e disquei seu número levando ao ouvido tentando ao máximo controlar o choro que não cessava, após alguns segundos a ligações foi atendida mas ela nada falou.

- Lud... - falei em um sussuro apertando os olhos por conta do choro que voltou com tudo.

- Bru? O que aconteceu?

- Tá doendo... tá doendo demais Ludmilla - falei mordendo o lábio com força evitando o choro de sair alto.

- Bru... - Ouvi seu suspiro cansado do outro lado - isso não tá sendo fácil pra mim também, você sabe.

Eu não aguentei mais segurar, o soluço veio em alto e bom tom rasgando minha garganta enquanto eu falava:

- Por favor.. esquece tudo, só hoje? Vem pra cá, eu preciso de você, por favor, não me nega isso... Eu não tô aguentando Lud.. - depois que terminei de falar eu só escutei um "Eu tô indo" e o fim da ligação.

POV Ludmilla Oliveira

Escutar a dor na voz da Brunna me deixou desolada, fazendo eu largar tudo e ir rapidamente ao seu encontro. A porta de sua casa estava destrancada e aparentemente não havia ninguém, então entrei e fui direto pro seu quarto, a encontrando chorando com as mãos enfiadas em seus cabelos apertando com tamanha força que parecia estar machucando. Andei até a cama sentando em sua frente e logo tirando suas mãos do local antes que ela se machucasse, no momento que seus olhos encontraram os meus, foi como se tivessem dilacerado meu coração da forma mais brutal possível, eu só conseguia enxergar dor e medo, as órbitas castanhas banhadas em lágrimas me encaravam pedindo socorro. Eu apenas me ajeitei atrás dela a deixando entre minhas pernas e sussurrei um "vem cá" a puxando delicadamente, ela ficou meio de lado e se encolheu em meu peito enquanto eu à abraçava apertado, seu corpo tremia violentamente deixando as lágrimas rolarem. Encostei minha cabeça na sua enquanto ninava seu corpo, deixando minhas lágrimas saírem igualmente às suas. Eu não precisava perguntar pra saber o que se passava, no momento em que à olhei eu soube, soube que aquilo estava sendo mais difícil pra ela do que pra mim, que os comentários que não paravam de chegar em seu celular ao meu lado, estavam afetando sua vida mais do que deveriam. Peguei seu celular e desliguei o jogando em qualquer canto na cama. Após um longo tempo, seu choro diminuiu, mas não passou completamente. Ela se afastou um pouco virando de frente pra mim sentando com pernas de índio apoiando as laterais de suas coxas sobre as minhas que permaneceram esticadas na cama, a proximidade permitiu que ela encostasse sua testa na minha permanecendo com o olhar baixo enquanto brincava com seus dedos, uma lágrima ou outra ainda escorria de seus olhos, permanecemos assim até que ela se sentisse confortável para falar.

- Como vai ser daqui pra frente? - Escutei sua voz fraca falar. - Você acredita em mim quando digo que não aconteceu nada não é? - Ela pergunta com receio, agora olhando pra mim ainda com a testa na minha.

- Meu Deus... Isso ta mexendo demais com você. - Falei sem acreditar que ela havia mesmo me perguntado aquilo. - Eu conheço sua índole Bru, claro que acredito em você. Ninguém além da gente sabe o real motivo do nosso término. Por favor, não se deixa abalar por tudo isso que estão falando, são pessoas que não merecem seu desgaste emocional. - Ela concordou levemente com a cabeça, segurando minha mão entre nossos corpos, passando o dedo pelo anel que ainda permanecia em meu dedo, dando um leve sorriso sem graça.

- Você sabe que isso foi o certo à se fazer não é? Por nós duas... - agora ela afastou a cabeça da minha e olhou nos meus olhos. - Você sabe que esse término foi necessário.

- Sim, eu sei. Eu só quero que você se cuide e não deixe mais essas pessoas ferirem você assim, se seu medo era do que eu poderia pensar sobre tudo isso, fica tranquila ta bom? Eu sei quem você é de verdade, eu acredito em você. - Finalizei apertando sua mão na minha.

- Obrigada, principalmente por está aqui comigo mesmo depois de tudo. - Ela me abraçou e assim permanecemos.

POV Autora

Até onde vai a crueldade do ser humano? Qual necessidade de machucar uma pessoa com palavras e suposições sem fundamentos que não irão acrescentar em nada na vida alheia e muito menos na sua? Ninguém, além de quem está vivendo o momento, sabe o que se passa dentro do coração de cada um, ninguém sabe das feridas que cada alma carrega, das lutas que tiveram de enfrentar até chegar ao ponto de terminar um relacionamento. Ninguém. Absolutamente ninguém, tem o direito de chegar em outro ser humano apenas pra fazê-lo sofrer. Fazer suposições sobre a vida do outro não vai te levar à lugar nenhum, ferir a alma de alguém só te torna um ser desprezível, desprovido de inteligência, bom senso e principalmente caráter. Tenha empatia pelo próximo. Seja um ser humano com "humanidade". Deixem as pessoas passarem por seus próprios problemas em paz e no tempo delas. Se não for pra ajudar, fique quieto e não seja um filho da puta.

Esse foi o último capítulo da One. Levem esse ensinamentos pra vida de vocês, seja no final do relacionamento de pessoas que admiramos, seja em qualquer outra situação, não ataquem, não julguem, não humilhem, pq nada disso vai acrescentar em nada na vida de vocês, vai apenas deixar claro a pessoa podre que você é por dentro. Aprendam à ver os dois lados da moeda, sempre ok? Obrigada pelos votos e pelos comentários, espero que tenham gostado de verdade ❤🍀

OneShot BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora