Eu sempre fui muito alegre e divertida, acabara de fazer 13 anos e minhas duvidas sobre mim mesma só aumentavam. Sem sobras de dúvidas eu não era como os outros meninos. Eu só queria brincar de boneca com minha irmanzinha Julia de 7 anos, era o unico momento que eu me sentia livre pra ser eu mesma. Fingiamos ser princesas de um reino distante e como um bom conto de fadas, teria que ter seu vilão: Meu padrasto
- Você não acha que esse garoto passa tempo demais com a Julia? Não vejo ele com amigos, saindo pra jogar bola. Nada que um garoto normal na idade dele faça. Tem que cortar o cabelo desse garoto. Fica parecendo uma menina.
-Ele só gosta da irmã, qual o problema disso? ja me ajuda muito com ela, desde que ela nasceu. Acho melhor aqui em casa do que na rua. - Diz minha mãe irritada com a pergunta - Voce implica demais com ele. -Ele retruca:
- Sei não! Deus queira que não seja o que estou pensado.
- E o que voce está pensando?
- Você sabe muito bem e não vou aceitar aqui na minha casa isso.
Escuto calada, não tenho muito o que fazer. Fico me questionando: O que eu sou? O que tem de tão absurdo nisso. Nessas horas me pergunto, se meu pai estivesse vivo seria diferente? mas ele morreu num acidente pouco tempo depois de eu nascer. Não o tenho nem na lembrança.
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