O fim

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   Estava tudo em cinzas, meu braço direito estava completamente cheio de estilhaços dos enormes edifícios destruídos pela batalha, meu capacete estava em pedaços largado ao chão próximo a mim, aos poucos minha visão voltava ao normal mas o cinza da cidade ainda estava lá, com muito esforço consegui ficar de pé e vi minha equipe igualmente abatida, estavam todos lá, ou quase todos, Blake não estava lá.
   Com o passar dos minutos minha memória foi retornando, para minha infelicidade acabei lembrando da longa viagem que Blake resolveu fazer a estratosfera com o megazord e o robô do Targon, acho que a pior parte da batalha não foram os ferimentos no meu corpo, ou os inúmeros processos da prefeitura de Nova York no nome dos “Power rangers”, mas sim a grande nova que se formou no céu formada pela auto destruição dos zords, e de Blake.
   Zack, o operador da série preta e nosso mentor me ajudou a sair dali, ele segurou meu braço que naquela altura eu já nem o sentia mais e me ajudou a chegar no jato que nem mesmo ele sabia como foi parar ali. Dentro do jato estavam Miranda a operadora amarela e Terry o operador azul sentados, ambos extremamente feridos e arrasados. Quando Zack finalmente entrou o jato decolou rumo a lugar nenhum.
- Como vai esse braço ? – Perguntou Terry.
- Como você acha ? – Respondi em um tom de ironia.
- As vezes eu acho que o Terry devia ficar calado. – Afirmou Miranda.
- Eu concordo com a Miranda, não me leve a mal Terry, suas piadas são sempre bem vindas, mas esse não é o momento. – Falei com a intenção de não abalar o psicológico dele, embora eu devesse me preocupar mais com o meu, já que meu coração doía mais que meu braço.
   Zack levantou-se da cadeira do piloto e veio até nós. – É isso, eu poderia perguntar como cada um se sente, mas sei que isso só fara doer mais, eu gostaria de parabeniza-los pelo trabalho esplendoroso na sua última missão como Ranger, infelizmente suas dinopedras perderam toda a energia na batalha contra Targon, podem ficar com elas mas saibam que não podem mais morfar, - era isso, nossa missão acabou, nós poderíamos voltar as nossas vidas, eu poderia retomar a faculdade e enfim viver novamente, antes de encerrar Zack respirou bem fundo e retornou: - Foi muito bom trabalhar e guiar cada um de vocês, obrigado Rangers, e Miranda, meus pêsames pelo seu irmão, ele foi um Ranger incrível. – Aquelas palavras doeram tanto nela quanto em mim.
   O jato deixou cada um de nós em seus estados originais, Miranda foi a primera e ficou em Amsterdã, Terry em Berlim e eu voltei para Liverpool, e esse era o fim, os Rangers não precisam mais defender a terra, por que ela estava finalmente limpa de ameaças.
  Seis meses se passaram desde a Batalha de Nova York, como foi batizada pela mídia e afins, eu já tinha concluído um período da faculdade e já tinha descolorido o cabelo mais de uma vez, meu cabelo sempre foi curto mas acabei cortando mais um pouco, talvez eu quisesse que meu cabelo ficasse como minha altura, bem baixo, embora eu tivesse 1,65 de altura minhas botas sempre me deixavam um pouco mais alta que o normal. Minha rotina finalmente estava se estabilizando, eu finalmente tinha encontrado um momento nos meus dias para fazer algo que Blake havia me ensinado, a desenhar. Muitas dessas vezes eu me pegava rabiscando aquele rosto fino, aqueles olhos castanhos, aqueles cabelos cacheados que muitas vezes cobriam seus olhos, até mesmo aquele nariz nada pequeno que ele tinha, é, eu sinto muita falta dele.
- Cecília!! – Gritou uma voz familiar, me virei e para minha surpresa era Terry super animado.
- Ah, Terry.
- Não parece feliz em me ver.
- Eu pensei que fosse outra pessoa.
- Ainda esperas por ele não é ?
- Eu só queria pensar que ele não morreu.
- Tá tudo bem, uma hora ou outra você acaba aceitando.
- Talvez eu só precise de mais tempo, mas enfim, o que fazes em Liverpool ?
- Bem, eu tirei férias do emprego que arrumei e resolvi vir visitar você, o que achas de dar uma volta pelo parque nobre líder?
- Nunca mais me chame assim, mas sim eu topo, vamos.
   Começamos a caminhar a caminhar por um dos famosos parques presentes em Liverpool, conversamos sobre nossas novas vidas por horas e horas, e em seis meses eu dei boas gargalhadas sem pensar naquele fatídico dia. Mas aquele dia estava prestes a mudar como o vento. Caminhamos até um dos lagos do parque, aquele era o maior de local.
- O que achas de jogarmos pedras e ver quem consegue fazer ela quicar mais ? – Perguntou Terry, os fios de cabelo loiro dele estavam mais brilhantes devido a intensidade dos raios do sol, e seus olhos azuis também brilhavam combinando com sua cor de pele extremamente branca, ele era um típico alemão.
- Você quer apostar o que ? – Questionei.
- Se minha pedra quicar  mais vezes você faz o que eu pedir e visse versa, topado ?
-Topado.
   Joguei minha primeira pedra, ela quicou cinco vezes antes de afundar, depois ele jogou a dele, ela quicou seis vezes antes de afundar, então peguei minha segunda pedra e algo estranho aconteceu, a pedra na minha mão não era mais uma simples rocha do parque, eu agora estava segurando minha dinopedra que a muito tempo eu não lembrava, o mais estranho aconteceu quando olhei para o fundo do lago, ele estava brilhando em uma tonalidade de vermelho escuro e estava soltando vibrações enormes capazes de chamar a atenção de qualquer um, meus olhos não acreditaram no que viram, como minha dinopedra havia chegado ali e o que era aquele brilho ??

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