Amantes

5ºcap

Depois do incidente na biblioteca eu fiquei o tempo todo calada enquanto Demi e Ahs falavam de coisas banais; elas notaram a minha diferença de humor, porem dei a desculpa de ainda estar a sentir me um pouco de dor de cabeça.
Os dois últimos tempos passaram lentamente, só de saber que estava no mesmo lugar que ele, fazia a minha raivar borbulhar dentro de mim. Em fim o sinal tocou, eu suspirei cansada em quanto guardava as minhas coisas. Ashley apenas sorriu.
_Estas zangada com algo? - ela perguntou. Tentei esconder um pouco o stress, e sorri de volta pra ela.
_Claro que não. Por que estaria? - encarei-a de modo desafiador. O sorriso dela foi murchando aos poucos em quanto ela me observava seriamente. _Algum problema?- perguntei um pouco assustada, ela nada disse apenas se aproximou, e tirou um pouco do meu cabelo que estava no ambro.
_O que é isso?- seus olhos azuis analisavam a região do meu pescoço.
_Hum?- perguntei sem entender. De relance vi a Demi a aproximar se.
_Algo de errado?- ela perguntou meio confusa, em quanto via Ahs a observarme. A loira apenas se virou, e olhou me estranha.
_Não é nada. - ela disse.
Eu sentia a curiosidade queimar dentro de mim. Alias o que diabo a Ahs estava vendo no meu cabelo/pescoço? Demi pareceu também muito curiosa e aproximou-se.
_Tas a esconder o que?- aproximou-se e quando viu um sorriso malicioso formou nos seus lábios.
_Oh! Com quem andas por ai metida Melanie?- Demi disse num um tom de divertimento.
_O que? - perguntei confusa. Mas Ahs apenas me deu um pequeno espelho que ela sempre carregava. Imediatamente peguei o espelho e olhei me, assim que vi meu pescoço branco imediatamente pude notar pequenas marcas vermelhas, meus olhos se esbugalharam e a lembranças de como essas marcas foram parar ali ainda estavam bem nítidas na minha mente. Mordi meus lábios sentindo me um pouco nervosa.
_ Er..Eu não sei...!- disse a coisa mais estúpida que poderia ser dizer naquele momento. Elas olhavam visivelmente intrigadas. _ É .. a serio!- tentava a todo custo ser convincente._ Não faço idéia...!- elas não falaram nada, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde tocariam no assunto.
Nós despedimos nos e fomos cada uma para um lado, mas parei bruscamente lembrando me que hoje sim eu precisava falar com a diretora. Caminhei de volta ao Instituto e fui a sala da direção, a diretora era uma mulher loira e robusta, ela era sempre curta e grossa, todos no Instituto sempre a respeitavam sem questionar. Em pouco instantes eu já estava despachada e pronta para ir embora.
Decidi percorrer um dos caminhos mais longo para sair, alias não havia nada para fazer em casa, tudo estaria do mesmo jeito, vazio...
Virei á esquerda em fim de passar pelo ultimo corredor e descer o lance de escada que me levaria la para fora.
O sol estava em seu ápice, em passos cansados seguia pelo passeio, mesmo tentando a todo custo esquecer o que aconteceu hoje, mas não conseguia. Ele era um idiota, eu sempre soube disso, e não deveria ficar tão impressionada com o que ele disse, afinal já deveria esperar isso dele. Mas eu não sabia explicar, o motivo de estar a sentir me decepcionada e triste.
...
Estava sentada no sofá, ainda era bem cedo para ir para o colegio assim já me tinha vestido, tudo o que fazia era esperar a chegada 'dela. '
O sol mal acabara de nascer quando ouvi o barulho do carro, em seguida veio risadas, e logo a porta de casa estava abriu-se. Engoli seco sentindo me um pouco nervosa, mas eu já tinha decidido, meus braços estavam cruzados e eu olhava fixamente para TV que estava desligada. Ouve um pequeno momento de silencio antes dela fechar a porta, com certeza deveria estar um pouco surpreendida de eu estar acordada tão cedo. Encarei-a sem medo, mas ela desviou os olhos, e começou a encaminhar se para escada.
_ Então é assim?- perguntei mantendo meus olhos fixados na TV. Ela não falou nada, mas tinha parado de subir as escadas. _ Ate quando vais continuar com isto?- a minha voz não poderia sair mais seca e fria. Conhecendo a como eu conheço, com certeza não gostou do tom da minha voz.
_ Olha só menina, - seu tom era autoritário em quanto se encaminhava para a minha frente. _ Já falei para não se meter na-
Eu apenas me virei para ela, e meu olhar a calou. Nunca estive tão enraivecida na minha vida, e sabia que meu olhar não era gentil.
_ Tu és uma covarde! - falei com raiva, ela olhou me surpreendida, mas pensou em falar algo, mas eu não deixei. Eu ainda não tinha falado tudo que estava preso dentro de mim durante todos estes anos. _ Vives a tua vida agindo que nem uma fraca, ages como se fosses uma qualquer, a dançar e em bares e a agarranres te por aí com o primeiro que vês, não é?- vi o rosto dela ficar vermelho de raiva.
_Olha como falas comigo Melanie!- sabia que ela se segurava para não me bater.
_ Por quê? - eu disse amargurada._ É só a verdade... - as lágrimas já saiam no meu rosto. _ Só quero dizer que tudo o que estou a passar é por uma pessoa que já não vale mais apenas.- ela apenas me olhava de um modo que não soube decifrar, ficamos a encarnos por um momento, mas eu quebrei o olhar pegando na minha mochila e dirigindo me para porta. Antes de sair, ainda sentia o olhar dela sobre mim.
...
Quando cheguei ao Colegio, não falei para a Ahs o que havia acontecido entre a minha mãe e eu. Não era por que eu não confiava na minha amiga, o motivo era que apenas não queria lembrar-me disso agora. Como ainda estava um pouco cedo para o sinal tocar, decidimo nos sentar num dos bancos do pátio, Demi logo chegou com o seu sorriso e bom humor. Eu estava a gostar de ser amiga dela, e Ahs também, alias as duas tinham varias coisas em comum. Dei um pequeno sorriso para ela quando ela se junto a nos.
_Entao tudo?- ela disse. _ putz ainda to a morrer de sono.- reclamou espreguiçando se.
_Nem me fales.- disse Ahs bocejando.
_Ja sabem da festa na proxima semana?- a ruivinha perguntou. Eu bufei, parece que essas duas só sabem falar de festas, mas prestei atenção ao assunto, só assim conseguiria esquecer um pouco as coisas. _ Vai ser na casa do Ryan.
_ O que? Do Ryan? Aquele loiro lindo?!- Agora acho que Ahs acordou.
_Olha como fala... Ele namora a minha amiga! - Demi falou brincalhona. Mas logo vi a cara de felicidade de Ahs murchar.
_ Ah, ele é um popular. Acho que não me vai convidar.
_Não sejas estupida. Eu falo com ele, e consigo convites para vos duas. - hum?
_Acho que te esqueceste que eu não vou a festas. - disse.
_ Para com isso Melanie. Tudo tem uma primeira vez.- por que elas tinham que insistir tanto?
_ É a serio, não to com cabeça para ir a lugar nenhum. - falei sinceramente.
_Já sei. É eu acho que tens um trauma, e achas que vais ficar num canto sozinha?- Demi pos as mãos na cintura. _ Bem eu acho que isso é difícil de acontecer. - ela sorriu maliciosa. Eu apenas ergui uma sobrancelha sem ter entendido o que ela quis dizer. _ Tu és cega?- eu e Ahs nos olhamos intrigadas. Acho que agora sim Demi percebeu que estávamos perdidas, ela sentou entre eu e Ahs, e parecia entusiasmada. _ Disfarcem e olhem para direita.
Ahs disfarçou, olhando para os lados como se estivesse procurando alguém, então ela parou fixando o olhar na direção em que Demi falara. Ela imediatamente nos encarou. Curiosa como eu sou, virei-me devagar, querendo saber quem era o ser que tanto Demi falara, assim que olhei na direção indicada, vi dois rapazes. Reconheci os dois na hora eles eram da minha turma, um deles era um de cabelo preto e olhos azuis, lembro de um dia ter feito uma piada,acho que o nome dele era Justin, mas eu soube que não foi desse que Demi falava e sim do outro que estava ao seu lado, era um moreno alto,e muito forte por sinal, de olhos castanhos, se eu não me engano seu nome era Taylor (http://weheartit.com/entry/54590753/via/lanadelreh), e para minha surpresa ele olhava diretamente pra mim!
Virei meu rosto e sabia que estava corada, Demi ria da minha situação.
_Meu deus como e que tu nunca percebeste?- ela perguntou incrédula. _ Desde que comecei a andar com vocês de cara percebi as olhadas que ele te mandava.
_ Meu, como eu não observei isso antes?- disse Ahs. _ Melanie ele é lindo!
_ É isso eu tenho que confirmar. - concordou Demi.
_EI pode ter sido apenas uma coincidência. - falei.
_ Quando eu digo que o vi quase A COMER TE COM OLHOS ontem, é por que eu vi. - e apenas corei mais.
Tinha que admitir que Taylor é bem bonito mesmo, sei que ele é popular porem não fica andando com o grupinho do Justin e se achando o tal. Mas ele nunca tinha falado comigo, acho que se ele estivesse mesmo interessado já deveria ter falado algo, para mim Demi esta a exagerar. O sinal tocou, e salvou medos comentários de Ashley e Demi.
...
O decorrer dos primeiros tempos foi calmo, mas a lembrança de hoje cedo com a minha mãe ficaram a rondar na minha mente. Quando estava a conversar com asminhas amigas eu conseguia esquecer um pouco os problemas e as confusões que estavam a acontecer na minha vida, mas quando eu estava a pensar comigo mesma as coisas sempre vinham e atingiam me em cheio.
Olhei para o relógio, vendo que já daria à hora do intervalo, e tive uma idéia momentânea eu sabia que mentir para Ahs a diz que precisava fazer alguma coisa todos os dias na hora do recreio não adiantava mais.
Então levantei-me e fui até o professor que escrevia no quadro.
_ Professor será que posso ir a casa-de-banho? - perguntei já sabendo o que ele iria falar.
_ O intervalo já vai tocar. - ele disse verificando no relógio.
_ É um caso urgente, - sussurrei._ É um problema de mulheres. -falei corando de tanta vergonha por estar a falar nisto. Ele olhou me um pouco embaraçado, mas deixou me ir.
Deixando de lado o meu constrangimento, logo a tristeza abateu me. Por mim eu adiava este momento o máximo que eu pudesse, só de pensar que terei que encará-lo novamente, já me sentia humilhada. A minha vontade era jogar tudo para o alto e acabar de vez com esta palhaçada, mas não podia fazer isso, não agora que faria de tudo para salvar minha mãe do seu vicio.
Suspirei quando cheguei á biblioteca, a velha senhora recepcionista já não estava mais no seu cargo, só havia a cadeira vazia e a plaquinha indicando que ela estaria no almoço, andei em passos lentos até chegar onde queria, fiquei parada fixa no meu próprio mundo, onde eu tinha que sempre ser forte e segurar tudo nas minhas costas, eu já não sabia dizer o quanto eu ainda iria suportar.
Apenas fiquei lá, no meio da escuridão da ala J, o único barulho que escutava eram passos pesados e levemente arrastados, que naquele silêncio se tornava algo audível. Logo pude ver o formato de seu corpo, robusto e másculo, dirigi meus olhos verdes em direção ao chão, em quanto ficava parada no mesmo lugar. Quando dei por mim ele já estava na minha frente.
Levantei meus olhos devagar vendo nitidamente a forma de seu corpo, e quando cheguei a sua face, deparei-me com seu rosto serio e com poucas feições. Ficamos nesse silêncio por alguns instantes, apenas um encarando o outro. O meu olhar não era de uma rapariga apaixonada, e nem o dele era de um rapaz arrependido por me ter dito aquelas palavras horríveis ontem. Simplesmente não havia emoção.
_ Eu estava a pensar num jeito melhor de nos encontrarmos. - ele disse quebrando o silêncio. Eu não respondi nada, fiquei apenas olhando de canto, as prateleiras. _ Podíamos nos encontrar na hora da saída. - eu ainda fiquei a encarar as prateleiras, mas eu me perguntava o porque desta mudança repentina de opinião. Ontem mesmo eu tinha falado que as minhas colegas estavam desconfiando das minhas saídas repentinas na hora do intervalo, mas ele não deu a mínima. Com certeza a namoradinha dele já deveria estar a desconfiar. Mas eu não disse nada, apenas fiquei quieta querendo sair daquela biblioteca de uma vez. Ouvi ele grunir.
_ Vais continuar com isso. - ele explodiu. _ Estou arranjando um jeito para que tu não fiques a reclamar, e tu ficas aí sem dizer nada. - ao contrario do que ele pensava, eu o encarei calma e indiferente.
_ Agora vais me obrigar a conversar contigo também? Acho que o trato era tu usares me e depois descartar me não é mesmo?!. - falei não deixando á vista a repulsão que sentia em admitir estas palavras. Ele olhou me de uma forma que não pude decifrar.
_ Nao reclamaste ontem em quanto te beijava. - ele disse se aproximando se mais de mim. Eu não falei nada, e quando dei por mim ele já me beijava.
Para minha surpresa, não houve tremedeira, nem pernas bambas; eu sabia que ainda não tinha esquecido o que ele me tinha dito ontem. Eu ainda estava parada no mesmo lugar, meus olhos estavam abertos, e a única coisa que se movia era meus lábios, que monitoramente correspondiam aquele beijo sem vida. Não era só o que ele me dito ontem que me fazia agir assim, também eram os problemas da minha mãe e toda carga que me atingia.
Ele fechou o beijo e olhou me inexpressivo, foi aí que percebi que lágrimas saiam dos meus olhos...
Meu coração parecia dilacerado e algo dentro de mim estava prestes a explodir, envolvida por um impulso impensado, abracei o.Abracei o como nunca havia abraçado ninguem antes, enlaçando o seu pescoço com força e chorando no seu ombro. No momento eu só precisava de alguém para me segurar e não me deixar cair, e ele estava ali um pouco assustado pelo meu ato, e correspondendo a este abraço que á cada minuto me fazia sentir melhor.
Aos poucos a minha respiração voltava ao normal, e o enlaço que mantinha em seu pescoço já não era tão forte, tudo o que restara fora o meu rosto húmido contra a sua camisa molhada pelo meu choro, sentia seu peito subir e descer em conformidade e de leve sentia as batidas do seu coração.
As mãos dele ainda estavam nas minhas costas, firmes e seguras. Não havia luxuria no seu ato, era como se ambos estivéssemos precisando desse momento, e quando o olhei pela primeira vez não vi arrogância na sua face, ele também não estava rindo é claro, mas naquele rosto de poucas feições eu pude ver um pouco de serenidade. Quando ele devolveu o olhar, desviei meu rosto imediatamente, sentindo a minha cara queimar de vergonha, afastei me para trás desfazendo o abraço; Naquele momento sentia me a pessoa mas envergonhada do mundo, agora sim ele teria um bom motivo para fazer as piadinhas arrogantes dele. Porem tamanha foi a minha surpresa quando ele não disse nada, apenas me olhava com sua face enigmática. O sinal do fim do intervalo tocou fazendo me acordar para a realidade, alias quanto tempo tinha ficado ali?
_ Amanha, - a voz dele tirou me dos desvaneios. _ Depois do fim das aulas, encontramo nos no campus. - sua voz era séria e fria como sempre, mas antes de sair ele deu me um breve bate-chapas, não foi nada comparado aos beijos que já trocamos, mas foi esse breve tocar de lábios que fez meu coração disparar naquele dia.
Se ontem alguém me dissesse que iria chorar no ombro de Justin, diria que essa pessoa precisa de um tratamento psicológico, mas agora em quanto vejo as costas largas dele a distanciar se, já não sei mais o que pensar.
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Obrigada por lerem :)

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Leiam a outra fic chamada ' Possession ' do mesmo género.

Até breve pessoas ;-)