Epílogo.

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O sol não estava se pondo. Apesar de ser a hora exata para isto, as nuvens vestidas em casacos cinzas insistiam em escondê-lo. Ao redor do carro vermelho na estrada, havia uma cortina de chuva.

Papai e mamãe ouviam a voz marcante de Elvis Presley, enquanto eu ouvia músicas mais calmas em meu fone de ouvido. Com a cabeça apoiada na janela de vidro, eu observava os pingos sendo atirados e pensava em como minha vida estava ótima naquele momento.

Eu estava namorando meu melhor amigo Jung e dentro de alguns dias faríamos oito meses de namoro. Ele era muito engraçado e romântico, além de ser um gato. Eu amava o fato de as pessoas sempre dizerem que eu tinha bom gosto, pois o meu namorado era a sétima maravilha do mundo.

Para melhor ainda mais, meu rosto estava estampado nas notícias. "A revelação da ginástica rítmica". Minha carreira estava decolando e eu não tinha do que reclamar. Eu pensava que Deus devia gostar muito de mim, pois havia me dado pais maravilhosos, um namorado perfeito e uma carreira promissora. Eu não tinha do que reclamar.

Bom, pelo menos não naquele momento. Mas foi só até aquele momento.

Eu gostaria de não ter tido do que reclamar por mais tempo, de me gabar da minha vida perfeita, da minha carreira, do meu namorado incrível, dos meus pais liberais e divertidos. Porém, tudo acabou com um estampido, vidros e água.

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