Capítulo 3.

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A chegada no aeroporto não foi nada empolgante. Tive muita dificuldade para levar o carrinho com minha bagagem, pois eu não tinha como usar as moletas e arrastar aquela droga ao mesmo tempo, e nenhum cidadão decidiu me ajudar.

Olhei ao redor do aeroporto. Eu não fazia ideia de como a tal tia Lívia se parecia. Porém, ao percorrer meus olhos no lugar onde várias pessoas estavam amontoadas aguardando por amigos e familiares que chegavam de seus vôos, eu vi uma mulher acenando para mim e me olhando com um sorriso enorme nos lábios. Ela tinha traços asiáticos e se parecia muito com meu pai. Além disso, a forma que ela estava acenando deixava óbvio que ela sabia quem eu era. Ela sorria tão largo que cheguei a me perguntar se ela não estava se sentindo triste que seu irmão e sua cunhada haviam morrido. Detestei ela por isso.

Depois de me aproximar, vi que ela ficou meio chateada por eu perguntar se ela era a Lívia. Eu nunca a havia visto, não era óbvio que eu não iria a reconhecer?

— Eu vi inúmeras fotos suas, mas estou surpresa com o quão linda você é, não é Dan?

— Ah, é sim. — O garoto que estava ao lado dela sorriu para mim, fazendo suas bochechas saltarem. — Eu me chamo Daniel, mas você pode me chamar de Dan.

Eu sabia falar português, mas eles falavam tão rápido que era difícil de entender

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Eu sabia falar português, mas eles falavam tão rápido que era difícil de entender.

— Ah... Bom, eu... Meu nome é Mina, mas acho que vocês já sabem — eu disse e, eles continuavam sorrindo para mim. Aquilo era tão irritante.

Daniel não me deixou tocar em uma mala sequer. Ele fez questão de colocar todas no porta-malas sozinho, pois seria melhor se eu não fizesse esforço. Minha tia olhava para cada ferimento do meu corpo com uma expressão preocupada. Havia um band-aid na minha testa que cobria uma ferida quase cicatrizada. No braço, havia uma gaze cobrindo os pontos de uma ferimento grande, assim como na coxa esquerda. Além disso, haviam feridas no braço e manchas roxas e esverdeadas nas pernas. Algumas delas já estavam sumindo e outras ainda demorariam uns dias. O pior de tudo, era a órtese articulada no joelho direito.

No caminho até a casa da tia Lívia, ela contou várias coisas sobre a cultura do Brasil. Tentei prestar atenção, mas eu estava odiando tudo aquilo. Dan apenas comentava uma coisa outra, mas estava muito focado em seu celular.

Quando chegamos, fiquei surpresa em ver uma casa muito menor que a minha, assim como o carro não era tão moderno como o do meu pai. Logo, entendi que a vida financeira de minha tia não era como a dos meus pais, apesar de que ela vivia muito bem.

Ao entrar vi que tudo estava decorado de forma simples e que a casa era muito limpa e organizada.

Foi Dan quem me ajudou a subir as escadas. Minha tia queria que ele me carregasse no braço, mas eu com certeza não concordei. Foi estranho o suficiente ter aquele garoto desconhecido com as mãos ao redor da minha cintura. Quando chegamos ao meu novo quarto, ele abriu a porta e disse:

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