Fios Dourados

Cachinhos Dourados

As coisas não estavam fáceis para Bambam naquela semana. Para começo de conversa, mesmo que isso não fosse lá problema seu, Jinyoung, o maldito filho de Atena, não o deixava em paz nem um segundo sequer atrás da verdade por trás das brincadeiras de Jaebum, filho de Afrodite. Segundo o Park — e, oh, ele não poderia estar errado, claro que não! —, o Im fazia brincadeiras que saíam da área segura de amizade e caminhavam perigosamente para o lado mais romântico da coisa, algo que Jinyoung não compreendia muito bem e que deveria ser estudado mais atentamente.

Por ser um completo cabeça oca no quesito sentimentos, ele achou justo encher Bambam de perguntas desde que por acaso descobriu onde o Filho de Hermes gostava de passar o tempo. Por ser bem espertinho, o tailandês conseguiu desdobrar Jinyoung com perguntas sobre ciência, coisa que o Park dominava, e assim deixar de ouvir um pouco sobre Jaebum. Não que a insistência sobre o filho de Afrodite tenha sumido completamente, mas era um alívio discutir outro assunto com Jinyoung além de como os lábios avermelhados do Im eram chamativos e como ele ficava bonito sorrindo.

Outro problema, que por acaso também não tinha nada a ver consigo, era Jackson Wang, filho de Poseidon. O moreno de olhos azuis certo dia acabou ficando na companhia de Youngjae, melhor amigo de Bambam e filho de Deméter, mas depois que se separaram para irem cada um para seus respectivos chalés nunca mais se falaram. Aparentemente, isso estava matando o chinês, que já não aguentava mais a falta de assunto entre os dois. Bambam não entendia como alguém como Jackson, extremamente popular, precisava de ajuda para se aproximar dos outros, mas estava tentando fazer algo por ele.

Estava claro que Jackson não queria apenas ser amigo de Youngjae, Bambam não era lerdo a esse ponto — o tailandês nem era lerdo, se fosse considerada toda a sua agilidade. O cômico da situação era ele tentando se enrolar todo para dizer que, não, não estava afim do Filho de Deméter, apenas queria a amizade do Choi e iria cuidar dela como fazia com todas as suas outras amizades. Bambam até fingiu engolir as desculpinhas dele por um tempo, mas internamente surtava horrores toda vez que imaginava seu melhor amigo abraçado com o tão cobiçado Filho de Poseidon. Na opinião do tailandês, era tudo que Youngjae mais merecia: alguém que o amasse puramente.

Por último, mas ironicamente não menos problemático, havia Mark Tuan, outro filho de Afrodite — Bambam estava prestes a manter distância de tais sedutores. O americano recém chegado no acampamento, apesar da pose narcisista, tinha um lado sentimental e apaixonado tão grande que acabou encontrando um ponto seguro em Bambam, que por acaso passava perto do chalé dele procurando por Youngjae. O tailandês não sabia se era por conta do amor exacerbado sobre si mesmo, mas segundo Mark, e à essa altura Bambam já não ia contra nada que lhe era imposto, ele deveria ser ouvido para que seu estresse diminuísse e sua beleza se mantesse.

Somando todos esses problemas e a enorme vontade de ficar longe deles — pois Bambam odiava conflitos, mas eles não o deixavam — o resultado era um tailandês prestes a colapsar, muito estressado e com uma vontade enorme de ficar dentro do seu chalé para sempre. Já tinha abatido todos os doces que encontrou por aí e não queria sair de sua cama de jeito nenhum. Nem Youngjae, que era seu pequeno animador, conseguiu tirá-lo do estado decadente que se encontrava. A partir daí, as pessoas que conheciam o tailandês começaram a ficar preocupadas, afinal, o filho de Hermes era conhecido pelo seu sorriso que beirava a malícia e as brincadeirinhas, e não pelo desânimo e olhos apagados.

Tudo se clareou quando as coisas começaram a se resolver sozinhas, ou Bambam pensava que sim. De repente, Jaebum apareceu de mãos dadas com Jinyoung, sorrindo tão bonito que o tailandês mesmo jurou ter se apaixonado por ele durante alguns instantes — mesmo que tenha engolido seu orgulho para admitir isso. No dia seguinte, Jackson e Youngjae foram em seu chalé checar se já estava se sentindo melhor, e pareciam mais amigos do que nunca. Mark, o narcisista bipolar, aparentemente encontrara alguém para o ouvir o dia inteiro e já não lhe enchia mais como antes, contudo continuavam falando sobre si quando podia. As coisas se resolveram sozinhas, como deveria ser.