Caminho depressa, afinal não queria perder todos os horários. Depois de passar por alguns quarteirões alguém me grita, era uma voz familiar, mas quem seria? Não me lembro de conhecer alguém nessa parte da cidade.
Ao me virar vejo um garoto com skate, ele tinha seus cabelos ao vento, mas não consegui ver quem era; sim, eu sou míope, mas quase nunca uso meus óculos porque sou uma míope independente podemos dizer.
Ele não parecia ser alguém conhecido, mas como não? Se ele sabia meu nome deve me conhecer...isso que dá ser sonsa Cloe,isso que dá,podia prestar mais atenção para depois saber quem é.
Volto ao meu trajeto, já que não o reconheci, quando ele chegasse mais perto eu veria quem era.
-Cloe, tu tá surda é?
- É o que? - me virei para trás quando ouvi me chamar novamente.
Joe, um dos que andam com os garotos populares do colégio.
- Você não me ouviu? - ele para com o skate do meu lado e ri - além de matar aula fica perambulando pelo cemitério.
- Eu te conheço?
- Talvez, mas você ainda não respondeu a minha pergunta.
- E por que eu deveria responder? - cruzo os braços e o encaro. - aliás eu não te ouvi ok, agora tchau.
- Não sei, tenho a impressão de que você olhou pra mim e me ignorou.
- E que diferença faz?
- Por que você tava no cemitério ao invés da escola?Você está bem viva pelo que parece.
Respiro profundamente e o encaro.
Idiota.
Idiota.
Porque ele vem falar isso comigo logo agora?Eu não vou conseguir segurar, eu preciso segurar, eu não posso chorar na frente dele.
- Tem coisas que são extremamente desnecessárias de se dizer garoto. Eu vim ver a minha mãe e como você mesmo disse eu estou bem viva, mas ela não teve a mesma sorte. - uma lágrima escorre no meu rosto e eu enxugo e saio depressa.
- Ei, desculpa - ele grita - foi uma brincadeira, er...eu não sabia desculpa! Não foi por mal Cloe.
Sinceramente eu não sabia de onde tinha tirado forças para correr assim, eu fiquei sem reação e sem saber o que dizer e ainda não consegui segurar minhas lágrimas; na verdade eu nem consegui ouvir o que ele falou no final, isso não importava, agora eu sabia que ele era um completo idiota. Se estou exagerando? Acho que não, ele não tinha o direito de falar assim comigo, será que ninguém nunca o ensinou a ser educado com as pessoas? Eu tinha até melhorado, mas ele aparece do nada e pronto, meu dia foi por água abaixo... nem adiantava eu ir para a escola mais, nem com cabeça para isso eu estava, então fui diretamente para casa.
Entrei em casa e me joguei no sofá com as lágrimas secando sobre a minha pele, minha mente estava toda bagunçada e eu estava igual uma manteiga derretida. Resolvi ligar a TV e procurar algo para assistir e me distrair, mas não encontrei nada de bom então resolvi tomar um banho, aliás eu precisava pensar em alguma desculpa para contar ao meu pai, a essa hora ele já deve saber que eu não apareci na escola e ele chegaria logo. Era umas 9 horas da manhã, hoje papai chega mais cedo, por volta das 11:00, toda terça-feira era assim.
Subi para o quarto e em seguida fui para o banheiro.
Enquanto a água gelada escorria pelos meus cabelos e meu corpo,eu ia me acalmando,e percebo que meu cabelo cresceu mais do que eu esperava, ele sempre foi grande, mas há um ano e meio mais ou menos eu dei a louca e cortei meu cabelo uns 2 ou 3 dedos acima do ombro, foi uma mudança bem radical podemos dizer, mas depois quando ele crescia eu sempre cortava ele bem curto,lembro do choque que meu pai e o Pedro tiveram quando me viram assim, minha mãe e minha tia esconderam muito bem a "missão secreta".
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De encontro com o amor[pausada]
Teen FictionAmar algo ou alguém pode ser tão simples,mas por um lado se torna uma tarefa difícil e que traz uma insegurança e um enorme medo. Depois de tantas reviravoltas, decepções, traumas e desentendimentos a palavra AMAR perde o sentido para Cloe. Ela es...