Anselmo Catala, caracteriza as nossas amizades desta maneira, começo por dizer que conceito de amizade, tem sofrido um enorme estupro na medida que os anos vão passando. Mas, o meu objectivo como sempre, é primeiramente apresentar as patológias, e depois apresentar meu diagnóstico.
Entrando no núcleo da questão, acabo por ver dois factores que possivelmente são os causadores deste estupro, que são os padrões de beleza e o materialismo.
Observando o primeiro factor, surgem questionamentos, e dentro deste mar de questões, acabei por elaborar, um roteiro onde existe a maioria que sente-se atraído/a por pessoas esteticamente belas (exterior), e outros que dizem importar-se mais com o interior de uma pessoa do que propriamente o factor beleza. Vale lembrar que são pontos de vistas, e por isso mesmo, devem ser respeitados.
Quanto ao meu posicionamento neste tema, é o seguinte, primeiramente, é necessário entender o seguinte, o exterior, chega a ser mais verdadeiro do que o interior, e porquê que eu digo isso? O exterior é observável, já o interior, é uma incógnita, é impossível saber ao certo o que uma pessoa pensa. Face esta situação, em um primeiro momento, eu posso a validar o factor exterior, porque vale apena acreditar naquilo que eu vejo, do que naquilo não vejo. Em seguida, é preciso analisar aquilo que eu acho o mais importante, não em uma amziade, mas, nas relações humanas em geral, é sem dúvidas o “detalhe”. As relações na minha perspectiva, devem basear-se principalmente no carácter que eu acho que é o mais importante, porque é através do carácter que surgem os detalhes, e é com os detalhes que surgem as grandes relações, sejam elas amorosas, de amizade, etc. Com essa linha de pensamento, vem aquilo que eu considero de primordial, que vai ser a capacidade que cada pessoa vai ter para ser diferente e ser diferente pressupõe admitir à imperfeição. Se as nossas escolhas de amizades basearem-se apenas em aspectos estetícos e materiais, a nossa vida deixa de ser interessante, pois vamos estar mais preocupados em mostrar ao mundo que somos amigos da “Barbie e do Kennie”, do que realmente importa para às relações de amizade que é a cumplicidade, à capacidade comunicar e aprender, o encanto por tudo aquilo que a pessoa pode nos mostrar sejam elas observáveis ou não. Pode até ser um pouco contraditório, visto que em um primeiro momento, eu acabei por considerar o factor “exterior” mais verdadeiro que o interior. O que me levou dizer isso em um primeiro momento, é porque, existe uma enorme hipocrisia entre as pessoas que se resume em uma frase muito conhecida, “eu gosto dele/a pelo interior, e não pelo exterior”. Eu considero esta frase muito falsa, porque é bem sabido que a nossa aparência conta muito, mas, eu acho que este aspecto chega a ser menos importante do que os que por eu foram citados. Esta frase, é muito citada por pessoas consideradas interesseiras, pois são elas que nos vendem este discurso para no final das contas, conseguirem aquilo que lhes interessa, seja vantagens, dinheiro, etc. Eu considerei este factor porque, as pessoas tendem a viver com máscaras, porque actualmente, é pouco provável encontrar pessoas que são 100% reais. E será que é mal não ser 100% real? Em minha opinião não é mal, porque a vida, as pessoas e todos os elementos que constituem a natureza, são imperfeitos, então, nós não devemos cobrar perfeição quando nós mesmo, não somos perfeitos, isso até seria falsidade de nossa parte porque, nós não devemos cobrar aquilo que nós não temos. Por vezes, nas relações humanas, deve haver falsidade para que possa surgir o equilíbrio. Porque, se os defeitos não existissem, a vida perderia graça, pois é com esses defeitos que surge o equilíbrio. Daí que, amigos interesseiros, falsos, etc, sempre existirão para que nós possamos ser bem selectivos na hora de ter AMIGOS. Não procure sinceridade porque tu também não és sincero, não tenta fazer juízos porque esse trabalho só pertence a Deus. Não procure caras, procure “os caras e as caras”. Quem realmente apaixona-se pelo abstracto, não perde tempo em refir este aspecto.
A amizade é tão linda que eu a chamo de imperfeita, porque se existisse amizade perfeita, estaríamos a viver em um mundo utópico. Com isso, quero dizer que, é a imperfeição que torna as nossas amizades interessantes, passar por crises, e depois sueperar é melhor do que nunca passar por nada.
A amizade é tão linda que não deve basear-se em dinheiro, beleza, perfeição, roupas, se o joaquim é feio ou bonito, etc. Ela deve basear-se em aprendizados, experiências, lembranças boas e menos boas, discussões, etc. Viva às relações humanas.
Viva às nossas falhas, vivas às nossas discussões, viva à tudo aquilo que é imperfeito pois eu não procuro robôs, eu procuro amigos, eu procuro pessoas que me encantem, eu procuro pessoas que me façam sentir-se bem seja ela feia ou bela, rica ou pobre, eu simplesmente quero boas energias.Anselmo Catala