Arón

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  São 12pm aqui na Espanha e acabei de almoçar. Quando for 2pm, estarei dentro do carro de Ester junto com Danna para irmos à Paris. Seria meio esquisito se eu disesse que acabei de passar por um término de relacionamento e estou indo à Paris, uma cidade romântica, para me divertir com meus amigos? Acredito que sim, mas acontece que Miguel, meu melhor amigo, tem uma casa na cidade do amor e Ester, Danna e ele deram a ideia de eu ir para lá e me divertir um pouco com eles.

  Eu fui traído pela minha namorada, ex, na verdade. O que mais temia acabou por acontecer. Nunca fui muito seguro nos relacionamentos, tanto no amor quanto na amizade. Sinto que as pessoas me deixam por eu simplesmente precisar de um tempo sozinho, sabe? Eu gosto de curtir meus momentos, no meu apartamento, sozinho. Algumas pessoas parecem não entender isso e acabam por me deixar dando essa desculpa de que nunca estou lá para elas, o que não é verdade. Querer ter meus momentos não significa que não quero boas pessoas no meu círculo de amizade nem que não irei ajudá-las ou algo assim.

  Ao mesmo tempo que gosto de ficar sozinho, sonho em ter alguém que possa ficar comigo, em casa, relaxando e não indo em festas o tempo todo. Gosto da calmaria e do silêncio. Infelizmente, não foi dessa vez que consegui.

  Já deu 1pm e resolvo verificar minhas malas para ver se está tudo de acordo e, enfim, está. Agora é só esperar Ester, uma das minhas melhores amigas, vir aqui com Danna, minha outra melhor amiga, para irmos para a casa de Miguel, que já foi antes para organizar a casa pra nós. Já avisei a eles que, dessa vez, não quero nada muito animado para fazer. Quero curtir, em paz. Ler, beber vinho de madrugada, conversar, entre nós. A última coisa que preciso é ir para algum lugar movimentado. Resolvi avisar antes que Miguel inventasse de convidar um monte de gente que não conheço para fazer uma festa daquelas...

  Enfim, recebo uma ligação de Ester:
  — E aí, linda? — digo
  — Oi, meu amor! Estou aqui embaixo, pode vir. — ela responde
  — Ok.
 
  Pego tudo e dou uma última checada para ver se tudo está em ordem. Todas as luzes apagadas, objetos guardados, malas completas. Ok, vamos nessa.

  Desço pelas escadas porque não tenho muita paciência em esperar o elevador e, assim que saio, vejo o BMW X1 branco de Ester na frente do portão da portaria. Ester abre o porta-malas para eu colocar minhas coisas e, depois, entro no carro cumprimentando minhas amigas. Ester liga o carro e saímos rumo à Paris.

  — Como você está, Arón? — Danna pergunta
  — Estou bem, eu acho... — respondo rindo um pouco
  — Você vai ficar bem, eu garanto. Ana não sabe o que perdeu...
  — E o que ela perdeu, Danna? — pergunto, com a voz um tanto amargurada — Eu simplesmente não fazia o tipo dela e ela não estava feliz. Honestamente, acho que nem eu. Fico mais sem graça por eu ser desse jeito e não conseguir manter ninguém ao meu lado.
  — Ei, calma aí, Arón! — Ester intervém — A culpa não é sua se Ana te deixou por outro. Ela foi infantil e não soube ser madura o suficiente para dizer a verdade. Você não deve, jamais, não gostar do seu jeito porque outras pessoas não gostaram, ok?
  — Exatamente! Você é um homem incrível, Arón. Sempre trata a todos com muito carinho. A gente sente muita felicidade por ter você conosco. Jamais julgue a si mesmo dessa maneira. Você irá encontrar alguém que goste de você do seu jeito, não mude por causa de outra. — completa Danna
  — Desculpa, de verdade. Só não é tão fácil passar por isso pela segunda vez. Às vezes, não percebo as coisas ao meu redor. Obrigado por tudo. Amo vocês. — digo, sorrindo

  Continuamos a viagem ouvindo as nossas boas músicas de sempre, J Balvin, Bad Bunny, as músicas da própria Danna e, quando menos esperamos, estávamos em Paris.

  Acredito que terei um bom tempo aqui. Vamos ficar por uns 3 meses porque tenho uns trabalhos para fazer, depois.

  Paramos na frente da casa de Miguel. É de vidro, em um condomínio muito chique. Bom, a família dele tem posses, então, podemos entender. Antes de pegarmos nossas coisas, fomos direto para a porta, afinal, teríamos tempo para organizar tudo. Tocamos a campainha e, logo, Miguel atendeu.

  — E, aí? Como estão? — Miguel pergunta já acenando para entrarmos
  — Todos bem, felizmente. — digo
  — Sentimos falta de vir aqui! — Ester diz
  — Realmente, faz um bom tempo! — Danna completa
  — Bom, agora estamos todos aqui. Vamos nos divertir um pouco, certo? — Miguel
  — Com certeza!! — respondemos em uníssono

  Esses próximos meses seriam muito bons para mim. Um momento com meus amigos para esquecer, um pouco, de outros problemas era tudo o que eu precisava.

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