Às vezes, Castiel ficava preso em pensamentos referentes à sua ida ao Brasil. Embora soubesse que seu motivo era plausível, era comum se perder em pensamentos que o faziam repensar sua decisão — mesmo que no fundo soubesse que não havia outra saída.
Mesmo ali, naquele lugar que teoricamente deveria ser algo que esvaziasse sua mente de preocupação e de pensamento negativos, ele não conseguia se livrar de sentimentos pesados.
Ao seu redor, diversas pessoas se divertiam e se comunicavam entre si, no entanto, ele não conseguia manter uma conversa decente com nenhuma; sempre que falava com alguém, não passava de um papo rápido, simples trocas de palavras. Ninguém lhe parecia interessante o bastante para prolongar o diálogo e, provavelmente, vice-versa.
Como sempre fazia quando saía pela cidade, Castiel bebia sozinho enquanto observava o comportamento dos cidadãos daquela nação. Apesar de não ser a situação mais agradável, aquilo certamente era melhor do que ficar trancado em seu apartamento.
O horário de funcionamento do bar em que estava, cujo nome era "Gandaia", já chegava ao fim. Logo, as pessoas começavam a ir embora: umas iam por conta do cansaço, algumas para procurar outro estabelecimento aberto e outras que saíam arrastadas pelos amigos.
— Por que não fala com eles? — Uma voz ecoou por trás de Castiel, que se virou para encarar o homem que falara.
— Discúlpeme?
O garçom ergueu as sobrancelhas, surpreso por descobrir que Castiel era estrangeiro.
— Você entende português? — perguntou meio sem jeito.
— Un poco, si.
— Por qué no llamarlos? — Apontou para as pessoas que se divertiam em grupos, perguntando-se o porquê de Castiel não tentar se aproximar deles. Ele esperava não ter errado alguma palavra na pergunta, já que seu espanhol era de nível básico.
— No sé, yo soy tímido. Es posible que haya visto yo... siempre solo, no es que quiera.Era verdade. Ele já o tinha visto outras vezes por ali, sempre desacompanhado.
— Usted no quiere estar solo? Está bien. Mi turno ha terminado, podemos ir a otro bar. Juntos — ofereceu, tentando não demonstrar a insegurança que sentia em relação à sua pronúncia.
— Gracias. Cuál es tu nombre?
— Dean. E o seu?
— Castiel — respondeu sorrindo, com esperança de que as coisas começassem a mudar dali em diante.
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El Extranjero
FanfictionEnquanto trabalhava como garçom num bar, Dean conheceu Castiel, um estrangeiro encantador que lhe conquistou.