Coração sem vergonha.

T2C02

CG

Porra, Clara só inventa, me perturbou até ir buscar amiga dela. Só fui pq eu sei que se não fosse, ela ia dar um jeito de ir sozinha, e eu não gosto de deixar minha irmã ir sozinha nos lugares, não, tá ligado?
Ainda filho de quem somos.

Meu padrinho é dono disso tudo aqui. Meu pai tem boca aqui, meus tios, meus primos... Ihh, família envolvida no crime até o talo.

Cresci nesse meio e faço parte desse meio. Claro, tenho meus negócios, né? Se der ruim, o pai é empresário 🤣🤣

Tenho meu depósito de bebidas, galpão de festa, imóveis alugados. Então acaba que meu esquema é só pra lavagem de dinheiro, mas tudo ciclado, pra não dar merda.

Talibã: Qual foi, menó, tava aonde?

CG: Buscar amiga da Clara.

Gato: Pô, eu vi vocês chegando. Kê isso, foi buscar esse bombom aonde?

Mohamed: Tu não pode ver mulher, né, cara?

Talibã: O homem se derrama, piru sem freio

Gato: Tá maluco! Gosto muito! - esfregou as mãos rindo.

Rádio - Malvadao: não quero ninguém bebendo antes da 2° ronda.

CG: Que isso, o ancião veio pro baile? - rimos.

Talibã: Coroa tá avançado hoje, tem que ver!

Rádio - Malvadao: eu tô ouvindo, seus filhos da puta.

Rádio - Talibã: Visão chefia!

Botei um balão pra subir pra ficar tranquilinho. Olhei em volta e tava a Clara com a tal Ruby e as meninas, a menina tava meio acuda, igual passarinho fora do ninho.

Pô, ela é maior gata, maior cabelão, parece uma sereia. Mas to fora, maior cara de patricinha, se eu for ali capaz de querer casar.

***

Ruby

A Japa me apresentou a família dela inteira, até a mãe dela. Ela e a mãe parecem irmãs! Ela tem os olhos puxados igual a Clara. Mas senti que a mãe e as tias ficaram meio cochichando falando de mim, me senti incomodada, não vou negar. Não que elas me trataram mal, mas é chato, né, gente.

Enfim. Fora isso, estava super bacana. As meninas me receberam super bem e faziam de tudo pra me enturmar.

Babi: Mona, quer alguma coisa? Vamos lá buscar, tá com o copo quase dando dengue! - me pegou pelos braços e me levou até uma mesa que tinha ali. - Bebe uísque? - neguei.

Ruby: Tô no gin, amiga. - falei um pouco alto por causa do som. Ela assentiu e me deu outro copo. Pegou o que estava na minha mão e jogou fora.

Babi: monta aí, fica à vontade.

Peguei uns gelos de morango, energético de melancia, coloquei gin e pronto. Docinho, do jeito que meu juízo foge.

Voltamos pra perto das meninas e meu corpo estava mais leve. A sensação da bebida docinha descendo a garganta me dava mais sede, mas eu e controlei né. Estou longe de casa.

Estava tocando funk. Eu amo. Meu quadril mexia sozinho.

Japa: Amiga? Tudo ok? - fiz legal com a mão. E ela riu e me abraçou. - estou tão feliz que você tá aqui!!! - disse empolgada.

Ruby: Estou amando, amiga, tinha que ter me trazido antes!!

***

Quando o Ret entrou ficamos todas empolgadas. Ai que homem!!!!

Todo mundo com celular na mão, menos eu. Uma roceira kkkkkk

Então só curti o show com minha bebidinha.

Quando o irmão da Japa chegou no camarote com outros homens, armados, até me impressionei. Meu cool trancou, não vou negar. Acho que ele notou que eu estava olhando pra ele, porque ele deu um sorrisinho de canto pra mim. Af, cafajeste! Lindo!

Se manca, Rubyanna, disfarça!! To dando muito na cara kkkk Mas é que quando eu quero alguém, eu sou assim, gente, não chego, mas fico encarando igual o exorcista pra pessoa notar.

Tentei passar o resto do show focada só no Ret e esquecer esse Deus do ébano que aqui estava.