O mundo é arrastado para um conflito catastrófico envolvendo mais de 50 países. Uma guerra que custaria a vida de 65 milhões de pessoas, tudo em nome do poder, da ganância e da busca pela verdade. Uma guerra que a humanidade sacrificaria 65 milhões de vidas na esperança de um futuro em que as gerações futuras pudessem respirar aliviadas. Este foi o conflito mais mortal da história.
No centro dessa tempestade de fogo e aço estava um homem, James J. Sullivan, um soldado comum da primeira companhia de fuzileiros do exército britânico. Um homem marcado pela guerra, moldado por ela e que, apesar de sua simplicidade, utilizou um poder peculiar conhecido como 'conversão'. Dê poder a um homem, e ele convencerá uma nação a morrer pela 'sua' verdade. Dê armas a um homem, e ele causará uma destruição em massa. Mas James, em meio à tempestade, foi capaz de olhar nos olhos da morte e sorrir.
Na linha de frente, em Argetan, França, uma bomba explodiu próxima ao seu rosto, deixando uma cicatriz profunda no lado direito de sua face. Ele foi honrado com uma medalha de bronze por seu serviço à pátria e dispensado pelo próprio tenente de seu batalhão.
Entretanto, sua história estava longe do fim. James sentia isso no fundo de sua alma, mas guardou esse sentimento para si. Enquanto amigos eram massacrados na máquina de guerra de Hitler, James voltou à sua rotina, tomando seu chá todas as tardes às quatro. Murmúrios e apelidos cruéis o seguia pelas ruas de sua cidade, o soldado marcado, o monstro da guerra. No entanto, ele não se deixava abalar, frequentando salões de festas, tentando reenlistar, sempre sendo barrado por sua ferida de guerra.
As noites eram seu inferno pessoal, onde os fantasmas da guerra voltavam para assombrá-lo. O barulho ensurdecedor das bombas, o cheiro de pólvora, os gritos de ordem para avançar, tudo era um lembrete constante do que ele havia vivido. Tudo tinha um preço, e a guerra cobrava o mais alto de todos.
James sabia o custo de ser um herói, de salvar a vida de um sargento desatento ao custo de sua própria segurança. Ele sabia, mas não hesitou, colocando a vida de sua família acima da sua. Agora, tudo eram apenas memórias. Para sua família, ele estava seguro em casa, longe da guerra. Para James, ele era um covarde, um inútil que, enquanto se afogava em bebida, seus amigos morriam em uma guerra que já durava dois anos.
"Cadê o garçom? Preciso de mais uma bebida!" James exclamou, a voz entorpecida pelo álcool. As noites eram sempre assim. Ele bebia até cair, até vomitar. Observava casais dançando ao som de "The Dipsy Doodle" de Ella Fitzgerald e sentia falta do amor.
Seu coração doía ao pensar em sua antiga namorada que deixou para trás e que agora estava em Paris, uma cidade sob o domínio nazista. Para afogar o remorso e a dor, ele bebia, tentando esquecer que era inútil para o país e as pessoas que o viam como um monstro.
Foi quando Ares Mory entrou em sua vida. Um homem de meia-idade, grisalho, de chapéu enfeitado com uma pena vermelha. Mory tinha um ar amigável, se aproximou de James, e quando o bar estava prestes a fechar, após uma longa noite de conversas e bebidas, ele finalmente revelou seu nome. James, já intoxicado, mal conseguiu gravar o nome peculiar.
Na manhã seguinte, James acordou com os primeiros raios de sol se infiltrando pelas frestas da porta. Lembrando-se da noite anterior, uma lembrança nebulosa do estranho com o nome peculiar veio à tona. Ele nunca mais viu Ares Mory, mas a noite em que se conheceram permaneceu em sua memória, uma lembrança embriagada de uma conversa com um estranho que se tornaria algo mais em sua vida.
Ainda cambaleando de ressaca, James passou a manhã seguinte na cama. Uma névoa de cansaço e desconforto o envolvia, impedindo-o de se levantar. Mas a fome e a sede finalmente o levaram para fora da cama. Ele se vestiu, escovou os dentes e se arrastou até a cozinha para preparar algum café.Enquanto a água fervia, James pensou em Ares Mory. Ele não conseguia entender por que o estranho tinha sido tão amigável, ou por que ele se lembrava tão vividamente da conversa que tiveram. Sua mente continuava voltando ao estranho. Ele balançou a cabeça, tentando se livrar do pensamento, mas o rosto de Ares Mory permanecia, suas palavras ecoando em sua mente.Passou o resto do dia em casa, lendo um livro, pensando em Ares, na guerra, em seu futuro. Pensamentos amargos o assombravam, a imagem de Ares Mory era uma presença constante. Ele se sentia atraído para o estranho de alguma forma inexplicável. Não conseguia tirá-lo da cabeça.Naquela noite, encontrou-se novamente no bar, olhando para a cadeira vazia onde Ares Mory tinha sentado. Pediu um copo de uísque, pensando em convidar o estranho para beber novamente, se ele aparecesse. Mas a noite passou e Ares não apareceu.James se encontrou desapontado, embora não conseguisse entender o porquê. Talvez ele apenas desejasse a companhia, ou talvez houvesse algo sobre Ares Mory que o intrigasse. Ele bebeu até a última gota do seu uísque, pagou a conta e saiu do bar.A caminhada para casa parecia mais longa do que o habitual. A cidade estava silenciosa, apenas os sons dos seus passos ecoando nas ruas vazias. Ele passou por um grupo de soldados que estavam voltando para o quartel, suas risadas e conversas animadas ecoando pelo ar da noite. Sentiu uma pontada de ciúme, lembrando-se dos tempos em que ele era um deles.Finalmente chegou em casa, cansado e um pouco bêbado. Deitou-se na cama, olhando para o teto escuro. O silêncio do quarto era ensurdecedor, apenas o tic-tac do relógio quebrando o silêncio. Fechou os olhos, tentando adormecer, mas a imagem de Ares Mory continuava a assombrá-lo.O que ele não sabia era que aquela noite marcaria o início de uma série de eventos que mudariam sua vida para sempre. Que o estranho Ares Mory não era apenas um bêbado simpático em um bar. Ele era algo mais, algo que James só entenderia muito tempo depois. Mas por enquanto, ele apenas se virou na cama, tentando afastar os pensamentos confusos, e finalmente caiu no sono.
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O Conto de Mory(Incompleto)
Short Story1942 Segunda guerra mundial, o mundo mergulhado em um caos.A fumaça das bombas e planadores impediam que as pessoas vissem uma pontinha do céu azul. Porém, o céu sempre esteve azul, olhe para cima a escuridão não permite que você veja o céu azul mas...